Fonte: IstoÉ
Um avião da companhia aérea líbia Afriqiyah Airways foi sequestrado nesta sexta-feira e desviado para Malta, onde quase todas as 118 pessoas a bordo já foram libertadas, anunciou o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat.
Um primeiro grupo de 25 mulheres e um bebê foram libertados pouco antes das 14H00 (11H00 de Brasília), seguido por outros grupos, somando um total de 109 pessoas libertadas, anunciou Muscat pouco depois das 14H30 (11H30 de Brasília) no Twitter.
Segundo Muscat, havia 28 mulheres, um bebê e 82 homens, além de sete membros da tripulação a bordo do Airbus A320 da companhia Afriqiyah Airways.
Segundo um correspondente da AFP no local, os passageiros desceram muito calmamente do avião, sem correr nem gritar. O aeroporto, que chegou a ser fechado, começou a retomar o tráfego e vários voos conseguiram pousar.
Segundo indicou à AFP uma fonte do Governo de União Nacional (GNA) em Trípoli, “piratas” sequestraram o avião e o desviaram para o aeroporto de La Valeta, em Malta.
O avião, que realizava um voo doméstico, havia decolado do aeroporto de Sabha (sul) e deveria pousar em Trípoli, capital da Líbia, mas desviou para Malta, pequena ilha Mediterrânea localizada 350 km ao norte de Trípoli.
As negociações para a libertação de todas as pessoas a bordo estão sendo conduzidas pelo chefe do Exército de Malta.
Um ou vários piratas
Na pista do aeroporto internacional Luqa de Malta, a aeronave foi rapidamente isolada. Veículos militares se posicionaram rapidamente e o avião foi cercado por soldados.
O aeroporto permaneceu fechado por várias horas. Vários voos, principalmente provenientes de Londres, Bruxelas e Paris, estavam previstos para esta sexta-feira.
Fontes do governo maltês indicaram à AFP que apenas um sequestrador estava a bordo e que ele segurava uma granada. Ele declarou que libertaria os passageiros se suas exigências, que não foram reveladas, fossem atendidas.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda do ditador Muammar Kaddafi em 2011 e várias milícias disputam o controle do território, apesar da instalação de um governo de unidade nacional (GNA), apoiado pela comunidade internacional.
O chefe deste governo, Fayez al-Sarraj, anunciou oficialmente no último sábado a libertação de Sirte, um reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI). O EI havia tomado a cidade natal de Muammar Kaddafi em junho de 2015 e desde então defendia sua fortaleza ferozmente, usando táticas de guerrilha urbana, escudos humanos e minas terrestres.
A perda de Sirte foi um grande revés para o EI, mas ainda há extremistas na Líbia, como evidenciado por um ataque suicida em Benghazi no domingo passado, e talvez esse sequestro em Malta.
O GNA espera sair fortalecido da batalha de Sirte, quando ainda luta para estabelecer a sua autoridade em um país devastado por conflitos.
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