Fonte: Correspondente científico da BBC
Quando uma de suas "empresas para assistir" fica quieta por um período de tempo, você começa a se perguntar o que está acontecendo.
"Você ouviu notícias da Capella Space recentemente? Eles não deveriam ter lançado mais satélites até agora?" Perguntei a um colega jornalista em dezembro. "Sim, eu estava pensando exatamente a mesma coisa", respondeu ela.
E então aparece a empresa americana e tudo é explicado. "Ah, então é isso que eles estão fazendo."
A Capella está desenvolvendo uma constelação comercial de pequenos satélites de radar de abertura sintética (SAR) de baixo custo. Estes serão capazes de sentir a superfície da Terra em todos os climas, dia ou noite.
É uma atividade tradicionalmente dominada pelo Grande Governo - as agências espaciais nacionais e os militares - por causa da despesa e complexidade de fazer radar a partir da órbita.
Mas as tecnologias que estão sendo exploradas agora pelas empresas chamadas "New Space" estão desafiando as velhas formas de fazer as coisas.
A Capella instalou uma espaçonave "demonstradora" de 48 kg chamada Denali no final de 2018 e esperava segui-la com mais duas plataformas operacionais em 2019 e outras 12 em 2020.
Com esse lançamento gradual, o desempenho seria aprimorado constantemente.
Mas então, como o CEO Payam Banazadeh me disse, algumas mãos começaram a surgir de clientes em potencial que disseram preferir pular direto para as imagens de melhor qualidade dos satélites posteriores.
E assim a empresa tomou a difícil decisão de interromper sua implementação e antecipar atualizações futuras. Daí o período de silêncio em 2019, quando a Capella procurou reconstruir seu próximo lote de satélites .
"Ouvimos o mercado", disse o ex-engenheiro da Nasa. "Nossos clientes iniciais estarão em defesa e inteligência, e estão ligados a alta qualidade e alta resolução. Portanto, precisamos ter certeza de que, desde o início, também somos conhecidos por isso.
"Porque já vimos isso com outros jogadores - é muito difícil mudar a percepção dos clientes sobre você depois que você já lhes deu um produto. Você será sinalizado e conhecido por esse produto, seja ele o que for, mesmo que seu a próxima iteração foi muito aprimorada ".
Na semana passada, na Conferência Global de Inteligência Geoespacial em Londres, Capella revelou detalhes de sua nova espaçonave. Eles são maiores (embora ainda com menos de 100 kg) e com maior desempenho. Agora eles devem entregar cenas estreitas da Terra com até 4.000 km de comprimento e uma resolução no solo de 50 cm - e melhor, até 30 cm para clientes aprovados pelo governo dos EUA.
O primeiro satélite deste novo lote, o Sequoia (em homenagem a outro Parque Nacional dos EUA), está reservado para um foguete da SpaceX para uma decolagem em março. A esperança, então, é conseguir outros seis antes do final do ano. No entanto, isso dependerá fortemente da disponibilidade do iniciador.
Escrevi bastante recentemente sobre o "concorrente" europeu para Capella - a empresa finlandesa Iceye. Ambos estão tentando quebrar o molde abrindo um mercado para imagens de radar persistentes, nas quais o mesmo ponto na superfície da Terra é fotografado a cada hora. É conseguido com várias naves espaciais voando acima da cabeça - 36 no caso de Capella; 18 no caso de Iceye.
Eu digo "concorrente", mas na verdade essas empresas parecem estar se concentrando em diferentes áreas no momento. Se Capella vai se especializar em defesa e inteligência, Iceye está construindo uma reputação no setor marítimo. Prova disso é o novo serviço que Iceye oferece para encontrar navios que tentam ocultar atividades ilegais , como a pesca não regulamentada.
Mas essa é a novidade do que as duas empresas estão fazendo, elas provavelmente precisam de seus esforços combinados agora para aumentar a conscientização sobre o que é a SAR.
Trabalhando no setor de notícias, certamente reconheço isso. Os satélites que conseguem ver a superfície da Terra mesmo através de nuvens espessas e no escuro são os primeiros com as fotos do vulcão que explodiu no topo ou do navio-tanque que foi atacado no Golfo .
Mas haverá muitos setores comerciais que simplesmente ainda não cronometraram o que a SAR pode fazer por eles.
Mais uma questão antes de fechar. Você provavelmente já viu a confusão em torno da constelação de satélites de banda larga Starlink sendo lançada pela SpaceX.
Seu brilho no céu pegou a ira dos astrônomos que se preocupam com esses pontos artificiais de luz que impedirão sua visão do cosmos.
As constelações da SAR não escaparam a esse escrutínio, embora as perguntas feitas tenham uma abordagem diferente.
Na recente reunião da American Astronomical Society no Havaí, o Dr. Harvey Liszt, do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA, levantou a preocupação de que poderosos pulsos de radar orbitando possam danificar os receptores de rádio que os cientistas empregam em seus observatórios terrestres.
Payam Banazadeh me disse que Capella estava levando esse assunto muito a sério e estava ansioso para coordenar as atividades de sua empresa com o AAS.
"Também entramos em contato com o Dr. Liszt e estamos trabalhando ativamente para salvaguardar sua missão ao operar nossa constelação de SAR.
"Seja observando a Terra ou o espaço profundo, Capella acredita em exploração e descoberta científica. Também acreditamos e apoiamos a proteção da missão da comunidade de radioastronomia."
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