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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Terremoto de magnitude 6 atinge Afeganistão e deixa mais de 800 mortos


Foto: Reprodução

 Um terremoto de magnitude 6 deixou mais de 800 pessoas mortas e ao menos 2.800 feridos após atingir a região leste do Afeganistão, perto da fronteira com o Paquistão, neste domingo (30), informou Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã.

O USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) informou que o tremor foi registrado a 27 km de Jalalabad, na província de Nangarhar. A profundidade foi de 8 km, o que é considerado raso para especialistas, que alertam que quanto mais próximo à superfície, mais danos pode causar.

O terremoto ocorreu às 23h47, horário local. Modelos do USGS estimam que o tremor poderia resultar em centenas de mortes.

Quase meio milhão de pessoas provavelmente sentiram tremores fortes a muito fortes, o que pode resultar em danos consideráveis ​​a estruturas mal construídas, de acordo com o USGS.

“Infelizmente, o terremoto desta noite causou vítimas humanas e prejuízos financeiros em algumas de nossas províncias orientais”, publicou Mujahid na rede social X.

Equipes buscam pessoas afetadas por tremor

“Neste momento, autoridades locais e moradores estão enviando todos os esforços para resgatar os afetados. Equipes de apoio da capital e das províncias vizinhas também estão a caminho. Todos os recursos disponíveis serão utilizados para o resgate e socorro das pessoas”, acrescentou.

Cerca de 20 minutos após o terremoto, um tremor secundário de magnitude 4,5 atingiu a mesma região, de acordo com o USGS, seguido posteriormente por um tremor secundário de magnitude 5,2 — ambos a uma profundidade de 10 km.

Um alerta laranja foi emitido pelo sistema Pager do USGS, que prevê perdas econômicas e humanas após terremotos.

“É provável que haja vítimas significativas e o desastre tem potencial para se espalhar. Eventos anteriores com este nível de alerta exigiram uma resposta em nível regional ou nacional”, afirmou.

Ahmad Zameer, de 41 anos, morador de Cabul, disse à CNN que o terremoto foi forte e abalou seu bairro a mais de 160 quilômetros do epicentro. Ele acrescentou que todos os moradores dos prédios de apartamentos próximos correram para a rua com medo de ficarem presos lá dentro.

Em outubro de 2023, mais de 2.000 pessoas morreram após um forte terremoto de magnitude 6,3 atingir o oeste do Afeganistão – um dos terremotos mais mortais a atingir o país nos últimos anos.

Por CNN

Autoridades Políticas, Prefeitos da Região Central e Secretariado Prestigiam a Maior Expolajes da História em Lajes

A 29ª edição da Expolajes entrou para a história como a maior já realizada no município de Lajes. O evento reuniu milhares de famílias lajesenses e visitantes de cidades circunvizinhas da região Central, consolidando-se como um dos maiores encontros agropecuários e culturais do Rio Grande do Norte.

Mais do que um espaço de negócios e lazer, a Expolajes 2025 promoveu uma verdadeira movimentação econômica em todos os setores do município, aquecendo o comércio local, a rede de hospedagem, a gastronomia e o setor de serviços.

A grandiosidade do evento atraiu também a presença de diversas autoridades políticas do estado, que fizeram questão de prestigiar a festa. Entre os presentes, estiveram o deputado federal Robinson Faria, o deputado estadual Gustavo Carvalho, além de representantes do Governo do Estado.

No âmbito municipal e regional, participaram os vereadores Dailton Fernandes, Josilan, Dedé de Serrinha, Alderi Pereira e Lailson Menezes, bem como os prefeitos da Região Central, que reforçaram o prestígio político da Expolajes e o reconhecimento da feira como espaço de integração e desenvolvimento para todos os municípios vizinhos.

Outro destaque importante foi a participação ativa do secretariado municipal de Lajes, responsável pela organização e apoio estrutural do evento. Secretarias como Agricultura, Meio Ambiente e Proteção Animal, Gabinete Civil, Cultura e Turismo, Saúde, Educação e Obras trabalharam de forma integrada para garantir o sucesso da feira, mostrando o compromisso da gestão com a valorização do setor agropecuário e o fortalecimento econômico do município.

A edição deste ano destacou-se não apenas pela estrutura, mas pela receptividade calorosa do povo lajesense, que demonstrou mais uma vez sua tradição em acolher bem os visitantes. O evento repercutiu em todo o estado, reforçando o nome de Lajes como referência na realização de grandes feiras agropecuárias e culturais.

Com organização de alto nível, público recorde e forte presença de autoridades políticas, prefeitos e secretariado, a 29ª Expolajes se consolidou como um marco histórico, projetando ainda mais o município para os próximos anos.

Exportações marítimas nos portos do RN crescem 530% em cinco anos


  Foto: Alex Régis

As movimentações em exportações por via marítima no Rio Grande do Norte apresentaram um crescimento de 530% entre 2020 e 2024. O salto foi de US$ 117,4 milhões em 2020 para US$ 740 milhões em 2024, o equivalente a R$ 4 bilhões na cotação atual só referente ao ano passado. Os dados são da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) obtidos pela TRIBUNA DO NORTE. Em 2025, entre janeiro e julho, o valor exportado foi de US$ 366,6 milhões. Os dados são relativos aos portos de Natal, Terminal Salineiro em Areia Branca (Porto-Ilha) e Porto de Guamaré.

Segundo os dados, em relação ao volume físico exportado, medido em quilogramas líquidos, o desempenho de 2024 também foi o mais significativo. No ano passado, foram 2,1 milhões de toneladas. O resultado representou uma elevação aproximada de 38,9% em relação a 2020, que foi de 1,5 milhões de toneladas. Em 2022, o número saltou para 2,4 milhões e em 2023 caiu para 1,7 milhões. Já em 2025, até junho, foram exportadas 1,2 milhões de toneladas de produtos do RN. Das exportações potiguares, os principais itens enviados “made in RN” para outros países são frutas, açúcar, minérios, sal, pescados, balas e confeitos, rações, cana de açúcar, itens relacionados à indústria petrolífera, entre outros.

Para o secretário titular da Sedec, Alan Silveira, o crescimento das exportações pelo modal marítimo mostra a competitividade dos produtos potiguares no comércio internacional, com destaque para as frutas.

“Tivemos uma alavancada grande em diversos produtos do Rio Grande do Norte, como nosso sal, o pescado, o caramelo, a fruticultura que em especial nesse período, tende a aumentar. O trabalho do Governo do Estado, junto com as empresas, aumento do Proedi, incentivos, apoio à instalação de indústrias e nossas potencialidades, que as empresas estão investindo. Com isso estamos aumentando nossas exportações”, analisa o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Alan Silveira.

Segundo os dados da Sedec, em relação especificamente ao Porto de Natal, os dados apresentaram oscilações entre 2020 e 2024. Em 2020, foram movimentadas 422,6 mil toneladas; em 2021, 363,6 mil toneladas; em 2022, 421,6 mil toneladas; e em 2023, 359,9 mil toneladas. Já em 2024, o total chegou a 376,9 mil toneladas.

“A partir de 2020, a movimentação pelo modal aquaviário no RN teve um aumento significativo em relação às exportações. Um dos principais produtos que contribuíram para isso foram os óleos combustíveis, que nós passamos a exportar cada vez mais para o mercado americano, o mercado europeu também, e também alguns submercados asiáticos. Mas outro fator que também contribuiu significativamente foi a questão das frutas. O RN, através principalmente do Porto de Natal, aumentou as exportações de frutas, principalmente utilizando o modelo de exportação via pallets, o que contribuiu hoje para o Porto de Natal se tornar um pequeno hub de exportação de frutas”, detalhou Hugo Fonseca, secretário-adjunto da Sedec.

Em relação às expectativas para 2025, o titular Alan Silveira aponta que a Sedec espera que a safra da fruticultura, que começou em agosto e seguirá até fevereiro, impulsione ainda mais os números do Estado, mesmo diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Ele cita ainda que a pasta está articulando junto ao setor produtivo a abertura de novos mercados e a intensificação de negociações para que outros países possam receber produtos potiguares. Atualmente, o Estado já tem trânsito livre em 88 países de diversos continentes, mas esbarra em questões logísticas e negociações junto a compradores estrangeiros.

“Estamos elaborando um programa junto ao Sebrae e esperamos lançar em setembro, em que vamos trabalhar as empresas exportadoras do RN, fazendo um trabalho de acompanhamento dessas empresas de 6 meses a um ano. Paralelo a isso estamos trabalhando na abertura de novos mercados, como o pescado para a União Europeia, o camarão para a China, ampliar a fruticultura para a Europa, dentre outros produtos”, Alan.

Fruticultura retoma exportações por Natal

Embora as exportações marítimas no RN tenham crescido últimos anos, o setor de fruticultura não acompanhou a mesma evolução. Segundo Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex-RN), a saída da empresa CMA CGM do Estado fez com que o processo de exportações sofresse reduções ao longo dos últimos anos. No entanto, a operação com pallets por meio da empresa Agrícola Famosa, reiniciada em 2023, voltou a recuperar os índices de antes da saída da CMA-CGM.

“Perdemos uma companhia marítima que levava um volume relevante de frutas, que era a CMA. Houve uma migração de um volume do Porto de Natal para Pecem e Mucuripe, no Ceará”, cita. “Exportamos frutas no Porto de Natal porque a Agrícola Famosa alugou navios para fazer sua própria logística e eles alugaram navios pequenos, que são capazes de movimentar no limitado calado, profundidade e altura do Porto de Natal”, aponta Queiroga, acrescentando que o Porto de Natal já voltou a exportar 50% da produção de frutas do Estado.

Nesse passo, a Codern estima que irá triplicar as operações com frutas no Estado nesta safra iniciada em agosto deste ano e que deverá seguir até fevereiro do ano que vem.

“Em 2023, tivemos queda de 66% das receitas do Porto e retomamos outro projeto, que não tinha nada a ver com contêiner, junto com a Agrícola Famosa, iniciando uma operação via pallets. Foram cerca de 40 mil toneladas na primeira safra 2023/2024. Na segunda, conseguimos avançar, a operação foi impecável e muito bem recebida na Europa. Para se ter ideia, o primeiro navio teve três pallets avariados. O segundo, um, e nunca mais teve nenhum. É como se a fruta chegasse nova na Europa”, explica Paulo Henrique Macedo, diretor-presidente da Codern.

Na safra 2024/2025, o Porto de Natal movimentou 131.537 toneladas. Para 2025/2026, o Governo do RN projeta um crescimento histórico, com a expectativa de alcançar a marca de 300 mil toneladas. “Temos uma expectativa de ter um escoamento maior de frutas quando tínhamos com os contêineres, então começamos não só a retomada, mas a expansão”, acrescenta.

Investimentos e aumento das exportações

Com investimentos anunciados neste ano para o Porto de Natal, a expectativa da Companhia Docas do RN é ampliar ainda mais as exportações pelo terminal portuário. Os investimentos, da ordem de R$ 120 milhões, são para a viabilização de uma nova dragagem no canal de acesso do Rio Potengi, aumentando a profundidade e o calado, além da construção das defensas da Ponte Newton Navarro, que permitirão chegadas e saídas de navios em horários noturnos.

“Faremos a dragagem de manutenção do canal de acesso. Teremos profundidade de mais de 12 metros, possibilitando navios de até 237m, podendo chegar no Porto de Natal, e com a construção dos dolfins dos pilares da Ponte, possibilitando a entrada de navios durante à noite, além da modernização de galpões e armazens, além de construção de usina fotovoltaica. Com esses investimentos a tendência é dobrarmos a produção e exportações no Porto de Natal”, explica o secretário da Sedec-RN, Alan Silveira.

Para o presidente da Codern, as estimativas são otimistas para os próximos anos com as intervenções anunciadas. “Com 12,5 metros de profundidade, mantemos o calado do Rio Potengi a 10 metros. E por quais razões não vai a 11, a 12 metros? Porque não conseguimos ampliar a segurança da operação sem as defensas da Ponte, que nos proíbem de manobrar navios no período noturno. Perdemos 12h de operação. Com as defensas, mantemos o calado desassoreado, podemos pedir o aumento desse calado, e a operação passa a ser 24h. Isso que está acontecendo, em que estamos expandindo carga, temos perspectiva de exportar muito mais na época do contêiner, isso não vai ter limite de crescimento” , acrescenta.

A Codern espera ainda arrendar o Pátio Norte do porto para uma empresa que quer exportar minério de ferro para a Europa. Os investimentos da empresa Fomento do Brasil no RN envolvem R$ 1,5 bilhão. O edital de licitação para o arrendamento está em análise no TCU.

Tribuna do Norte

Agravamento da seca no interior leva o Estado a decretar emergência


Foto: Itaércio Porpino/arquivo tn

Ananda Miranda
Repórter

O Rio Grande do Norte vai decretar estado de emergência nas próximas semanas por conta do agravamento dos efeitos da seca. O decreto está em análise jurídica na PGE e, segundo o secretário Paulo Varella, será assinado pela governadora Fátima Bezerra nas próximas semanas. A situação de emergência chega ao Estado após o anúncio de várias obras na área de infraestrutura hídrica, que não foram suficientes para evitar que os municípios do interior sofressem com a estiagem. Apesar de o Governo do RN sustentar que a seca no semiárido é algo natural, especialistas defendem que a situação seria evitável e expõe um problema de décadas de inércia no planejamento das obras.


Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do RN, Paulo Varella, defendeu que a situação da seca é inevitável. “A seca é um evento natural, não tem como ser evitada. Por mais que a gente atue, não tem como cobrir todos. A gente tem que fazer nossa parte e a população tem que fazer a parte dela”, disse. O território do Rio Grande do Norte está inserido, em quase sua totalidade – 93% –, na zona semiárida brasileira.


Um decreto de emergência é um ato oficial do governo que reconhece que determinada região está passando por uma situação grave. No caso da seca no RN, o decreto de emergência tem como principais objetivos reconhecer a gravidade da situação, agilizar procedimentos burocráticos e facilitar acesso a recursos federais. Dados mostram que a maior parte dos municípios do RN convive atualmente com seca grave ou moderada.


Na avaliação do ex-secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, engenheiro Rômulo Macedo, o decreto sinaliza problemas estruturais que não foram solucionados. “A decretação de emergência é oportuna, porque a gente ainda não resolveu o problema. A gente só vai resolver o problema depois que a gente fizer os projetos e as obras necessárias”. Para isso, ele cita as obras de integração da infraestrutura de distribuição com a água de transposição do Rio São Francisco.


O especialista em Recursos Hídricos, João Abner, destaca que o agravamento da seca poderia ser evitado caso fosse uma prioridade para o Poder Público. Ele ainda aponta consequências: “O Setor Sul do Seridó vai enfrentar a seca com a mesma infraestrutura deficiente de sempre. A região não tem acesso às águas do Piranhas-Açu, fora as cidades do Sistema de Abastecimento de Caicó”.


Segundo o engenheiro Rômulo Macedo, a gestão e distribuição da água são tão importantes quanto a quantidade disponível nos reservatórios. “Em termos de reservatório, nós já temos o suficiente e necessário para enfrentar o problema, para conviver com a seca. Depois, veio, a partir desses reservatórios, o grande problema dos sistemas adutores, para levar a água desses reservatórios para as cidades do estado”, explica.


Embora a transposição tenha chegado à Barragem de Oiticica, as adutoras necessárias para levar a água até a população do Seridó ainda não foram construídas. As obras do Setor Sul do Projeto Seridó, que seriam responsáveis por essa captação, ainda não foram licitadas e não têm previsão para execução.


O caso de Pau dos Ferros também preocupa os especialistas: “Se impediu o acesso de todas as cidades do Alto Oeste às águas da Barragem de Santa Cruz para não atrapalhar o andamento do Ramal do Apodi”, conta João Abner. No projeto original da Adutora do Alto Oeste, constava uma Adutora Expressa que ligaria a Barragem de Oiticica à cidade de Pau dos Ferros, que, “por decisão política”, foi descartada, de acordo com o especialista.

Paulo Varella: “A seca é um evento natural, não tem como ser evitada”| Foto: Alex Régis


Para o secretário Paulo Varella, o decreto de emergência não é resultado de falta de planejamento, mas sim uma medida necessária para amortecer os impactos da seca e facilitar ações emergenciais, como prorrogação de dívidas de agricultores e realocação de água entre regiões.


Varella disse que, mesmo com investimentos em barragens, poços e perfuração de reservatórios, não é possível garantir cobertura total do Estado. “Por mais que a gente fique lutando vamos ter decreto de emergência na época de seca, porque é um fenômeno natural”, disse.
O secretário de Estado do Meio Ambiente disse que há projetos que não foram finalizados por conta da complexidade e dos altos custos. “Nós estamos lutando para conseguir colocar isso no parque licitado. E que essas coisas têm o seu tempo”, conta Varella.

RN não está preparado para transposição

O engenheiro Rômulo Macedo é um dos idealizadores do projeto de transposição do Rio São Francisco. Na avaliação dele, são necessários estudos estratégicos para se resolver o problema das secas. “O que o RN precisa é estudar e projetar novas obras e novos sistemas operacionais para bem aproveitar as águas de transposição do Francisco. Essa é a situação que nós vivemos hoje e ainda não estamos preparados para operar águas que vamos receber do São Francisco”, explicou Macedo.


A pesquisadora em Engenharia Civil especialista em hidráulica Adelena Maia afirma que a transposição não atende todas as demandas da agropecuária. “A infraestrutura precisa agora ser reforçada para que a água disponível chegue onde precisa; no entanto, deve-se deixar claro que as águas da transposição não conseguem atender às demandas para produção agropecuária, mas liberarão parte das reservas de água dos açudes, permitindo assim que se tenha mais água para esta produção.”


Segundo a engenheira, mesmo cidades atendidas por adutoras enfrentam dificuldades, muitas vezes submetidas a sistemas de rodízio ao longo de todo o ano. “Os municípios, inclusive atendidos por adutoras, não são abastecidos plenamente, com o sistema de rodízio implantado durante todo o ano”, reiterou a engenheira.


Para o pesquisador Francisco Fransualdo de Azevedo, do Departamento de Geografia da UFRN, trazer mais água para o semiárido, por meio de obras como a transposição do Rio São Francisco, não resolve o problema se não houver uma gestão hídrica eficiente.


“A transposição do Rio São Francisco é uma obra que vem contribuir com o processo de garantia de abundância de recurso hídrico para o semiárido do Nordeste, mas a gestão territorial, da política hídrica a partir dessa nova oferta de maior disponibilidade de água no semiárido, essa gestão vai dizer muito do que essa obra vai representar”, defende o geógrafo.

Falhas humanas


Para o geógrafo Francisco Fransualdo de Azevedo, o sistema ainda carece de aperfeiçoamento e políticas públicas efetivas para lidar com eventos climáticos. “Nós não temos pessoal técnico qualificado suficiente para gerir essa questão, gerenciar essas questões de ordem técnica nos territórios. E aí, claro que isso, como plano de fundo, nós temos uma carência, uma limitação muito grande do ponto de vista da gestão territorial por esses fatores”, defende.


Ele destaca que a carência de infraestrutura, profissionais e cientistas dificulta o gerenciamento adequado dos recursos. “Estamos vivenciando o processo de assoreamento dos rios, que tem relação direta com a seca, e muitos problemas permanecem quase insolúveis devido à falta de capacidade técnica”, afirmou. Além disso, Fransualdo ressalta a precariedade da extensão rural, apontando que a população do campo precisa se virar sozinha diante da escassez de apoio técnico e políticas públicas.

Seca pode se agravar em dezembro

Diante do agravamento da estiagem no estado, especialistas temem uma piora da seca no fim do ano. “O maior risco é a possibilidade da continuidade da seca no próximo ano. E, nesse caso, a época é agora para planejar medidas emergenciais efetivas. Então, nesse cenário, deve-se cobrar do Governo do Estado, no mínimo, a elaboração de um Plano Emergencial para o final de 2025 e o início de 2026. Deve-se estudar caso a caso, todos os mananciais do Seridó”, defendeu o engenheiro João Abner.


O diretor de operação da Caern alerta que, com a aproximação do período mais crítico da seca, dezembro, algumas cidades do Seridó e do Alto Oeste estão em alerta. Ele explica que o colapso ocorre quando os mananciais se esgotam ou a água disponível não pode ser tratada. No momento, regiões como o manancial de Parelhas enfrentam dificuldades devido à limitação na capacidade de tratamento. Segundo Thiago Brasil, a situação será monitorada até a próxima quadra invernal, mas existe preocupação com a região Seridó.


O governo do estado defende que todas as medidas que estavam a cargo do governo do estado foram cumpridas, mas para superar a seca é necessário auxílio da sociedade. “O Estado faz a parte dele, mas as pessoas, a convivência com a seca ou a zona rural, principalmente, têm que fazer a sua parte. Por exemplo, no Semiárido, é provado que em 10 hectares, você tenha uma vaca. Se você plantar alguma coisa que está de palma, durante a seca, você alimenta 100 vacas. Aumenta de 1 para 100. E muita gente — mas muita — ainda não planta palma”, explicou o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Pesquisa Marcelo Pessoa da Cunha.


Além disso, o diretor-presidente do Igarn ressalta que a população deve preservar o meio ambiente: “Tem que cuidar bem da natureza, tenho que manter as matas ciliares, ter cuidado”.

Tribuna do Norte