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terça-feira, 18 de junho de 2013

Franquias da Oi fecham e demitem no Nordeste

Loja em Natal: A cidade é uma das que teriam sido atingidas. No Estado, foram 92 demissões


A Oi, que, segundo dados da Agência Nacional de Telefonia (Anatel), já foi líder de mercado e hoje figura como a terceira operadora de telefonia com a maior base de clientes no Rio Grande do Norte, tem enfrentado um embate com os franqueados. Eles reclamam da atual política de remuneração e ameaçam acionar judicialmente a operadora. Mudanças na política comercial, segundo a Associação Nacional dos Lojistas da Oi, tem provocado o fechamento de lojas e a demissão de centenas de funcionários. Nos últimos 12 meses, segundo a associação, 19 franquias foram fechadas e 650 funcionários demitidos, no Nordeste. O Rio Grande do Norte figura como o segundo estado com maior número de demitidos. No estado, três das dez franquias fecharam nos últimos 12 meses. O problema, segundo Deusimar Júnior, diretor da Associação, é generalizado. 

Para não fechar as portas, muitos enxugaram os gastos. Foi o que o franqueado Régio Felce fez. “Cortei despesas e reduzi o quadro de funcionários”, explica. Em menos de um ano, ele diz que o número de empregados caiu de 80 para 30 nas três lojas. “O salário dos funcionários aumentou, o aluguel aumentou, o custo operacional aumentou, mas o valor repassado pela operadora caiu”, justifica.

O franqueado Artêmio Rodrigues também teve que enxugar a equipe, em Natal. O número de empregados caiu de  130 para 80. Ele vendeu duas das cinco franquias que detinha.  Entre as principais mudanças na forma de remuneração, Artêmio destaca que a Oi estabeleceu um preço fixo para o serviço de ‘resgate de chips’ – quando o cliente perde o chip e pede a recuperação do número. Antes, cada loja recebia R$ 18 por chip ‘resgatado’. Hoje, todas recebem o valor fixo de R$ 350 por mês, independente do número de clientes atendidos. “Minha loja chegava a realizar até mil ‘resgates por mês’. Eu chegava a receber R$ 18 mil pela prestação do serviço. Hoje recebo R$ 350”, compara Artêmio.

As franquias, que segundo Deusimar Júnior, da Associação Nacional de Lojistas da Oi, agora tem que disputar mercado com as lojas próprias da operadora, também estão recebendo menos por plano contratado. 

Dados divulgados no site da Anatel mostram que, no RN, a Oi vem crescendo a um ritmo quase duas vezes menor que o dos dois principais concorrentes no estado – TIM e Claro. Esse ritmo também teria contribuído para o agravamento da crise, na ótica de Régio Felce, membro da associação. 

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