Fonte: Tribuna do Norte
O preço do botijão de gás está cerca de 23% mais caro no Rio Grande do Norte a partir desta quarta-feira (2). Além do reajuste de 15% anunciado na segunda-feira (31) pela Petrobras, o consumidor também sentirá no bolso o aumento dado pelas revendedoras de gás aos funcionários no acordo do dissídio coletivo. Com isso o consumidor deve desembolsar de R$ 7,00 a até R$ 12,00 a mais pelo botijão de 13 quilos.Segundo Francisco Correia, presidente do Sindicato das Revendedoras Autorizados de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Rio Grande do Norte (Singás-RN), foi preciso repassar o aumento integral para o consumidor. Por causa disso, o valor do botijão de gás, que atualmente varia entre R$ 46,00 e R$ 50, passará a custar entre R$ 57 a R$ 62 no Estado, dependendo do bairro ou da região.
Embora seja a primeira elevação de preço pela estatal, depois de 13 anos, um movimento já esperado pelo mercado, a data coincidiu com o dissídio trabalhista. De acordo com nota do Sindicato das Distribuidoras de Gás (Sindigás), o reajuste do GLP nas refinarias da Petrobras foi informado na segunda-feira (31) pela estatal. Em média, o produto é vendido a R$ 46,19, no Brasil, segundo pesquisa divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Distribuidoras e revendedores têm liberdade para revisar os preços por conta própria, em porcentuais superiores ou inferiores ao da alta imposta pelas refinarias da Petrobras, de 15%. Em vários estados, os revendedores fizeram a opção de manter essa média no reajuste. No Rio de Janeiro, o consumidor final está pagando R$ 7 a mais pelo botijão, que ficou perto da casa dos R$ 55.
Em nota oficial, o Sindigás esclareceu que “como os preços são livres em todos os elos da cadeia e o mercado tem autonomia para fixá-los, a alta do preço do produto nas refinarias aumenta a pressão de custos sobre o Gás LP para o consumidor final". Estatal e revendedores têm liberdade para reajustar os preços do GLP, que, assim como ocorre com os demais produtos refinados pela Petrobras, seguem as condições do mercado.
O presidente da instituição, Sérgio Bandeira de Mello, salienta, no entanto, que “a mão de obra é importante na planilha de custo no setor” e “que forças inflacionárias tendem a vir ao preço nesta época do ano". Ao mesmo tempo, diz ele, a competição no setor é alta e pode ajudar a conter os preços. Mello argumenta que as pesquisas da ANP revelam uma forte concorrência no setor. "Em um mesmo bairro, a diferença entre revendedores chega a R$ 6", afirma.
Segundo o sindicato, atualmente existem 99 milhões de botijões em circulação em todo o país e, a cada dia, são entregues 1,5 milhão de botijões aos consumidores brasileiros. Sete grandes empresas controlam 96% do mercado brasileiro de GLP, sendo que as quatro maiores são: Ultragaz, com 23,11% do total, Liquigas (22,61%), Supergasbras (20,58%) e Nacional Gas (19,16%).
O Rio Grande do Norte conta, atualmente, com cinco distribuidoras de gás: Gás Butano, Liquigás, Supergasbras, Copagás e Ultragás, que distribuem o produto para mais de 40 revendedores que estão regularizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O último reajuste do preço do gás de cozinha no estado foi em setembro do ano passado, quando os botijões ficaram custando cerca de 12% a mais, também acumulando o aumento no preço repassado pelas distribuidoras e os salários dos funcionários das revendedoras.
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