Foto: Magnus
O Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, no conjunto Parque dos Coqueiros, zona Norte de Natal, enfrenta dificuldades de encontrar profissionais para fechar as escalas médicas na unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica, o que ameaça o atendimento. Entre os principais obstáculos estão a localização do hospital e atrasos nos pagamento.
De acordo com a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap), “o caso se deu pela saída de diversos profissionais da escala da empresa contratada para a prestação do serviço”. A pasta afirmou ainda que realizará reuniões nos próximos dias, “para definir as ações e garantir o pleno atendimento aos pacientes”.
A Sesap apontou ainda que em média 25 crianças e adolescentes se internam, por mês, na UTI pediátrica. A unidade comporta dez leitos na pediatria e conta com profissionais terceirizados, via cooperativa, para os plantões. Somente a coordenadora dessa seção é servidora efetiva.
Para o presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte (Sopern), Reginaldo Holanda, a localização do hospital é uma razão para o desinteresse dos pediatras. Além disso, ele relatou que os honorários dos médicos não são pagos em dias fixos. “Se fechar dez leitos de UTI pediátrica por falta de acordo, de ajustes, vai ser um aumento de mortalidade de crianças e adolescentes, especialmente nessa época do ano, onde existe uma demanda imensa por leitos de UTI, por causa dos problemas respiratórios que ocorrem de fevereiro a junho”, alerta Holanda.
Para ele, o Estado precisa agir para evitar que a situação piore. “O Estado tem que fazer tudo o que é necessário para evitar o fechamento desse serviço porque isso seria um crime contra a saúde das crianças e adolescentes do Rio Grande do Norte”, pontua.
O Sindicato de Médicos do Estado do RN (Sinmed RN) também tem acompanhado a situação das UTIs pediátricas e de neonatologia, que fazem do Maria Alice Fernandes uma referência na urgência e emergência. O médico Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed/RN, disse que as ameaças de fechamento de UTI são recorrentes, porque não há concursos e que os pediatras não têm interesse em aceitar os plantões pelas cooperativas, devido os pagamentos que atrasam.
Segundo ele, o Sinmed/RN propõe buscar associados para atender de forma emergencial, mas, ainda assim, é difícil. “Nós atuaremos de todas as formas, junto às promotorias e aos canais competentes do Legislativo para, se for necessário, abrir exceção para concurso, valorização salarial, permitir a terceirização com pagamento diferenciado”, completou.
Tribuna do Norte
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