Santos/Arquivo TN
Jessyanne Bezerra
Repórter
A descoberta da margem equatorial e o reaquecimento da exploração onshore tem impulsionado a cadeia de óleo e gás, trazendo uma nova perspectiva econômica para o Rio Grande do Norte. Para o biênio 2024-2026, a previsão é de investimentos na ordem de R$ 15 bilhões no setor, concentrados nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Maranhão e Amazonas, majoritariametne na exploração onshore. Somente no Rio Grande do Norte, com destaque para as regiões do Oeste e Alto Oeste, o setor deve injetar cerca de R$ 4 bilhões em investimentos.
A projeção, baseada em portfólios de grandes empresas do segmento, constam em estudo da Vita Digital, e devem ampliar as oportunidades de novos negócios para empresas fornecedoras de bens e serviços potiguares. Ainda no estudo, Macau e a Salinas Cristal possuem investimentos previstos na ordem de R$ 521,7 milhões e R$ 179,5 milhões, respectivamente. A pesquisa mostra que 90% dos entrevistados apontou que o mercado está em plena retomada.
Segundo o estudo, cerca de R$ 2 bilhões do total serão investidos somente pelas operadoras privadas 3R Petroleum e Petro Victory, em operações no solo potiguar até 2026. Soma-se à lista de oportunidades elencadas no levantamento, investimentos na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com previsão de R$ 5 bilhões; outros R$ 3,4 bilhões, a partir da retomada de operações da Petrobras na Bahia, além da expansão de atividades nos estados do Maranhão e do Amazonas, onde, somente a Petrobras, investirá perto de R$ 3 bilhões.
Segundo o professor e engenheiro Antônio Batista, responsável pela apresentação do estudo, os dados revelam ainda que as oportunidades estarão presentes, também, no descomissionamento, que é a desmontagem de estruturas exploratórias – nicho pouco explorado por empresas potiguares.
“Várias empresas estão com ativos a descomissionar. Esse mercado representa oportunidades que somam R$ 3 bilhões. Um mercado que muitas vezes nem está no radar das empresas fornecedoras, mas que devem ser levados em consideração. Sem considerar o futuro com a Margem Equatorial, com a Petrobras aqui na Bacia Potiguar. Ou seja, temos uma imensa janela de oportunidades no setor”, alerta.
O cenário foi apresentado no Café com Energia, projeto desenvolvido pelo Sebrae Rio Grande do Norte em parceria com a Redepetro RN, realizado a cada dois meses para discutir temas relevantes do setor de óleo e gás, e que reuniu fornecedores de bens e serviços e operadoras.
Margem equatorial
A produção de petróleo na Margem Equatorial brasileira tem potencial para criar 326.049 novos empregos formais, sendo 54.304 no Rio Grande do Norte, segundo dados levantados pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em estudo inédito sobre o tema. Esse estudo aponta ainda que a extração pode adicionar R$ 65 bilhões ao PIB nacional e acrescentar R$ 3,87 bilhões à arrecadação indireta. No caso do RN, o vlor adicional ao PIB seria de R$ 10,8 bilhões, um acréscimo de 15,9%.
TRIBUNA DO NORTE
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