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domingo, 21 de maio de 2023

Falta de aviso não foi: Fechamento de lojas deixa comerciantes apreensivos em Natal

 


Foto: Magnus Nascimento

O fechamento de lojas-âncora aguça o temor em comerciantes e lojistas da Cidade Alta. Até aqueles que já atuam na região há mais de 10 anos temem que a baixa movimentação torne insustentável a manutenção de seus negócios no centro de Natal. Essa apreensão se torna ainda mais forte com  anúncio de saída da unidade da Marisa, localizada na avenida Rio Branco, devido a uma reestruturação na rede de lojas em todo o Brasil, bem como outros nomes como Colombo e C&A, há pouco mais de um ano. Alguns dos comerciantes já estudam deixar o centro caso a situação não melhore nos próximos meses. 

É o caso do comerciante Nilmax Sanderson, 38, que já trabalha no centro há duas décadas e, nos últimos anos, escolheu ficar em frente ao prédio da Marisa justamente para aproveitar a clientela que chegava na loja. No entanto, estuda a possibilidade de deixar de vez a Cidade Alta, caso a saída da unidade impacte suas vendas. “Por enquanto, eu vou ficar por aqui, mas dependendo do que vai dar, eu sou sair para outro canto. Se eu vir que vai cair minhas vendas, eu vou procurar a melhora para mim”, comenta. 

O mesmo é repercutido por Arthur Oliveira, 32, que tem um pequeno comércio de variedades na rua João Pessoa há 15 anos. Ele diz que pretende avaliar a situação no restante deste ano. “A gente vai ver até o restante do ano, porque estamos prestando atenção no que está acontecendo, que faz cair cada vez mais o movimento”, afirma. O comerciante comenta, ainda, que pretende ir para a Zona Norte onde, de acordo com ele, “está com um bom movimento”, ou procurar algum ponto na Zona Sul, caso não consiga manter o negócio aonde está. 


Arthur Oliveira está avaliando mudar seu comércio de local

Mesmo com a preocupação, sente esperança com a revitalização da rua João Pessoa, iniciada  na ultima segunda-feira (15) pela Prefeitura de Natal. A promessa com a obra é revigorar o comércio do centro. “Eu creio que dê uma melhorada no comércio, mas não sei se é só essa a obra que vão fazer”, complementa.  O trecho em obras segue interditado e, no momento, veículos não podem trafegar pelo local e deve continuar assim até pelo menos o mês de junho.

Cézar Ribeiro, 64, vende sapatos se valendo do pessoal que entra nas farmácias próximas e na Marisa. Mesmo que a situação esteja difícil, como diz, comenta que não pretende sair do centro da cidade, aonde já está há uma década. “Eu só se que a Marisa vai fazer falta, porque a gente aproveita esses clientes, mas eu só saio quando parar de vez mesmo”, diz. O comerciante comenta também sobre a obra na rua ao lado, esperando que a ação atraia o público. Tão fazendo um calçadão aí, dizendo que vai melhorar, né, que vai puxar mais gente. Vamos esperar”, finaliza.

Outro que afirma que não deixará o centro é  o gerente, Jean Muniz, 24. Mesmo com a falta de clientes, conta que prefere manter a animação e a loja em clima constante de festa para atrair mais pessoas. Embora otimista, afirma que em um mês de trabalho no bairro, três lojas vizinhas foram fechadas, o que o assusta, mesmo que mantenha a confiança. “Tem menos de um mês e fechou três lojas aqui do lado. A tendência é fechar mais, mas a minha eu não vou fechar”, afirma. 

Pesquisa mostra diminuição em aberturas

O levantamento feito pela Junta do Rio Grande do Norte (Jucern), mostra que há um declínio na abertura de empresas no bairro nos ultimos cinco anos. Em 2019, foram abertas 92 empresas, já no ano seguinte, o número cai para 89. O ano de 2021 contou com um leve aumento, pois cerca de 97 empresas foram abertas, no entanto, 2022 foi o pior ano na quantidade de aberturas, apenas 75. Entre 2019 e 2022, houve, portanto, uma diminuição percentual de 18,47%  na quantidade de empresas abertas.  Os dados consideram ainda os MEI (Microempreendedores Individuais).

A quantidade de fechamentos foram mais estáveis, quando comparado com o dado anterior. Os anos de 2019 e 2022 tiveram praticamente o mesmo número, com 61 e 62, respectivamente. Por isso, o levantamento mostra que a medida que a quantidade de empresas abertas foi menor, o número de empresas fechadas se manteve. Em 2023, até 27 de abril, já foram fechadas 20 empresas, cinco a mais do que as abertas no mesmo período, com 15. 

Já o setor de serviço é o que mantém os números mais altos, de acordo com a pesquisa. Foram 752 empresas abertas no seguimento entre 2019 e 2023. O ano de 2021 contou com a maior quantidade, sendo 200 empresas. Este ano, o número de aberturas e fechamento estão parecidos, sendo 48 e 40, respectivamente, cerca de 16,6% a mais para novos empreendimentos do setor. 

Riachuelo vai manter loja do centro

Ao contrário do que ocorreu com a loja Marisa, a comunicação da Riachuelo afirma que vai permanecer com funcionamento normal na Cidade Alta. A informação foi confirmada pela empresa, nesta sexta-feira (19) na qual tranquiliza comerciantes que atuam na região. O rumor surgiu no começo desta semana, motivado ainda pela saída de unidades de grande redes do varejo, bem como a constante queda de movimento no bairro. Lojistas, comerciantes e população em geral lamentaram a possibilidade, embora nada tenha sido dito pela empresa até ontem.

Ainda de acordo com a assessoria da empresa, em nota enviada à TRIBUNA DO NORTE, a loja da Rua João Pessoa é estratégica para o grupo, pois possui uma das 20 maiores operações do Brasil. "A Riachuelo ressalta que não fechará a loja da Rua João Pessoa, 254, localizada no centro de Natal, e afirma que a praça é estratégica para o Grupo, sendo uma das 20 maiores operações do Brasil”, afirma a comunicação.

Fonte: Tribuna do Norte


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