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sexta-feira, 8 de julho de 2022

No 1º semestre, Natal teve a maior alta da cesta básica entre 17 capitais

 


No acumulado do primeiro semestre de 2022, Natal registrou a maior alta no preço da cesta básica de alimentos entre 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A variação em Natal no período de janeiro a junho foi 15,53%, seguida de Aracaju (15,03%); Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%). Hoje, o valor do conjunto de alimentos básicos é de R$ 611,79 e corresponde a mais de 50% do valor do salário mínimo líquido deste ano. Em maio, a cesta básica custa R$ 586,42.  Em todas as capitais, o custo da cesta básica, composta por 12 alimentos, teve alta este ano.

Entre maio e junho, nove cidades registram alta e os maiores aumentos ocorreram no Nordeste. A variação mensal da capital potiguar foi de 4,33%, sendo a segunda mais alta. Fortaleza liderou com aumento de 4,54% e João Pessoa ficou em terceiro  (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%).

A comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e junho de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, de acordo com a pesquisa. No caso de Natal, a variação foi de 22,31%.  Além de Natal, outras capitais nordestinas apresentaram altas semelhantes: Recife (24,29%), São Paulo e Campo Grande (23,97%). O Dieese estima que o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67. Hoje, o salário mínimo brasileiro é de R$ 1.212,00.

A pesquisa mostra ainda que, considerando o salário mínimo líquido, em junho de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador natalense precisou comprometer 54,57% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em maio de 2022, o percentual foi de 52,31% e, em junho de 2021, ficou em 49,16%.

O trabalhador natalense remunerado pelo salário mínimo, mostra o Dieese, precisou trabalhar 111 horas e 03 minutos para adquirir a cesta básica. Em maio de 2022, o tempo de trabalho necessário foi de 106 horas e 27 minutos, e, em junho de 2021, de 100 horas e 02 minutos.

Mais em algumas cidades o tempo ainda é maior, como em São Paulo, onde chega a 141 horas. Na capital paulista, o trabalhador compromete 69,31% do salário mínimo. São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 777,01), seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73). Entre junho de 2022 e junho de 2021, todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.

Produtos em alta

Entre os produtos com maior aumento em Natal no acumulado do ano estão: o feijão carioquinha (29,56%); o óleo (27,89%), o tomate (25,04%) e a farinha (23,23%).  Em junho, entre os doze produtos que compõem a cesta básica, nove tiveram aumento nos preços médios na comparação com o mês anterior: tomate (20,94%), feijão carioquinha (11,21%), leite integral UHT (6,91%), pão francês (3,21%), açúcar refinado (3,01%), manteiga (2,39%), farinha de mandioca (1,49%), café em pó (0,88%) e óleo de soja (0,60%). Os outros três produtos apresentaram redução no preço médio: banana (-1,83%), arroz agulhinha (-1,18%) e carne bovina de primeira (-0,40%).

O Dieese-RN também registra a evolução do preço médio do cuscuz e do ovo em Natal, importantes insumos alimentares presentes nos hábitos nutricionais da população natalense. Em junho, o custo médio do pacote de 500g do cuscuz foi de R$ 2,15, valor 1,35% inferior à média de maio. Foi possível constatar para esse item um preço máximo de R$ 3,95 e um valor mínimo de R$ 1,68. O preço da bandeja de ovo com 30 unidades registrou um custo médio de R$ 19,19 em junho, valor 1,84% superior ao preço de maio que foi de R$ 18,84. Verificou-se um preço máximo de R$ 27,50, e um valor mínimo de R$ 14,89.

Pesquisa Idema

O Índice de Preços ao Consumidor – IPC, da cidade do Natal, calculado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – Idema,  registrou para o mês de junho, uma variação positiva de 0,74% em relação ao mês anterior. 

Nas despesas com os produtos essenciais, o custo com a alimentação por pessoa foi de R$ 538,28, registrando uma variação positiva de 2,88%, em relação ao mês anterior. Para uma família constituída por quatro pessoas, esse valor alcançou R$ 2.153,12. Com este resultado, a variação no ano ficou em 5,39%, nos últimos doze meses (julho/2021 a junho/2022) atingiu 10,74% e 606,20% desde o início do Plano Real.

O grupo Alimentação e Bebidas, que responde por 32,43% do índice geral em termos de participação no orçamento familiar, apresentou uma variação positiva de 1,46% em relação ao mês anterior. Os itens que mais contribuíram para esse aumento de preços foram: Óleos e Gorduras (5,21%), Cereais, Leguminosas e Oleaginosas (5,19%), Enlatados e Conservas (4,54%), Frutas (3,64%), Panificados (3,59%) e Sal e Condimentos (2,58%). Já o grupo Transporte apresentou uma variação positiva de 1,01%. Os itens que mais contribuíram para esse aumento de preços foram: Combustíveis (Veículos) (1,61%), Transporte Público (1,08%) e Veículo Próprio (0,65%). O setor de Saúde e Cuidados Pessoais apresentou neste período uma variação positiva de 0,86% em função dos aumentos de preços nos seguintes itens: Plano de Saúde (17,51%), Óculos e Lentes (0,59%) e Higiene Pessoal (0,28%).

TRIBUNA DO NORTE


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