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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Queda de Assad é desastre geopolítico para Irã

Foto: Office of the Iranian Supreme Leader/AP/picture alliance

Na sequência da rápida derrubada do governo sírio por grupos rebeldes, a liderança do Irã luta para acomodar a perda de seu importante aliado Bashar al Assad. De início, as autoridades de Teerã minimizaram a situação, descrevendo como "normais" as condições no país vizinho. No entanto é muito provável que sua estratégia regional esteja ameaçada.

A Síria tem sido uma pedra angular do que os iranianos denominam a Crescente Xiita, uma visão geopolítica visando conectá-los a seus aliados no Líbano e mais além.

O líder supremo Ali Khamenei descreveu a Síria como um "pilar" do "Eixo de Resistência", uma rede de grupos apoiados pelo Irã que se opõem à influência de Israel e dos Estados Unidos no Oriente Médio. Além disso, ela proporcionava um corredor para armas e outros recursos iranianos chegarem até seus aliados no Líbano.

A família Assad regeu a nação com punho de ferro por mais de 50 anos, e sua queda representa um revés devastador para a visão iraniana. Observadores antecipam que a República Islâmica poderá continuar apoiando grupos aliados na região, porém com capacidade financeira e militar significativamente reduzida.

Segundo o analista político dissidente Mohammad Javad Akbarin, é possível que Teerã modifique sua tática de manter influência, impedindo que uma ordem nova e estável se sedimente na Síria. Tal passo tem precedentes, pois o país respaldou forças desestabilizadoras no Iraque e no Afeganistão para contrapor-se à influência americana e projetar seu próprio poder. Entretanto, as atuais dificuldades econômicas do Irã limitariam seu poder de agir na mesma escala.

DW

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