Em ofício obtido com exclusividade pela CNN, os empresários alertam que se o Congresso acatar a proposta de Fernando Haddad, pode provocar “grave insegurança jurídica e elevado risco aos empregos durante eventual tramitação da MP”.
As entidades signatárias do documento expressam indignação com o movimento da equipe econômica e preocupação com risco de esvaziamento da competência do Legislativo.
Os empresários alegam ainda inconstitucionalidade da medida provisória que suportaria a “urgente devolução ao Poder Executivo para que possa, pelo menos, republicá-la suprimindo os trechos referentes à desoneração da folha dos setores”.
A mensagem a Pacheco também alerta que se a tramitação da medida provisória for mantida normalmente, é provável que as empresas sejam forçadas a fazer ajustes em seus quadros e investimentos já no primeiro trimestre de 2024, “o que poderá provocar demissões em massa”, diz o documento.
“Vamos lembrar que para editar uma medida provisória é preciso que o tema tenha urgência e que ainda não tenha sido apreciado pelo Legislativo. Portanto, essa é MP é inconstitucional. A prorrogação da desoneração foi discutida por sete meses no Congresso, com duas votações no Senado, uma na Câmara e, finalmente, a derrubada do veto presidencial. Além do fato da MP ter sido apresentada a dois dias de acabar o ano. É uma afronta ao Legislativo”, disse à CNN um dos executivos envolvidos na confecção do ofício enviado ao presidente do Senado.
Pela proposta do Ministério da Fazenda, os setores seriam divididos entre aqueles que vão pagar mais e outros que terão benefício maior. O governo ainda criou um escalonamento para o cálculo de pagamento dos impostos, considerando alíquotas diferentes para o que incide sobre o valor de um salário mínimo, e outro sobre salários acima disso.
“O teor da MP como publicada hoje terá um efeito prático imediato de aumentar significativamente o custo da folha de pagamento, desincentivando as contratações e gerando, imediatamente, demissões nesses 17 setores que, por serem intensivos no uso de mão-de-obra”, disse.
TRIBUNA DO NORTE
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