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terça-feira, 29 de novembro de 2016

BNDES deve cancelar contratos de exportação considerados de risco



O diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ricardo Ramos, afirmou que a diretoria do banco deve aprovar ainda neste ano o cancelamento de alguns dos 25 contratos de financiamento à exportação suspensos por serem considerados de risco. 
"Estamos olhando um a um (dos contratos), o que nos abre uma frente de trabalho grande. Temos algumas análises mais avançadas que outras porque alguns projetos são mais avançados que os outros. Neste ano ainda já começa a sair alguma coisa", afirmou Ramos, após participar do seminário "Exportação e internacionalização de serviços de engenharia consultiva: oportunidade para o Brasil".
O BNDES suspendeu 25 contratos de financiamento à exportação que, dependendo de análise técnica, poderão ser cancelados. Alguns deles são considerados frágeis porque os países onde as obras financiadas acontecem estão em crise econômica. Outros, porque as empresas brasileira envolvidas nas obras são construtoras investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. 
"Não é só Lava Jato que influencia nessas questões. Tem também a situação dos países dos projetos. Em alguns projetos nossa decisão é mais crítica do que outra", afirmou. 
Segundo o executivo, as análises avançaram nos últimos dois meses, mas, a definição de cancelar ou não contratos será da diretoria do banco e do Ministério de Relações Exteriores. O banco ainda busca alternativas financeiras para que as obras não sejam afetadas. 
Outros financiadores, como bancos de fomento internacionais, poderão assumir o compromisso firmado com o BNDES. Ramos citou especificamente os bancos de fomento da Itália e da Alemanha como exemplos de financiadores que já participam das obras e com os quais pode negociar uma substituição. 
Ramos ressaltou ainda a complexidade em concluir o termo de compliance, que deve ser assinado com as empreiteiras que continuarem a ser beneficiadas pelo banco. "Estamos discutindo o termo de compliance, que hoje é a grande questão. Faz com que o importador e o exportador assumam que, nessa obra específica que a gente entende que pode continuar, não houve problema", disse o diretor.
O dinheiro de contratos suspensos entrará no orçamento do BNDES e poderá ser alocado a outros projetos. Mas não há nenhuma determinação para que a indústria local que seria beneficiada com o contrato cancelado seja atendida nesse realocamento de desembolso.

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