OUÇA AQUI! A RÁDIO MELODIA CABUGI, 1º LUGAR EM AUDIÊNCIA NA CIDADE DE LAJES-RN

1º lugar em audiência na cidade de LAJES-RN

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Exportações marítimas nos portos do RN crescem 530% em cinco anos


  Foto: Alex Régis

As movimentações em exportações por via marítima no Rio Grande do Norte apresentaram um crescimento de 530% entre 2020 e 2024. O salto foi de US$ 117,4 milhões em 2020 para US$ 740 milhões em 2024, o equivalente a R$ 4 bilhões na cotação atual só referente ao ano passado. Os dados são da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) obtidos pela TRIBUNA DO NORTE. Em 2025, entre janeiro e julho, o valor exportado foi de US$ 366,6 milhões. Os dados são relativos aos portos de Natal, Terminal Salineiro em Areia Branca (Porto-Ilha) e Porto de Guamaré.

Segundo os dados, em relação ao volume físico exportado, medido em quilogramas líquidos, o desempenho de 2024 também foi o mais significativo. No ano passado, foram 2,1 milhões de toneladas. O resultado representou uma elevação aproximada de 38,9% em relação a 2020, que foi de 1,5 milhões de toneladas. Em 2022, o número saltou para 2,4 milhões e em 2023 caiu para 1,7 milhões. Já em 2025, até junho, foram exportadas 1,2 milhões de toneladas de produtos do RN. Das exportações potiguares, os principais itens enviados “made in RN” para outros países são frutas, açúcar, minérios, sal, pescados, balas e confeitos, rações, cana de açúcar, itens relacionados à indústria petrolífera, entre outros.

Para o secretário titular da Sedec, Alan Silveira, o crescimento das exportações pelo modal marítimo mostra a competitividade dos produtos potiguares no comércio internacional, com destaque para as frutas.

“Tivemos uma alavancada grande em diversos produtos do Rio Grande do Norte, como nosso sal, o pescado, o caramelo, a fruticultura que em especial nesse período, tende a aumentar. O trabalho do Governo do Estado, junto com as empresas, aumento do Proedi, incentivos, apoio à instalação de indústrias e nossas potencialidades, que as empresas estão investindo. Com isso estamos aumentando nossas exportações”, analisa o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Alan Silveira.

Segundo os dados da Sedec, em relação especificamente ao Porto de Natal, os dados apresentaram oscilações entre 2020 e 2024. Em 2020, foram movimentadas 422,6 mil toneladas; em 2021, 363,6 mil toneladas; em 2022, 421,6 mil toneladas; e em 2023, 359,9 mil toneladas. Já em 2024, o total chegou a 376,9 mil toneladas.

“A partir de 2020, a movimentação pelo modal aquaviário no RN teve um aumento significativo em relação às exportações. Um dos principais produtos que contribuíram para isso foram os óleos combustíveis, que nós passamos a exportar cada vez mais para o mercado americano, o mercado europeu também, e também alguns submercados asiáticos. Mas outro fator que também contribuiu significativamente foi a questão das frutas. O RN, através principalmente do Porto de Natal, aumentou as exportações de frutas, principalmente utilizando o modelo de exportação via pallets, o que contribuiu hoje para o Porto de Natal se tornar um pequeno hub de exportação de frutas”, detalhou Hugo Fonseca, secretário-adjunto da Sedec.

Em relação às expectativas para 2025, o titular Alan Silveira aponta que a Sedec espera que a safra da fruticultura, que começou em agosto e seguirá até fevereiro, impulsione ainda mais os números do Estado, mesmo diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Ele cita ainda que a pasta está articulando junto ao setor produtivo a abertura de novos mercados e a intensificação de negociações para que outros países possam receber produtos potiguares. Atualmente, o Estado já tem trânsito livre em 88 países de diversos continentes, mas esbarra em questões logísticas e negociações junto a compradores estrangeiros.

“Estamos elaborando um programa junto ao Sebrae e esperamos lançar em setembro, em que vamos trabalhar as empresas exportadoras do RN, fazendo um trabalho de acompanhamento dessas empresas de 6 meses a um ano. Paralelo a isso estamos trabalhando na abertura de novos mercados, como o pescado para a União Europeia, o camarão para a China, ampliar a fruticultura para a Europa, dentre outros produtos”, Alan.

Fruticultura retoma exportações por Natal

Embora as exportações marítimas no RN tenham crescido últimos anos, o setor de fruticultura não acompanhou a mesma evolução. Segundo Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex-RN), a saída da empresa CMA CGM do Estado fez com que o processo de exportações sofresse reduções ao longo dos últimos anos. No entanto, a operação com pallets por meio da empresa Agrícola Famosa, reiniciada em 2023, voltou a recuperar os índices de antes da saída da CMA-CGM.

“Perdemos uma companhia marítima que levava um volume relevante de frutas, que era a CMA. Houve uma migração de um volume do Porto de Natal para Pecem e Mucuripe, no Ceará”, cita. “Exportamos frutas no Porto de Natal porque a Agrícola Famosa alugou navios para fazer sua própria logística e eles alugaram navios pequenos, que são capazes de movimentar no limitado calado, profundidade e altura do Porto de Natal”, aponta Queiroga, acrescentando que o Porto de Natal já voltou a exportar 50% da produção de frutas do Estado.

Nesse passo, a Codern estima que irá triplicar as operações com frutas no Estado nesta safra iniciada em agosto deste ano e que deverá seguir até fevereiro do ano que vem.

“Em 2023, tivemos queda de 66% das receitas do Porto e retomamos outro projeto, que não tinha nada a ver com contêiner, junto com a Agrícola Famosa, iniciando uma operação via pallets. Foram cerca de 40 mil toneladas na primeira safra 2023/2024. Na segunda, conseguimos avançar, a operação foi impecável e muito bem recebida na Europa. Para se ter ideia, o primeiro navio teve três pallets avariados. O segundo, um, e nunca mais teve nenhum. É como se a fruta chegasse nova na Europa”, explica Paulo Henrique Macedo, diretor-presidente da Codern.

Na safra 2024/2025, o Porto de Natal movimentou 131.537 toneladas. Para 2025/2026, o Governo do RN projeta um crescimento histórico, com a expectativa de alcançar a marca de 300 mil toneladas. “Temos uma expectativa de ter um escoamento maior de frutas quando tínhamos com os contêineres, então começamos não só a retomada, mas a expansão”, acrescenta.

Investimentos e aumento das exportações

Com investimentos anunciados neste ano para o Porto de Natal, a expectativa da Companhia Docas do RN é ampliar ainda mais as exportações pelo terminal portuário. Os investimentos, da ordem de R$ 120 milhões, são para a viabilização de uma nova dragagem no canal de acesso do Rio Potengi, aumentando a profundidade e o calado, além da construção das defensas da Ponte Newton Navarro, que permitirão chegadas e saídas de navios em horários noturnos.

“Faremos a dragagem de manutenção do canal de acesso. Teremos profundidade de mais de 12 metros, possibilitando navios de até 237m, podendo chegar no Porto de Natal, e com a construção dos dolfins dos pilares da Ponte, possibilitando a entrada de navios durante à noite, além da modernização de galpões e armazens, além de construção de usina fotovoltaica. Com esses investimentos a tendência é dobrarmos a produção e exportações no Porto de Natal”, explica o secretário da Sedec-RN, Alan Silveira.

Para o presidente da Codern, as estimativas são otimistas para os próximos anos com as intervenções anunciadas. “Com 12,5 metros de profundidade, mantemos o calado do Rio Potengi a 10 metros. E por quais razões não vai a 11, a 12 metros? Porque não conseguimos ampliar a segurança da operação sem as defensas da Ponte, que nos proíbem de manobrar navios no período noturno. Perdemos 12h de operação. Com as defensas, mantemos o calado desassoreado, podemos pedir o aumento desse calado, e a operação passa a ser 24h. Isso que está acontecendo, em que estamos expandindo carga, temos perspectiva de exportar muito mais na época do contêiner, isso não vai ter limite de crescimento” , acrescenta.

A Codern espera ainda arrendar o Pátio Norte do porto para uma empresa que quer exportar minério de ferro para a Europa. Os investimentos da empresa Fomento do Brasil no RN envolvem R$ 1,5 bilhão. O edital de licitação para o arrendamento está em análise no TCU.

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário