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terça-feira, 28 de junho de 2022

Valorização: Imóveis vão ficar mais caros em Natal

 


Dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) apontam que o Rio Grande do Norte tem o terceiro custo mais baixo de construção civil do Brasil. Com valor de R$ 1.455,48 por metro quadrado, o estado potiguar está atrás apenas de Pernambuco (R$ 1.431,22) e Sergipe (R$ 1.394,94). No entanto, os setores imobiliários e de construção ainda reclamam de uma defasagem final do preço do metro quadrado dos imóveis no RN. Principalmente em Natal.

A avaliação de três especialistas consultados pela reportagem foi praticamente unânime: há uma discrepância no preço do metro quadrado na capital potiguar. Segundo Wescley Guimarães, gerente da construtora Moura Dubeux no RN, o mercado natalense tem menos robustez o que causa mais sensibilidade aos juros e à inflação. Isso, entretanto, faz com que a capital do RN tenha valores menores em comparação a outros da região. “João Pessoa já pratica preços de vendas mais altos do que os de Natal. O mercado aceitou a elevação do preço de imóveis como recomposição desse reequilíbrio do custo mais rapidamente do que em Natal”, defendeu.

“O preço médio do alto padrão em Natal não chega a R$ 10 mil o metro quadrado, é R$ 9.500. O mercado de João Pessoa já pratica R$ 12 mil ou R$ 13 mil o metro quadrado. O mesmo acontece em Maceió que já alcança até R$ 11 mil o m² no alto padrão. E R$ 10 mil em Aracaju”, completou.

Caio Fernandes, empresário do ramo imobiliário, argumenta com a mesma linha de pensamento. “Agora que o Plano Diretor finalmente passou, o mercado está retomando. No entanto está muito defasado. Você não encontra metro quadrado residencial nos estados nordestinos por menos de R$ 9 mil. Em Natal está na faixa de R$ 7 mil a R$ 7.600”, Caio Fernandes.

Para Ricardo Abreu, da Abreu imóveis, em nível de projetos, Natal está em um nível parecido com outros mercados. No entanto, ele defende o mesmo ponto de vista de que Natal tem preço abaixo dos outros mercados locais e que o motivo principal é a falta de lançamentos. “Como não tem lançamento, não está sendo precificado. No momento que começar acontecer, virão valores parecidos com os que são cobrados na vizinhança no Nordeste”, defendeu. Ele prevê que os meses de setembro e outubro serão de “força grande” no setor imobiliário.

Segundo Guimarães, mercados menores como Natal – quando comparado com cidades como Fortaleza, Recife, São Paulo e Brasília – sofrem mais. “A economia tem renda per capita menor”. Ele ainda fez uma observação a respeito da realidade de Natal e afirma que o cálculo de construção de um edifício, por exemplo, é feito de trás para frente. Com isso a classe média é um dos públicos que mais sofre com a falta de novidades.

“Vemos quanto o mercado paga e vemos quanto aquele produto custa [para ser construído]. São duas correntes: de um lado o custo pressionando a margem e o preço de venda, que sobe conforme a inflação e não sobe na velocidade em que a inflação corre o custo de obra. Isso faz com que algumas regiões da cidade se tornem inviáveis para alguns produtos. Hoje [são viáveis] só o alto padrão, ou o econômico, ou seja o 8 ou 80. O caminho da classe média está mais sensibilizado porque o preço de imóveis nessa faixa não consegue sustentar o custo de construção para produtos nessas regiões”, defendeu.

Plano Diretor

Guimarães e Fernandes apontam ainda que a demora na aprovação do Plano Diretor e o número de imóveis causado por um boom imobiliário por volta de 2012 – que aumentou a oferta na cidade – foi um dos problemas que manteve uma valorização baixa de imóveis RN. “O mercado estava consumindo o estoque. Tivemos um boom imobiliário grande, vieram empresas de fora que lançaram indiscriminadamente duas a três mil unidades em lugares que não tinham infraestrutura. Já melhorou muito. Mas a verdade é que agora acabaram os estoques e o Plano Diretor foi finalizado. A tendência é de valorização”, apontou Caio Fernandes.

Abreu, entretanto, não acredita no estoque de imóveis como uma interferência e seguiu um ponto de vista diferente. “Natal não tem estoque há 5 anos. O que aconteceu é que não tem lançamento imobiliário. Não tem nem como corrigir os preços. O que eleva o valor são os novos projetos, disputa por terrenos, disputa por construção, cada um fazendo uma coisa diferente, sofisticando cada vez mais. E isso, em Natal, está faltando”, disse.

Já olhando para o futuro, o gerente da construtora Moura Dubeux aponta que agora a missão é entender como vai se comportar o período de acomodação do preço de venda em Natal, ou seja, existe uma pressão pela elevação do preço, principalmente para imóveis de alto padrão. “Nos próximos 12 meses haverá, sim, um aumento de preço de imóveis por consequência do equilíbrio dos negócios causados pela inflação aplicada nos últimos 18 meses no custo do projeto, em especial no custo de construção. Existe uma defasagem entre o preço de venda e o custo de construção na nossa cidade”, finalizou. l

AGORA RN 


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