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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Fiern é favorável à venda de ativos da Petrobras no Rio Grande do Norte

 

Fonte: Portal Grande Ponto 

Amaro Sales de Araújo, presidente do sistema FIERN | Foto: Divulgação/Fiern

A venda da totalidade de ativos da Petrobras no Rio Grande do Norte, anunciada pela empresa, na última segunda-feira (24), abre novas oportunidades para aquecer a economia potiguar. A avaliação é do presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, que considera a circunstância favorável à chegada de novas empresas e investimentos para o estado. O processo de venda trata da cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás natural do conjunto de 26 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, com instalações integradas, localizadas na Bacia Potiguar.

“O anúncio deste novo modelo, em que a Petrobras vai se desfazer de todos os seus ativos, aqui, nos traz, neste momento, uma certeza: virão novas empresas, novos protagonistas deste mercado de petróleo e gás, novos investimentos, novas oportunidades para o Rio Grande do Norte”, afirma Amaro Sales.  O Polo Potiguar compreende os subpolos Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana, totalizando 26 concessões de produção, 23 terrestres e três marítimas.

Ele lembra que a desmobilização, por parte da Petrobras, já vem acontecendo há algum tempo. E, à exemplo do que ocorreu com a venda dos campos maduros que, inicialmente, gerou receio e reflexão, o anúncio acendeu a esperança de atração de novos investidores para fazer frente a política de desinvestimentos adotada pela companhia.

“Quando a Petrobras anunciou a venda dos campos maduros tivemos um momento de reflexão, onde avaliamos que, ao longo de alguns anos, ela já estava sem fazer novos investimentos aqui. As novas empresas – 3R, Potiguar e outras – mostraram que vieram para investir para explorar novos campos e para trazer para o RN uma nova esperança na área de petróleo e gás”, afirmou.

O presidente da FIERN pondera que este fortalecimento da economia local não deve ocorrer de imediato, mas, com a mudança de operações para empresas menores, há o diferencial de uma gestão mais dedicada ao Rio Grande do Norte. “A Petrobras tem um olhar Brasil e estas empresas que estão ou virão para o Rio Grande do Norte tem um olhar aqui, na produção local, na produtividade daqui e na oportunidade de se produzir mais aqui”, observa.

A transferência dos campos maduros à iniciativa privada, na Bacia Potiguar, já apresenta resultados exitosos. Nos primeiros seis meses de operação, a empresa Potiguar E&P que assumiu o campo Riacho da Forquilha, em Mossoró, registrou crescimento de 29,6% na produção terrestre de petróleo no Rio Grande do Norte.

“As empresas que estão aqui hoje já tem uma produção acima do que a Petrobras tinha nestes campos que estão sendo explorados por estas novas empresas. Empresarialmente, as instituições privadas entendem que este é um novo tempo”, destacou Sales.

O secretário executivo da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Anabal Santos Júnior, observa que, nos últimos meses, o estado do Rio Grande do Norte tem sido o berço do renascimento da indústria onshore no Brasil, contribuindo para que a Bacia Potiguar mantenha o posto de maior produtora em terra do país, o que se comprova pelo fato de que o estado saiu na frente em face das primeiras transações resultantes do programa de desinvestimento da Petrobras.

Isso só foi possível, segundo ele, sobretudo na região de Mossoró, pela persistência de operadores independentes, como a Phoenix, Partex, Sonangol, Imetame, Petrosynergy, dentre outras que já operam há anos no estado e que continuam investindo na Bacia Potiguar, além da GeoPark que fez investimento exploratório recente. “Esse renascimento já mostrou toda sua força e pujança, como observada na última Mossoró Oil & Gas Expo, o maior evento do onshore do Brasil, realizada em novembro de 2019, e que trouxe de volta a esta cidade o título de Capital do Onshore Brasileiro”, disse o secretário da ABPIP.

Seguindo esse movimento, em abril, durante a pandemia, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aprovou o processo de cessão do Pólo de Macau para a empresa operadora 3R Petroleum, que assumiu os campos abrindo mais uma frente de investimentos e de incremento de produção, renda, empregos e royalties. “Esses exemplos com dados concretos, ilustra bem e comprova o potencial das bacias terrestres do Brasil quando operados por empresas independentes. Temos exemplos de sucesso também em outras bacias terrestres, em campos operados pelas empresas independentes já citadas”, observa o representante da ABPIP.

Segundo a Petrobras, a produção média do Polo Potiguar de janeiro a junho de 2020 foi de aproximadamente 23 mil barris de óleo por dia (bpd) e 124 mil m³/dia de gás natural.



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