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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Sinais de nova mobilização para a Ucrânia alarmam russos


 Foto: Kirill Braga/SNA/IMAGO

A fim de "aprimorar o treinamento de combate dos reservistas", o presidente russo, Vladimir Putin assinou um decreto sobre a organização dos treinamentos militares em 2025. As convocações podem ser emitidas para militares da reserva com até 50 anos de idade; oficiais não comissionados com até 60 anos; altos oficiais com até 65 anos; e os de patente ainda mais alta com até 70 anos.

Tais exercícios são realizados todos os anos na Rússia, mas desde o início da guerra contra a Ucrânia, há três anos, eles têm sido cada vez mais prolongados. Além disso, a idade máxima dos recrutas e a multa por não comparecer ao treinamento militar foram aumentadas para 30 mil rublos (cerca de R$ 1.800).

Em meio a isso tudo, a discussão nas redes sociais russas é sobre por que os exercícios de defesa estão sendo programados tão cedo. Em 2024, Putin havia ordenado que ocorressem em março e, em 2023, em maio. O debate também gira em torno de duas disposições secretas do decreto, marcadas com a observação: "Apenas para uso oficial". "Devemos contar com uma nova mobilização?", pergunta um usuário da rede russa Vkontakte. "Agora muitos vão deixar o país de novo" acrescenta outro. 

De exercícios militares para a guerra na Ucrânia?

A lei russa prevê que as pessoas passem por um exercício militar de cerca de dois meses e que treinem o uso de armas e equipamentos militares. Antes da guerra contra a Ucrânia, esses exercícios eram apenas de natureza formal. Embora fossem obrigatórios, pouquíssimas pessoas participavam deles. Aqueles que os ignoravam tinham no máximo que contar com uma multa de 500 rublos (R$ 30). 

Desde 2022, exercícios militares são realizados durante todo o ano, explica Artyom Klyga, advogado do Movimento de Objetores de Consciência da Rússia. "Na verdade, pode-se dizer até que os treinamentos militares ordenados no ano passado ainda estão em andamento", diz ele em entrevista à DW. Isso pode estar relacionado à "necessidade de pessoas" em vista da "crescente exaustão do exército russo".

De acordo com Klyga, um exercício de defesa oferece uma oportunidade adicional para recrutar soldados para a guerra contra a Ucrânia, já que durante o treinamento, é mais fácil "forçar alguém a assinar um tratado por meio de isolamento, engodo ou até mesmo ameaças".

O advogado explica que os treinamentos também servem para conceder patentes mais altas e melhorar as especializações, permitindo um planejamento mais preciso da mobilização. Além disso, os russos são atraídos para os escritórios de alistamento para "comparação de dados". Os reservistas podem ser processados se comparecerem a um exercício e depois simplesmente forem embora.

"Antes de um exame médico no escritório de recrutamento, é possível deixar o país sem hesitar", enfatiza o ativista, salientando que ainda não há proibição de saída. Mas ele ressalva que isso pode sim acontecer quando o registro central digital para recrutamento, que está sendo criado atualmente, estiver totalmente funcional.

DW

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