Fonte: CNN
A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre nesta segunda-feira (24) 9 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão contra 11 envolvidos na morte do pastor Anderson do Carmo de Souza. A deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD), mulher da vítima, foi indiciada acusada mandar matar o marido.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Flordelis não tem mandado de prisão emitido contra ela por ter imunidade parlamentar.
A Operação Lucas 12 é realizada em endereços da capital fluminense, Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do RJ, e em Brasília, no Distrito Federal. Até o momento, sete pessoas foram presas, sendo 6 no RJ e 1 no DF. Uma delas, presa em Brasília, é Rayane dos Santos Oliveira, neta de Flordelis.
Os alvos dos mandados de prisão preventiva são Marzy Teixeira da Silva (filha adotiva de Flordelis), Simone dos Santos Rodrigues (filha biológica), André Luiz de Oliveira (filho adotivo e ex-marido de Simone), Carlos Ubiraci Francisco da Silva (filho adotivo), Rayane dos Santos Oliveira (filha adotiva), Flávio dos Santos Rodrigues (filho biológico), Adriano dos Santos Rodrigues (filho biológico), Marcos Siqueira Costa e Andrea Santos Maia (mulher de Marcos Siqueira).
Pastor assassinado em 2019
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado dentro da própria residência no bairro de Badu, em Niterói, no dia 16 de junho de 2019. Na ocasião, Flordelis relatou em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto durante um assalto. Segundo ela, o casal foi seguido por suspeitos em uma moto quando voltava para casa.
O delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), informou que a primeira fase da investigação identificou Flávio dos Santos Rodrigues como executor do crime, e Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal, como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
Na segunda fase da investigação, foi constatado através de provas e ações de inteligência que Flordelis foi a mandante do homicídio do marido. A principal motivação para o crime seria disputa de poder e emancipação financeira dela.
Investigações
A deputada foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
De acordo com a denúncia apresentada à Justiça, Flávio dos Santos Rodrigues "atirou diversas vezes contra Anderson do Carmo de Souza". Flordelis é suspeita de arquitetar o homicídio, ordenar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio.
O MPRJ informou que a deputada financiou a compra da arma utilizada na ação e avisou os envolvidos sobre a chegada do marido no local, segundo a denúncia.
Flordelis também é suspeita de tentar envenenar o marido ao menos seis vezes antes do homicídio consumado.
Advogado nega acusações
O advogado de Flordelis, Anderson Rollemberg, esteve na DHNSGI, na Região Metropolitana do RJ. Ele afirmou que a deputada é inocente e que a investigação está equivocada, e também refutou a hipótese de disputa financeira.
"Ela não tinha ingerência sobre o dinheiro. Ela é cantora gospel, líder religiosa e parlamentar. A questão dela sempre foi dar o melhor para necessitados. Por isso tinha mais de 50 filhos. Para a defesa, está havendo um grande equívoco no desfecho da investigação", disse Rollemberg.
A DHNSGI vai encaminhar à Câmara dos Deputados uma cópia do inquérito com o resultado da investigação para adotar as medidas administrativas cabíveis. O processo pode levar ao afastamento da parlamentar para que ela responda pelo crime na prisão.
A ação desta manhã é realizada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio da DHNSGI, e pelo MPRJ, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), do Grupo de Apoio Especializado em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), do GAECO/MPDFT e da Polícia do Distrito Federal.
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