MP vai pedir autorização para investigar deputado por 'fantasma' em gabinete

Fonte: Blog do Cesar Santos 

Depois de ter feito defesa veemente da ética e da moralidade, inclusive, anunciando que é a favor de cortar 100% dos cargos “fantasmas” na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, o deputado Getúlio Rêgo (DEM) foi colocado no “olho do furacão” do escândalo.

O parlamentar mantém um cargo comissionado, ocupado pelo funcionário Sandoval Martins, que mora em São Paulo. Quem presta o serviço é o pai do “fantasma”, um médico ortopedista.

Getúlio admitiu a irregularidade:

“O pai prestava um serviço de alto nível à população, apesar de ser, confessadamente, uma coisa irregular. Nós não podemos esconder eventuais deslizes”, declarou Getúlio em entrevista à Inter TV Cabugi, afiliada da Rede Globo no RN.

Conforma versão do próprio deputado, Sandoval Martins ocupava cargo comissionado até a semana passada e assumiu, em uma rede social, que recebia dinheiro da Assembleia em troca de serviços prestados pelo pai, que é médico.

“Não tinha conhecimento. Eu sabia que ele estava em Natal quando fui procurado pelo pai dele, que é um médico de alto conceito, é um ortopedista especialista em joelho. Ele se ofereceu para fazer uma parceria de atendimento social no seu consultório e nas cirurgias particulares sem cobrança”, revelou Getúlio.

Segundo reportagem do portal de notícias G1-RN, também do sistema Globo, Rêgo admitiu a irregularidade na nomeação. “O contracheque é no nome de Sandoval. Ele próprio declarou. Não há nada a esconder.”

Diante da denúncia, o procurador-geral de Justiça Rinaldo Reis vai pedir autorização ao Tribunal de Justiça para investigar o deputado Getúlio Rêgo.

Presidente da Comissão dos Advogados Criminalistas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Gabriel Bulhões, informou que Getúlio Rêgo pode ser denunciado por peculato qualificado, lavagem de dinheiro, associação criminosa, além de crimes eleitorais, dependendo de como eram feitos os atendimentos médicos.

O médico também deverá ser chamado para prestar esclarecimentos ao Conselho Regional de Medicina