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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Três questões não respondidas sobre o naufrágio na Coreia

Equipe de resgate marca com bóias local em que navio afundou (AP)

A polícia da Coreia do Sul pediu a um tribunal para emitir um mandado de prisão contra o capitão da balsa que naufragou na quarta-feira, na costa do país. Não se sabe ainda onde ele estava no navio no momento do acidente.
Os esforços para encontrar mais de duzentos e cinquenta passageiros desaparecidos continuam a enfrentar obstáculos. Os mergulhadores que tentam entrar na embarcação conseguiram ter acesso ao convés de carga, mas foram incapazes de prosseguir. Um deles disse que a água estava tão escura que não era possível ver a cor branca do navio - era preciso tocar o casco com as mãos.
Vinte e oito pessoas foram confirmadas mortas. Enquanto isso, um vice-diretor da escola, onde muitas das crianças desaparecidas estudavam, foi encontrado enforcado. A imprensa local disse que ele cometeu suicídio.
Muito ainda precisa ser esclarecido - por que o navio afundou e por que as pessoas não deixaram o local assim que ele começou a virar? A seguir, a BBC Brasil examina algumas das questões em torno do desastre.

Por que o barco afundou?

Passageiros resgatados relataram ter ouvido um barulho alto antes do barco começar a se inclinar. Isso pode ter sido causado pela colisão do navio com algo submerso, como uma rocha ou um contêiner afundado.
No entanto, o ruído também pode ter sido provocado por uma grande carga se soltando a bordo do navio.
É sabido que a balsa fez uma curva acentuada logo antes de emitir um pedido de socorro, mas não está claro se foi planejada ou o resultado de um fator externo, disse o Ministério Marítimo sul-coreano.
Especialistas sugerem que uma curva acentuada pode ter movido a carga e desestabilizado o navio.


De acordo com John Noble, especialista em salvamento, a velocidade com que o barco virou de lado - cerca de duas horas - indica que os compartimentos do navio foram inundados rapidamente.
Isso pode significar que houve danos expressivos ao casco ou entrada de água por portas que deveriam ser vedadas.
Também é preciso esclarecer quem comandava a balsa no momento do incidente. Investigadores dizem que o terceiro oficial do navio estava no leme e não está claro se o capitão estava presente.

O resgate de emergência foi apropriado?

A balsa enviou um alarme na quarta-feira em torno de 09h na hora local (21h no Brasil). As embarcações de salvamento e helicópteros estavam no local logo depois.
"O pedido de socorro foi feito e as autoridades deram uma resposta estruturada", diz Bruce Reid, presidente da Federação Internacional de Resgate Marítimo, órgão que promove a segurança no mar. Mas, segundo ele, ainda é muito cedo para se chegar a qualquer conclusão sobre a eficiência da missão de resgate.
Muitas questões também estão sendo levantadas sobre as instruções dadas aos passageiros.
Vários sobreviventes disseram que a tripulação ordenou que eles ficassem no lugar quando a embarcação teve problemas. Apenas dois dos botes salva-vidas da balsa foram empregados. Muitos passageiros foram resgatados depois de saltar para o mar, vestindo coletes salva-vidas.
Oh Yong-seok, um membro da tripulação, disse à agência de notícias Associated Press que inicialmente tentou-se estabilizar a embarcação. Ele diz que a equipe de resgate instruiu os passageiros a colocar os coletes salva-vidas e permanecer no navio.
De acordo com Oh, a ordem de evacuação foi dada apenas depois de 30 minutos e pode não ter chegado a todos os passageiros.
No entanto, especialistas dizem mais uma vez que é muito cedo para julgar as decisões tomadas a bordo do navio atingido. Em caso de emergência, as equipes têm de pensar rápido - e pode haver boas razões para ações que parecem questionáveis de longe.

"Na verdade, não há regulamento padrão", diz Noble. "A tripulação tem que reagir ao que vê. Se eles fazem uma coisa padrão para um conjunto de circunstâncias, pode ser a coisa errada para outro."
"Tradicionalmente, eu sempre digo para as pessoas: fique no navio, porque é o lugar mais seguro", diz ele. "Mas, se o navio está afundando e afundando rapidamente, então a única opção é sair."
Passageiros e tripulantes dizem que a velocidade com que o navio inclinou tornou mais difícil se movimentar e utilizar os botes salva-vidas.

Qual é a chance de se encontrar mais sobreviventes?

"O tempo é o maior inimigo", diz Bruce Reid. As correntes que impediram a ação de mergulhadores de resgate são igualmente um perigo para os passageiros que foram carregados para longe do navio.
"Essas correntes são muito rápidas, [o que] significa que a área de resgate é muito ampla", diz ele.
Em Cliqueacidentes anteriores, passageiros já foram resgatados em bolsões de ar dentro de embarcações naufragadas. No entanto, há menos chance de que sobrevivam por muito tempo em águas frias, como as da costa da Coreia do Sul.

FONTE: BBC 

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