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sábado, 4 de janeiro de 2014

NEVASCA NOS EUA ATRAPALHA RETORNO DE BRASILEIROS AO PAÍS 


FERNANDO MELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK



Brasileiros estão presos no aeroporto JFK, em Nova York, desde a última quinta-feira (2), na tentativa de embarcar para o país. Com remarcações e cancelamentos de voos, as pessoas dormiram no chão do aeroporto, tiveram problemas médicos e momentos de tensão com representantes das companhias aéreas.
O engenheiro civil Eduardo Stahlhoefer chegou com a mulher e dois filhos ao aeroporto na sexta-feira por volta das 6h. Como a filha tinha vestibular para Medicina no domingo, tentou um voo via Miami, que foi cancelado. A segunda opção foi tentar embarcar via Cidade do Panamá. Por fim, foi oferecido um voo da Delta para São Paulo. A família aguardou até a meia noite, quando o voo foi cancelado. O voo para a Cidade do Panamá acabou saindo no meio da madrugada.
"Se arrependimento matasse. É lastimável, estamos sendo tratados como animais. Passamos a noite no chão. Ninguém fala o que está acontecendo. Ontem, mudaram o portão quatro vezes, a gente caminhou o aeroporto todo, até cancelarem o voo", disse Stahlhoefer.
Andrew Gombert/Efe
AGX23 NUEVA YORK (EE.UU.) 03/01/2014.- Decenas de personas hacen cola para pasar un control de seguridad en el aeropuerto JFK de Nueva York, Estados Unidos, hoy, viernes 3 de enero de 2014. La ciudad de Nueva York amaneció hoy afectada pero no paralizada por la tormenta de nieve que afecta a la región noreste de Estados Unidos y que ha causado considerables complicaciones. A la una de la tarde (hora local) el JFK, que llegó a cerrar para poder despejar sus pistas, celebraba el primer despegue y el primer aterrizaje en sus pistas. Por su parte, LaGuardia restablecía de manera progresiva la regularidad en sus servicios. EFE/Andrew Gombert ORG XMIT: AGX23
Movimentação no aeroporto JFK, em Nova York, nesta sexta-feira (3)
O engenheiro contou que de madrugada o grupo de brasileiros teve que sair da área de embarque para fazer um novo check-in, para o voo previsto para a tarde deste sábado. "Não queriam deixar a gente embarcar de novo. Pediram para a gente dormir no saguão de entrada, onde não tem cadeiras nem aquecimento."
O médico Daniel Boris Ghetler também enfrentou dificuldades por conta do frio. Ele disse que a companhia aérea queria que os passageiros deixassem o aeroporto, mas a temperatura na rua era de 12 graus negativos, a noite mais fria em muitos anos. "E não ofereceram hotel. Aliás, todos os hotéis estão lotados."
O filho de Daniel também tinha uma prova marcada de residência médica. "Mesmo que ele chegue, estará muito cansado. A gente tentava argumentar com a empresa e três policiais intimidavam a gente, como se nós não fossemos vítimas."
Outra reclamação dos brasileiros é a falta de informações. "Falam que a neve é todo o problema. Ontem muitos aviões subiram e desceram. Estava o famoso céu de brigadeiro durante todo o dia. Nosso avião estava estacionado e eles, depois de horas mudando de portão, informaram que o problema era que o horário da tripulação havia estourado", disse Daniel Ghetler.
Durante a noite, um paramédico foi chamado para dar assistência a uma grávida de oito meses e uma senhora com crise de pressão alta. Uma ambulância foi colocada de plantão.
Passageiros que estavam em um voo da American Airlines cancelado na noite de quinta-feira ainda aguardavam para voltar ao Brasil. Na madrugada de sábado, foram para um hotel.
A analista de sistemas Vanessa Arnold fez sua primeira viagem internacional. Resolveu chegar com antecedência no aeroporto, por volta das 15h de sexta. A nova previsão para o seu voo é as 15h deste sábado.
"Na ultima remarcação de portão, à meia-noite, cancelaram o voo. Disseram que não iriam prestar assistência, não dariam hotel. Falaram para pegarmos as malas e sair para fora do terminal, na parte fria do aeroporto. "
Vanessa ligou para o consulado do Brasil. "À noite distribuíram lanches, mantas e travesseiros. Todos dormimos no chão, inclusive crianças e idosos", relatou. "Às oito horas da manhã eu liguei para o consulado. Eles disseram que se deram cobertor, lanche e travesseiro, estavam nos atendendo. Eu pedi para mandar alguém. Ontem o cônsul veio para ajudar um voo da TAM. Prometeram entrar em contato."

Nevasca nos Estados Unidos

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John Minchillo/Associated Press
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