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segunda-feira, 28 de julho de 2014

ONU diz que derrubada de avião pode ser crime de guerra


Brinquedos e flores são colocadas sobre a fuselagem carbonizada no local do acidente do Boing 777 da Malaysia Airlines, perto da aldeia de Hrabove, ao leste da Ucrânia. O abatimento da aeronave na última quinta-feira (17) matou as 298 pessoas que estavam a bordo

A derrubada do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia pode ser considerada um crime de guerra, comunicou a Organização das Nações Unidas a (ONU) nesta segunda-feira, acrescentando que os combates entre o Exército ucraniano e os rebeldes pró-russos já deixaram mais de 1.100 mortos desde abril. "Esta violação da lei internacional, dadas as circunstâncias, pode ser considerada um crime de guerra", declarou a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. Em um comunicado, Pillay pediu uma investigação meticulosa, efetiva, independente e imparcial sobre a derrubada do avião por um míssil disparado de uma zona controlada pelos separatistas ucranianos no último dia 17. No Boeing 777 malaio havia 298 pessoas e todas morreram.
Caixas-pretas  Análises da caixa-preta com os dados de voo do avião malaio mostram que a aeronave foi destruída por estilhaços vindos da explosão de um míssil e caiu devido a "grande descompressão explosiva", disse uma autoridade do setor de segurança da Ucrânia nesta segunda-feira. O porta-voz do Conselho de Segurança da Ucrânia, Andriy Lysenko, declarou em entrevista à imprensa em Kiev que a informação foi dada por peritos que analisam os registros de voo do avião derrubado. A Grã-Bretanha está encarregada de baixar os dados das duas caixas-pretas recuperadas no local do desastre e entregar a informação para investigadores internacionais que farão a análise.
Combates – Pelo menos três civis foram mortos durante a noite de domingo para segunda-feira em combates no leste da Ucrânia enquanto as tropas do governo intensificavam sua campanha contra rebeldes pró-Rússia, tomando o controle de uma estratégica área perto de onde o voo MH17 da Malaysia Airlines caiu, disseram autoridades nesta segunda-feira. Pesados confrontos nas imediações do local do desastre impediram que monitores internacionais chegassem ao local no domingo para investigar a derrubada do avião. Líderes ocidentais dizem ser praticamente certo que os separatistas abateram o avião por engano, usando mísseis terra-ar fornecido pelos russos. A Rússia acusa Kiev de responsabilidade pela derrubada.
O governo ucraniano afirmou nesta segunda-feira que suas tropas recapturaram o controle de Savur Mogila, uma localidade estratégica a 30 quilômetros de onde o Boeing da Malaysia Airlines caiu em 17 de julho. Os peritos vão tentar retomar seus esforços nesta segunda-feira para chegar ao local da queda, ainda em território sob controle rebelde. Bloqueios de estrada entre a cidade de Donetsk e o local são controlados ora pelo Exército ucraniano, ora pelas forças separatistas, que acusam uns aos outros de impedirem o acesso dos peritos à área.
Números – A Cruz Vermelha indicou oficialmente na semana passada que a situação na Ucrânia se caracteriza como uma guerra civil, o que transforma as áreas em conflito passíveis de serem condenadas por crimes de guerra. A ONU calcula que ao menos 1.129 pessoas morreram nos combates na região desde meados de abril, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira, e denuncia que o uso de armamento pesado em zonas residenciais. O texto também fala de 3.422 feridos.
Estes últimos dados divulgados pela ONU indicam um aumento considerável no número de vítimas no confronto na Ucrânia em relação ao balanço de 18 de julho, no qual a organização citou 256 mortos desde abril. A comissária da ONU para os Direitos Humanos afirmou ainda que as informações da intensificação dos combates nos redutos dos insurgentes, nas regiões de Donetsk e Lugansk, são "extremadamente alarmantes" e destacou que as duas partes "empregam armamento pesado em zonas residenciais, incluindo artilharia, tanques, foguetes e mísseis".
(Com agências France-Presse e EFE)

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