Fonte: Galileu
As setas mostram os dados de posição e velocidade de 224 objetos usados para modelar a Via Láctea. As linhas pretas mostram as posições dos braços espirais da galáxia, enquanto as cores indicam grupos de objetos pertencentes a eles. (Foto: NAOJ)
A Terra está mais próxima do buraco negro da Via Láctea do que se imaginava anteriormente, segundo um estudo publicado no periódico Publications of the Astronomical Society of Japan. A descoberta foi realizada por cientistas do projeto japonês Exploração de Rádio Astrometria por Interferometria de Longa Linha de Base (Vera, na sigla em inglês), que desde 2000 foca em mapear velocidade tridimensional e estruturas espaciais na Galáxia.
O programa de pesquisa é notável, pois se baseia na astrometria, que é a medição precisa das posições e movimentos dos objetos. Realizar essa forma de observação é fundamental porque, como a Terra está localizada dentro da Via Láctea, é impossível vê-la de fora da galáxia, o que pode levar a imperfeições de teorias e cálculos.
Nesse estudo em particular, os estudiosos consideraram o Catálogo de Astrometria Vera e observações recentes de outros especialistas para construir um mapa de posição e velocidade. A partir disso, eles calcularam o ponto central da Via Láctea em torno do qual tudo gira.
De acordo com as análises, o esquema sugere que o centro da Galáxia (e o buraco negro supermassivo que lá reside) está localizado a 25.800 anos-luz da Terra — que, por sua vez, orbita a região à velocidade de 227 quilômetros por segundo (km/s).
Essas medições divergem dos valores adotados pela União Astronômica Internacional (UAI) desde 1985, que indicavam a distância entre o nosso planeta e o buraco negro e sua velocidade de órbita em 27.700 anos-luz e 220 km/s, respectivamente. O aumento, portanto, foi de 2 mil anos-luz em distância e 7 km/s em velocidade.
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