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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Renasce cidade milenar devastada pelo "Estado Islâmico"


 Foto: Ismael Adnan/dpa/picture-alliance

Em fins de 2014, o grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) lançou uma guerra contra a própria história: destruiu monumentos, memoriais, igrejas e até mesmo mesquitas nas áreas do Iraque e da Síria sob seu controle. Ali, na antiga Mesopotâmia, berço da civilização, com suas altas culturas que, muito antes do islã, ficava o centro intelectual e cultural do Oriente.

Muitas construções e sítios históricos daquele período entraram há muito tempo para a lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco. Mas isso não pareceu interessar aos combatentes do EI, que destruíram as cidades antigas de Hatra e Nínive com a mesma fúria com que se lançaram contra Mossul, no norte iraquiano.Lá atacaram templos e ruínas. Livros, manuscritos e artefatos que eram mantidos em bibliotecas, museus e coleções foram saqueados ou destruídos. Dezenas de moradores foram expulsos de suas casas. A alma da metrópole iraquiana – à época a segunda maior do país – foi apagada.

Reconstrução por 140 milhões de euros

Em 2017, quando o Exército iraquiano retomou Mossul, já não resta muito da cidade. Construções históricas famosas haviam sido reduzidas a escombros, mais de 130 mil imóveis foram destruídos.

Desde 2018 a Unesco, órgão das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, ajuda a reconstruir o patrimônio cultural de Mossul ao lado do governo iraquiano, dos Emirados Árabes Unidos, da União Europeia e de outros parceiros. O objetivo: restaurar a diversidade cultural e religiosa da cidade e seu espírito.

A iniciativa logrou reconstruir a famosa Mesquita Al-Nouri, com seu icônico minarete inclinado Al-Habda; o Convento Al-Saa'a, da Igreja de Nossa Senhora da Hora; a igreja católica siríaca Al-Tahira (da Imaculada Conceição); a Mesquita Al-Aghawat; a escola Al-Ekhlass e 124 casas tombadas pelo patrimônio histórico. Mais de 140 milhões de euros (R$ 838,7 milhões) foram investidos na empreitada.

Reconciliação e união na diversidade

Para a reconstrução da igreja Al-Tahira foram recrutados 30 construtores da região, segundo o supervisor da obra, Anas Zeyad Abdulmalek. Esse envolvimento é algo que faz bem à população, argumenta num vídeo gravado para a Unesco.

Abdulmalek conta que várias vezes lhe perguntaram por que a reconstrução de igrejas e mesquitas avança mais rápido que a de casas e hospitais. "O valor de igrejas e mesquitas é que são lugares de paz. Aqui as pessoas se reúnem para rezar. Queremos lhes devolver essas lembranças e essa herança.".

Ele diz ser especialmente importante que cristãos e muçulmanos trabalhem juntos, não importa se na reconstrução de uma igreja ou de uma mesquita. "O objetivo principal do projeto é a reconciliação e a união em Mossul, com toda a diversidade da cidade – não importa se cristãos, judeus ou muçulmanos – que convive aqui pacificamente há séculos."

DW

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