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sábado, 25 de maio de 2013

Pescadores sofrem com falta de peixes em açudes


As chuvas que caíram no Estado nas últimas semanas poderiam ser a solução para os problemas enfrentados por pescadores do município de Felipe Guerra. Isso se na água acumulada nos açudes da cidade houvesse peixes para a atividade dos trabalhadores.
O drama atinge os 130 pescadores da Colônia de Pesca de Felipe Guerra que agora sofrem ao ver os açudes cheios, porém sem peixes, já que o período de seca acabou dizimando muitos deles. “No período que ficou sem chover muitos açudes secaram completamente e os peixes morreram ou então foram todos retirados para que não agonizassem sem água. E agora que tem água não tem os peixes e a gente fica sem ter como trabalhar”, lamenta o pescador Antônio Edilson, mais conhecido como ‘Patueira’.
Uma das saídas esperadas pela colônia dos pescadores é que o Governo do Estado, através da Emater, coloque alevinos nos açudes da região e assim garantir a continuidade da pesca nos próximos meses. “Se o governo colocasse os alevinos agora que os açudes estão cheios a gente teria muito peixe daqui a quatro ou cinco meses, que é o tempo que eles levam para se desenvolver bem. Essa é a nossa única saída e a gente espera que aconteça logo porque já não temos mais o que fazer. Tem gente passando necessidade e por isso fazemos esse apelo às autoridades para que deem atenção para nossa categoria”, diz o pescador.
Durante o período que ficou sem chuvas os próprios pescadores trabalharam para tentar salvar alguns peixes que agonizavam em açudes praticamente secos. Eles chegaram a transportá-los de um reservatório para outro que estava numa situação menos crítica. “A gente pegava os peixes, colocava em tambores e levava para outros açudes que tinham mais água e assim a gente salvou muitos deles, mas infelizmente já pescamos tudo e agora estamos nesta situação”, conta.
Ele lembra que em tempos de boa pesca já chegou a pegar em torno de 70 quilos por dia e que hoje não tem nada para vender e está dependendo da ajuda da mãe aposentada para sobreviver. “Não estou passando fome porque minha mãe me dá comida. Tenho contas de água e luz atrasadas e não sei o que vou fazer para pagar. Tenho uma moto velha e já estou colocando à venda para tentar honrar com meus compromissos. E essa situação não sou só eu que estou passando, somos muitos nesta colônia enfrentando o mesmo. O que podemos fazer? Não vou roubar, nem poderia”, relata.
Segundo Antônio Edilson, esta é a pior crise que já enfrentou desde que começou a trabalhar pescando há mais de 15 anos. Em todo esse tempo, ele conta que nunca viu uma escassez de peixe tão grande e que o fato se repete em toda a região.
Devido a essa crise, muitos pescadores estão migrando para outras profissões e alguns relatam que devido à incerteza da pesca não pensam em retornar à atividade. Muitos estão trabalhando fazendo bicos em áreas como construção civil ou procurando emprego no comércio.  


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