Influenciados pela ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) e pelos índices de preços mais recentes, os economistas do mercado financeiro mudaram suas projeções para a inflação neste e no próximo ano. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 12, mostra que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2016 foi de 6,69% para 6,52%.
Há um mês, a mediana estava em 6,84%. Já o índice para o ano que vem caiu de 4,93% para 4,90%. Há quatro semanas, apontava 4,93%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2016 e 2017 é de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos porcentuais para este ano e de 1,5 ponto porcentual para o próximo.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para este ano caiu de 6,60% para 6,49%. Na prática, isso significa que estas casas enxergam uma inflação dentro da margem já em 2016. Para 2017, a estimativa foi de 4,76% para 4,55%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 6,83% e 4,81%.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,89% para 4,88% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4,93%
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para dezembro caiu de 0,55% para 0,52%. Um mês antes, estava em 0,60% No caso de janeiro, a previsão do Focus permaneceu em 0,62%, ante 0,63% de quatro semanas atrás.
Na última sexta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro ficou em 0,18% - abaixo das expectativas do mercado e da taxa de 0,26% de outubro. O resultado reforçou a percepção de que o Copom, em sua reunião de janeiro, vai acelerar os cortes da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 13,75% ao ano.
O próprio BC, na terça-feira passada, dia 6, havia passado indicações neste sentido ao publicar a ata do encontro do fim de novembro do comitê. Na quarta-feira, foi a vez de o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmar que um corte maior dos juros pode ser "o primeiro passo no ano que vem".
Preços administrados
O Relatório Focus mostrou, ainda, mudanças nas projeções para os preços administrados, mas apenas para 2017. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2016 seguiu em alta de 6,00%.
Para o próximo ano, a mediana foi de elevação de 5,30% para alta de 5,41%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,00% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,27% em 2017.
Nas projeções atuais, o BC espera alta de 5,5% para os preços administrados em 2016, de 5,9% para 2017 e de 5,3% para 2018.
Outros índices
De acordo com a análise da Focus, a mediana do IGP-DI de 2016 seguiu em 6,76% da última semana para esta. Há um mês, estava em 7,06%. Para o ano que vem, a mediana das previsões permaneceu em 5,04%. Quatro levantamentos atrás, estava em 5,30%. Os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 6,98% para 7,04% nas projeções dos analistas para 2016. Quatro levantamentos antes estava em 7,36%. Para 2017, a previsão foi de 5,22% para 5,06% - um mês atrás estava em 5,33%.
A mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2016 caiu de 6,31% para 6,30%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 6,59%. Para 2017, as expectativas para a inflação de São Paulo subiram de 5,12% para 5,39%, ante 5,06% de um mês antes.
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