OUÇA AQUI! A RÁDIO MELODIA CABUGI, 1º LUGAR EM AUDIÊNCIA NA CIDADE DE LAJES-RN

1º lugar em audiência na cidade de LAJES-RN

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Remessas ao exterior: instituições financeiras digitais avançam no mercado


 Imagem criada com ajuda de Inteligência Artficial

Desde o final de 2024 até o mês passado, informações do Banco Central mostram que o volume movimentado pelo mercado de remessas ao exterior cresceu quase 12%.~

Nele, quem anda dominando o jogo são os players digitais — que já ocupam as três primeiras posições do ranking de quantidade de transações do Brasil ao exterior, ultrapassando instituições consolidadas como a centenária Western Union.

Cassio Segura, diretor de operações internacionais do Inter, avalia que o perfil cada vez mais globalizado do brasileiro têm contribuído para a expansão do mercado. No ranking atualizado do BC, a instituição firmou 2º lugar em quantidade de transações do tipo.

A instituição fica atrás apenas da Wise, somando 1,77 milhão de transações. Em seguida, acompanha o Ouribank (1,74 mi); Western Union (1,1 mi); Avenue (686 mil); Topázio (487 mil); Itaú Unibanco (418 mil); Santander (410 mil) e Banco do Brasil (297 mil).

Perfil do investidor

Dentro do banco, Segura explica o perfil do investidor que está realizando as remessas: investidores que desejam adentrar o mercado norte-americano e investir em suas empresas; adeptos às compras no exterior; e os chamados global workers (trabalhadores globais, na tradução ao português), funcionários que, do seu próprio país, prestam serviços remotamente para uma empresa estrangeira, recebendo salários em outra moeda.

Segura também destaca as pequenas e médias empresas (atualmente, 25 mil delas possuem conta global com o Inter), que têm utilizado as remessas para prestação de serviços e exportações. Movimento esse também indicado pelo ranking do BC: a Ouribank, em terceiro lugar, tem modelo de negócio voltado exclusivamente às PMEs.

Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, afirma que os clientes da fintech usufruem do serviço, majoritariamente, para a construção de uma reserva financeira em dólar (com a compra de títulos de curtíssimo prazo no Tesouro americano, por exemplo).

Mas há também espaço para um perfil mais arrojado: em segunda posição, estão os investimentos em ETF's do S&P 500, papeis das principais gigantes de tecnologia americanas e criptoativos.

Segurança, rapidez e preço justo

Seja por salário, amor às compras ou investimentos, fato é: consumidores tem preferido, cada vez mais, bancos digitais para firmarem estas operações de câmbio.

Segundo uma pesquisa do começo do ano feita pela SoluCX, praticidade e facilidade são os principais fatores que levam brasileiros a optarem por contas digitais (62%), seguido por segurança (16%) e custos (7%).

Para Paula, da Nomad, no caso do uso de dinheiro no país, as contas digitais globais oferecidas pelas instituições financeiras são opções vantajosas pela praticidade e pelo custo benefício. "Você pode fazer as remessas, formar seu preço médio sem precisar ir a uma casa de câmbio, além de sacar dinheiro com taxas muito mais baixas", analisa.

"O consumidor quer segurança, rapidez e preço justo. O mercado como um todo está se movimentando nessa linha", reforça Segura.

"O Inter oferece conta global, gratuita, com spread justo; cartão de débito e crédito em dólar, além de descontos e marketplace internacional. Justamente por isso, assumimos esta posição no ranking as remessas".

Stablecoins: nova alternativa ao mercado?

A novela entre o governo federal e o Congresso em torno do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) manchou de incerteza o mercado de câmbio. Isso levantou a bola para as stablecoins: por não serem consideradas ativos financeiros no país, estão isentas de impostos sobre esse tipo de operação.

Segundo Sofia Duesberg, gerente-geral regional da Conduit (companhia de acessibilização de produtos financeiros a fintechs), o nome do criptoativo já deve tranquilizar o usuário: os ativos são, necessariamente, pareados em algum ativo estável ou cesta de ativos.

No caso das remessas, as criptos mais utilizadas são a Tether e a USD Coin — ambas pareadas em dólar.

"Além disso, as stablecoins unem sistemas de pagamentos que funcionam muito bem regionalmente", diz Sofia Duesberg. Ela exemplifica: quando a Conduit faz uma operação para a Europa, por exemplo, recebe o dinheiro no Brasil via Pix, converte os valores em stablecoins e envia além-mar via SEPA (Single Euro Payments Area,uma espécie de Pix europeu). Isso faz com que a transação seja finalizada em minutos (outra vantagem da modalidade, segundo a especialista).

Segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Câmbio (Abracam) em fevereiro, 50% das empresas de câmbio no Brasil planejam realizar operações com stablecoins. Banco Inter incluso: Segura afirma à CNN que o banco já trabalha para oferecer esta alternativa aos seus clientes.

No longo prazo, a ideia é criar a própria stablecoin da casa. "Como alternativa a essas remessas, elas vieram para ficar”, avalia.

*Publicado por Sofia Kercher, em colaboração para a CNN, em São Paulo

Prefeitura de Lajes reforça compromisso com o funcionalismo público em mais duas aposentadorias pela PrevLajes


 A Prefeitura de Lajes, por meio da PrevLajes, segue reafirmando o compromisso de valorização e respeito aos servidores municipais. Nesta quinta-feira (04), o prefeito Felipe Menezes, acompanhado da diretora da autarquia, Rejane Moreira, participou da solenidade que marcou a aposentadoria das servidoras Maria José Miranda e Maria das Graças Gomes da Silva.

O momento foi de emoção e reconhecimento pelo trabalho prestado ao longo dos anos em favor da administração pública municipal. Segundo o prefeito Felipe Menezes, a cerimônia representa mais do que um ato administrativo:

"É um gesto de gratidão. Cada servidor que encerra sua trajetória deixa um legado de dedicação e serviço ao nosso povo. Nossa gestão tem como princípio respeitar e cuidar daqueles que construíram a história da Prefeitura de Lajes", destacou.

As aposentadorias celebradas hoje simbolizam também a solidez da PrevLajes, que vem garantindo segurança, transparência e responsabilidade na condução da previdência municipal.

Para a diretora Rejane Moreira, a valorização do servidor é um eixo central do trabalho: “Estamos cuidando não só das obrigações legais, mas do bem-estar e da dignidade daqueles que dedicaram suas vidas ao serviço público.”

Com um clima de alegria e confraternização, as servidoras receberam o carinho de colegas, familiares e autoridades, iniciando uma nova etapa de vida marcada pela conquista do descanso merecido após anos de dedicação.

A Prefeitura de Lajes, através da PrevLajes, reafirma, assim, o compromisso de manter a responsabilidade previdenciária e a valorização do funcionalismo público como prioridade em sua gestão.

PEC dos precatórios será promulgada na terça-feira (9)


 Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Aproposta de emenda à Constituição que altera as regras sobre o pagamento de precatórios (PEC 66/2023) foi aprovada pelo Plenário do Senado, em segundo turno. A medida foi aprovada sem mudanças em relação ao texto que havia sido aprovado na Câmara, e agora irá à promulgação — que está prevista para a próxima terça-feira (9), às 15 horas.

O texto tira os precatórios do limite de despesas primárias da União a partir de 2026. Também limita o pagamento dessas dívidas por parte de estados e municípios. E, além disso, refinancia dívidas previdenciárias desses entes com a União. A votação ocorreu na terça-feira (2).
Na prática, a medida alivia a situação de estados e municípios ao permitir que paguem dívidas judiciais em parcelas menores e com prazo mais longo. E ajuda o governo federal a cumprir a meta fiscal — ao retirar parte desses gastos do teto de despesas.

Durante a votação da matéria, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que a proposta “fortalece o municipalismo brasileiro”.
O texto principal da PEC havia sido aprovado pelo Plenário do Senado em primeiro turno no mês de julho, quando ficaram pendentes de votação os destaques (pedidos de mudança no texto). Nesta terça-feira, após a rejeição dos destaques, a PEC foi aprovada em segundo turno.

Destaque

A votação de um destaque apresentado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) provocou debate entre os senadores. O destaque buscava excluir da proposta a autorização para que créditos suplementares e especiais abertos em 2025 passem a compor o limite de despesas a partir de 2026.

“O governo se utilizou desse instrumento para inserir mais um jabuti, do ponto de vista da expansão fiscal, afetando fortemente a dívida pública, impedindo a queda dos juros, fazendo com que a atividade econômica, de uma forma geral, seja impactada”, disse o senador Rogerio Marinho (PL-RN), líder da oposição, ao defender esse destaque.

De acordo com senador Jaques Wagner, o trecho que os oposicionistas queriam excluir dá ao governo espaço fiscal para acomodar precatórios no Orçamento a partir de 2026 e pagar R$ 12 bilhões de licença-maternidade, decorrentes de uma decisão do STF.

Tribuna do Norte

Pix: novas regras ajudam a recuperar dinheiro roubado


 Foto: Magnus Nascimento

O Banco Central do Brasil (BC) anunciou novas regras para o Mecanismo Especial de Devolução (MED), um sistema de segurança do Pix para restabelecer valores a vítimas de golpes, fraudes ou coerção. As alterações permitirão que o sistema financeiro possa rastrear o caminho percorrido pelas transferências, compartilhando essas informações entre os bancos envolvidos. Atualmente, a devolução dos valores nesses casos só ocorre a partir da conta usada originalmente no crime, o que dificulta a recuperação, já que os fraudadores costumam transferir rapidamente o dinheiro para outras contas.

A nova versão do MED estará disponível a partir de 23 de novembro e se tornará obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026. Outra novidade é que a partir de 1º de outubro o MED funcionará de forma totalmente digital, sendo operado pelos aplicativos por meio de autoatendimento.

Com as novas regras, a devolução dos valores poderá ser efetivada em até 11 dias após a contestação. O Banco Central espera diminuir as fraudes com essa medida: “O BC espera que, com essa medida, aumente a identificação de contas usadas para fraudes e a devolução de recursos, desincentivando fraudes. O compartilhamento dessas informações impedirá ainda o uso dessas contas para novas fraudes”, disse o BC por meio de nota.

A ideia também é limpar o mercado de registros fraudulentos e garantir que apenas contas legítimas participem do sistema. Ao rastrear as transações para seguir o caminho final do suposto beneficiário, o sistema irá bloquear imediatamente as contas envolvidas em tentativas fraudulentas.

Na avaliação do economista Ricardo Valério, superintendente do Conselho Regional de Economia (Corecon/RN), a implementação de regras mais rígidas e o aumento da vigilância sobre as transações beneficiarão significativamente os consumidores.

“Por essa importante ferramenta, o MED, o Banco Central vai fazer um cadastro geral de exclusão de CPFs e CNPJs irregulares, muitos em nome de laranjas e mulas, para criar as barreiras contra os golpes diários”, explica.

Além de garantir um processo mais seguro, essas mudanças têm como objetivo aumentar a confiança dos brasileiros no Pix, ampliando a adoção do sistema e, ao mesmo tempo, prevenindo fraudes e golpes. O sistema de autoatendimento para contestação de transações vai oferecer mais facilidade para os usuários, que não precisarão mais recorrer às centrais de atendimento dos bancos.

O Mecanismo Especial de Devolução existe desde 2021 e pode ser utilizado mediante comprovação de fraude ou erros operacionais da instituição financeira. A ferramenta é indisponível para casos de transferências para pessoa errada por erro do próprio usuário, desacordos comerciais e casos entre funcionários de boa-fé.

Comportamento consciente do consumidor

Apesar das melhorias nas ferramentas de devolução, a principal forma de prevenção contra golpes continua sendo o comportamento consciente do consumidor. Para o especialista em segurança digital, Rodrigo Jorge, segurança digital é uma via de mão dupla: tecnologia robusta das instituições e comportamento seguro dos usuários.

“É fundamental desconfiar de pedidos com urgência, checar os dados do recebedor, usar biometria e bloqueio de aplicativos bancários, manter limites de valor e, em caso de golpe, acionar imediatamente o banco e registrar boletim de ocorrência”, explica o especialista.
As instituições financeiras também devem investir em Inteligência Artificial para proteger os clientes. “O desafio é investir em inteligência artificial e análise de comportamento para identificar transações suspeitas em

tempo real e continuar fortalecendo campanhas de conscientização”, sugere.
Caso o consumidor seja vítima de golpes, é necessário agir rapidamente. “Acionar imediatamente o banco e registrar Boletim de Ocorrência”, orienta Rodrigo Jorge. Conforme o Datafolha, cerca de 24 milhões de pessoas foram vítimas de golpe do pix ou boleto falso somente em julho de 2025.

Novas formas de golpe podem surgir

O advogado Cyrus Benavides, presidente da Comissão de Relações de Consumo da OAB/RN, alerta que ainda que as mudanças no MED sejam positivas, novas formas de golpe podem surgir.

“Os golpistas vão se aperfeiçoando à medida que vão surgindo normas de segurança que vão atrapalhando ou impedindo práticas antigas. Mas o que eu vejo é que essa situação vai trazer uma possibilidade muito maior de reaver valores e chegar em golpistas”, disse o advogado.

Em casos de golpes envolvendo transferências via pix, o advogado orienta que o consumidor adote medidas de forma imediata: “Entrar em contato com o gerente do banco, fazer um boletim de ocorrência para comunicar à autoridade policial e ter esse documento como público compatível para que ele possa, posteriormente, ir para possíveis ressarcimentos judiciais ou juntar ao banco. E terceiro, a contestação”, explica Benavides.

Tribuna do Norte

HOJE! Agricultores de Lajes recebem raquetes de palma forrageira em ação da EMPARN e SEDRAF:

 


Nesta quinta-feira (04), a partir das 8h, a sede da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (SEDRAF) será palco de uma importante ação voltada ao fortalecimento da agricultura no município de Lajes. Em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), será realizada a distribuição de raquetes de palma forrageira, cultura fundamental para a alimentação animal e a segurança hídrica do rebanho em períodos de estiagem.

Cada agricultor cadastrado terá direito a receber 100 raquetes, que poderão ser utilizadas para plantio imediato. O cadastro será feito no ato da entrega e, posteriormente, encaminhado às instituições financeiras, abrindo possibilidade de acesso a linhas de crédito e financiamento para o desenvolvimento da atividade rural.

De acordo com os organizadores, toda a quantidade disponível será distribuída ainda no mesmo dia, reforçando a necessidade de que os agricultores interessados compareçam pontualmente para garantir sua participação.

A iniciativa busca não apenas apoiar o produtor rural com o insumo, mas também estimular práticas sustentáveis e assegurar melhores condições de produção para a pecuária do semiárido potiguar

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Governo publica portaria que prorroga prazo do drawback em meio ao tarifaço


  Divulgação/Porto de Santos

A portaria que regulamenta a prorrogação do regime de drawback por um ano para empresas afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos foi publicada nesta terça-feira (2), em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).

A informação havia sido antecipada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), em entrevista à CNN nesta segunda-feira (1°).

A medida determina que empresas prejudicadas pelas tarifas de 50% dos Estados Unidos e que utilizam o regime de drawback terão um ano adicional para concluir as exportações ao mercado americano que foram contratadas até o final de 2024, sem cobrança de tributos, juros ou multas.

A destinação dos produtos poderá ser realizada tanto para os Estados Unidos quanto para outros países.

O regime de drawback permite que empresas comprem, sem pagamento de impostos, insumos necessários para produção de bens que serão exportados futuramente.

A medida faz parte do Plano Brasil Soberano, que engloba uma série de medidas para diminuir os impactos às empresas exportadoras após a aplicação das tarifas de 50% pelo governo de Donald Trump.

Em comunicado do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Alckmin garante que "a prorrogação do drawback vai impedir que os exportadores prejudicados pelo tarifaço tenham de arcar com impostos ou multas no caso de não conseguirem cumprir com suas obrigações".

O documento ainda destaca que, dos mais de US$ 40 bilhões em produtos exportados para os Estados Unidos, cerca de US$ 10,5 bilhões (26%) foram beneficiados pelo regime, o que representa quase mil empresas.


Lajes segue firme no caminho do progresso — e será sempre a pedra no sapato de Luís.


 Lajes vive um momento de transformação que desmonta o discurso vazio daqueles que ainda insistem em carregar a bandeira da velha política. Sob a liderança firme do prefeito Felipe Menezes, o município conquistou respeito e destaque em todo o Rio Grande do Norte, sendo notícia nas principais mídias como exemplo de desenvolvimento e gestão moderna.

Entre as marcas desse novo tempo está a UPA – Unidade de Pronto Atendimento Edivan Secundo Lopes, referência na saúde regional e orgulho para a população. No setor agropecuário, a EXPOLAJES consolidou-se como a maior exposição de caprinos e ovinos do estado, movimentando a economia, atraindo investidores e mostrando que Lajes sabe unir tradição e inovação.

Esses avanços consolidam Felipe Menezes como um gestor de resultados. E, para aumentar ainda mais a inquietação do político frustrado, a presença do deputado federal  Robinson Faria em eventos da cidade serviu como um recado claro: Lajes está no radar estadual, atrai atenção de lideranças de peso e não pode mais ser ignorada. 

O incômodo foi grande  afinal, ver o prestígio de Lajes crescer enquanto o “homi” amarga o isolamento é golpe duro para quem já não consegue juntar nem discurso, nem aliados.

A diferença é gritante: de um lado, Felipe Menezes fortalecendo o nome de Lajes em todo o RN; do outro, um político ultrapassado, inconformado com a derrota de 2024, preso ao rancor e à mesquinhez.

O povo de Lajes já deu sua resposta e voltará a reafirmá-la em 2026: a cidade não se curva a projetos pessoais derrotados, nem às frustrações de quem torce contra. Lajes segue firme no caminho do progresso — e isso incomoda quem só sabe viver de passado.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Relatora da ONU alerta para tortura em guerra entre Rússia e Ucrânia


 Foto: UNHumanRightsCouncil/Reprodução Agência Brasil

Tortura e maus-tratos de prisioneiros fazem parte da estratégia usada na guerra entre Rússia e Ucrânia. A avaliação é da relatora especial das Nações Unidas sobre Tortura e o Tratamento Cruel, Desumano ou Degradante, Alice Jill Edwards, em entrevista exclusiva à Agência Brasil, no marco dos três anos e meio de início do atual conflito.Relatora da ONU alerta para tortura em guerra entre Rússia e Ucrânia - Agora RNRelatora da ONU alerta para tortura em guerra entre Rússia e Ucrânia - Agora RN

Edwards, que já esteve na Ucrânia após a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, defende que reparações para vítimas e sobreviventes de violações de guerra, dos dois lados do conflito, devem fazer parte das negociações e do acordo de paz final.

Formada em direito, Alice Edwards trabalha para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), sediado em Genebra, na Suíça. O ACNUDH é a principal entidade da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável por promover e proteger os direitos humanos globalmente. Ela conversou com a Agência Brasil por e-mail.

A representante da ONU já escreveu diversos artigos com base em relatos obtidos por ex-prisioneiros, parentes e advogados. Na Ucrânia, ela teve acesso a civis e militares que estiveram sob custódia russa, dos quais obteve “testemunhos angustiantes sobre os métodos de tortura supostamente usados ​​contra eles”.

Em um dos documentos divulgados pela ONU após esses encontros, Alice Jill Edwards escreve que uma forma de tortura relatada a ela com frequência foi o uso de cargas elétricas nas orelhas e genitais. Outras formas vão desde abuso verbal e espancamentos até simulações de execuções sob a mira de armas e afogamento.

A representante da ONU também relatou casos de pessoas obrigadas a ficar em posições de estresse, ameaçadas de estupro ou morte e filmadas enquanto eram forçadas a confessar crimes.

Ainda segundo o documento, “cerimônias de humilhação”, durante as quais prisioneiros eram abusados ​​e ridicularizados, pareciam “ser comum”. Os maus-tratos incluíam fome, celas lotadas e insalubres, violência sexual, além de incomunicabilidade com familiares. Muitos entrevistados contaram ter ouvido mulheres gritando e chorando. Um detento teria perdido cerca de 40 quilos como resultado da fome durante meses de detenção. Há casos em que a violência levou à morte.

Agência Brasil buscou contato com as embaixadas da Rússia e da Ucrânia no Brasil, mas não recebeu retorno das representações diplomáticas e está aberta a comentários.

Estratégia de guerra

A conclusão da enviada da ONU de que a tortura faz parte da estratégia de guerra da Rússia foi construída com base “na escala, abrangência geográfica, organização e objetivos da tortura”.

“Concluo que faz parte da estratégia de guerra russa – para extrair informações e inteligência, incutir medo e submissão nas populações ocupadas e punir aqueles que demonstram lealdade ou apoio à Ucrânia”.

Alice Edwards enfatiza que os casos de tortura não se tratam de comportamento isolado ou pontual. “É algo claramente organizado e realizado rotineiramente com finalidades militares específicas”, ressalta.

Sobre o tratamento dispensado pelos ucranianos, a relatora afirma que “há também alegações de tortura e outros maus-tratos por forças ucranianas contra cativos russos, que também devem ser investigadas e cujos responsáveis devem ser processados de maneira justa e imparcial”.

Acesso nos países

Alice Jill Edwards disse à Agência Brasil que o acesso aos prisioneiros e locais de detenção não se deu da mesma forma nos dois países envolvidos na guerra. A abertura encontrada na Ucrânia contrasta com o tratamento recebido no país vizinho. “A Federação Russa recusou meus pedidos de visita a áreas ocupadas pela Rússia ou ao próprio território russo”, afirma.

“Visitei a Ucrânia em setembro de 2023. Tive acesso livre a qualquer local onde pessoas estivessem privadas de liberdade e visitei um campo de prisioneiros de guerra em Lviv, que, na época, abrigava cerca de 300 detidos russos”, descreve. “Encontrei dezenas de vítimas e sobreviventes da tortura russa. Desde então, tive acesso a mais de uma centena de testemunhos de vítimas e sobreviventes ucranianos”, completa.

Direito internacional

A relatora especial do ACNUDH esclarece que o direito internacional, por meio das Convenções de Genebra de 1949, garante tratamento humano e digno durante a detenção, e que prisioneiros de guerra têm um status especial de proteção.

“A proibição internacional da tortura é absoluta em todas as circunstâncias, inclusive em tempos de guerra – não há exceções, imunidades ou prazo de prescrição para processos, e o acusado não pode alegar como defesa que estava apenas seguindo ordens superiores”, frisa.

Edwards reforça que a tortura e outros atos desumanos são crimes de guerra e acrescenta: “Quando parte de um ataque generalizado ou sistemático contra a população civil, constituem crimes contra a humanidade”.

Tanto Rússia quanto Ucrânia são signatárias das Convenções de Genebra, lembra a representante da ONU. “Por isso, são obrigadas a tratar todos os prisioneiros de guerra de forma humana, em todos os momentos, desde a captura até a libertação e repatriação”, ressalta. “Os prisioneiros devem sempre ser protegidos, em particular contra atos de violência ou intimidação, insultos e exposição pública”.

Caminho para a paz

A duração do conflito é um indicativo de que negociações para a paz entre Rússia e Ucrânia estão travadas. Um dos poucos entendimentos entre as duas nações tem sido a troca de prisioneiros de guerra. Em junho, um acordo envolveu 1,2 mil detentos de cada lado do conflito.

A relatora especial da ONU defende que justiça e reparação para vítimas e sobreviventes de violações de guerra devem fazer parte das negociações e de um acordo final.

“A paz não será restaurada apenas com soluções de segurança e território”, diz.

Alice Edwards faz questão de afirmar que, mesmo depois de um eventual acordo de paz, os casos de violações precisam ser investigados.

“O dever de investigar e processar a tortura recai sobre ambos os países e é uma obrigação sem limite temporal”, aponta. “As vítimas e sobreviventes são muito resilientes e continuarão buscando justiça e verdade mesmo muito tempo depois do fim das hostilidades”, finaliza.

Rússia x Ucrânia 

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, está relacionada à disputa de influência sobre o Leste Europeu e à busca de Moscou por uma esfera de segurança russa com o fim da União Soviética, em 1991, da qual os dois países faziam parte. Em 2014, a Rússia já havia avançado sobre o território ucraniano e tomado a Crimeia, península estratégica junto ao Mar Negro.

A aproximação da Ucrânia e da Europa Ocidental, com possíveis adesões de Kiev à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foram apontadas pelo governo da Rússia como ameaças potenciais, já que trariam a aliança militar liderada pelos Estados Unidos à sua fronteira imediata.

Com a invasão à Ucrânia, os russos conseguiram ocupar províncias do leste do país, onde há grande influência da cultura e da língua russas. A definição do futuro desses territórios está entre as grandes dificuldades das negociações para o encerramento do conflito: Moscou não planeja devolvê-los, e Kiev reluta em entregá-los e diz que um cessar-fogo é essencial para que haja negociação.

Desde a posse de Donald Trump, os Estados Unidos modificaram sua postura de apoio à Ucrânia e passaram a pressionar o país a considerar um acordo que inclua concessão de territórios. A Europa Ocidental, entretanto, busca garantias de que a Rússia não vai avançar mais no território ucraniano ou contra outros países europeus.

Na semana passada, Trump se reuniu com o Vladimir Putin em uma base militar no Alasca, para tratar do conflito, e recebeu Volodymyr Zelensky e líderes europeus na Casa Branca três dias depois. As conversas, entretanto, não conseguiram estabelecer um acordo de cessar-fogo.

Agência Brasil

Inscrições abertas para a Copa Rural 2025 em Lajes


 A Prefeitura de Lajes, por meio da Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (SEJET), abriu nesta semana as inscrições para a Copa Rural 2025, uma das competições esportivas mais tradicionais do município.

Os interessados têm até o dia 15 de setembro para garantir a participação de suas equipes. As inscrições devem ser feitas na sede da SEJET, no horário das 8h às 13h, mediante apresentação de um documento oficial com foto.

A Copa Rural é conhecida por mobilizar atletas e torcedores de diversas comunidades da zona rural, promovendo integração, lazer e o fortalecimento do esporte amador.

Segundo a organização, a expectativa é de mais uma edição marcada por grandes jogos, rivalidade saudável e momentos de confraternização.

Fiocruz produz remédio para atrofia muscular espinhal


 Foto: Freepik

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmou parceria com as empresas Hypera Pharma e Aurisco Pharmaceutical para o desenvolvimento e a fabricação nacional do medicamento Nusinersena, usado no tratamento da Atrofia Muscular Espinhal 5q (AME). A assinatura da sociedade ocorre no contexto do Agosto Roxo, mês de conscientização sobre a doença.

A iniciativa faz parte da estratégia do Novo Programa de Aceleração do Crescimento da Saúde, do Ministério da Saúde, “para fortalecer a produção local de medicamentos e biotecnológicos no país, reduzir a dependência externa e ampliar o acesso da população brasileira a terapias de alta complexidade”, diz a Fiocruz. 

A fundação destaca que o remédio vem sendo fornecido no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2019, mas que a parceria, além de trazer economia aos cofres públicos, tem o diferencial de incorporar uma plataforma tecnológica inédita no país. 

“A proposta permitirá ao Brasil desenvolver plataforma nacional de produção de oligonucleotídeos, que tem o potencial para ser utilizada também no desenvolvimento de medicamentos para outras doenças”, informa a instituição.

De acordo com o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a transição demográfica impõe a necessidade de ampliar a carteira de produtos direcionada também ao tratamento da AME. A  introdução do medicamento Nusinersena reflete a estratégia.

“A implementação da plataforma, pioneira na América Latina, reforça o papel da Fiocruz como base científica, tecnológica e industrial do SUS, elegendo como prioridade a inovação que garante o acesso da população a produtos pioneiros.”

A diretora de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Rosane Cuber ressalta que esse projeto demonstra o compromisso científico e tecnológico de Bio-Manguinhos com a inovação, a sustentabilidade e a ampliação do acesso a tratamentos de ponta. “Nossa colaboração com a Hypera Pharma, Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Ministério da Saúde para garantir um medicamento seguro, eficaz e acessível à população brasileira é um momento histórico para nossa empresa”, disse o representante da Aurisco no Brasil, Marco Oliveira.

Tecnologia inovadora

O medicamento Nusinersena é um oligonucleotídeo antisense (ASO), que atua na produção de uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores afetados pela Atrofia Muscular Espinhal 5q (AME). A Bio-Manguinhos/Fiocruz passará a produzir o produto de forma integral no país.

O projeto será executado em fases com monitoramento contínuo desde a submissão do projeto até a verificação da internalização da tecnologia.

“Ao final do processo, Bio-Manguinhos/Fiocruz estará plenamente capacitado para produzir o medicamento em território nacional, com total domínio tecnológico”, informou a Fiocruz.

A fundação destaca que o remédio vem sendo fornecido no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2019, mas que a parceria, além de trazer economia aos cofres públicos, tem o diferencial de incorporar uma plataforma tecnológica inédita no país. 

De acordo com o presidente da fundação, Mario Moreira, a transição demográfica impõe à Fiocruz a necessidade de ampliar sua carteira de produtos direcionada também ao tratamento da AME e a introdução desse novo produto reflete a estratégia. “A implementação dessa plataforma, pioneira na América Latina, reforça o papel da Fiocruz como base científica, tecnológica e industrial do SUS, elegendo como prioridade a inovação que garante o acesso da população a produtos pioneiros.”

A diretora de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Rosane Cuber ressalta que o projeto demonstra o compromisso científico e tecnológico de Bio-Manguinhos com a inovação, a sustentabilidade e a ampliação do acesso a tratamentos de ponta.

Agência Brasil