LONDRES/MILÃO (Reuters) - As ações europeias subiram forte nesta quarta-feira, impulsionadas por fortes atualizações de ganhos da Logitech LOGN.S e do Banco Santander (SAN.MC: Cotações), com o índice STOXX 600 .STOXX registrando o maior ganho diário em 11 semanas.
O índice subiu 1,3 por cento e o alemão DAX .GDAXI avançou 1,8 por cento para o pico desde maio de 2015, sustentado por ganhos no Deutsche Bank (DBKGn.DE: Cotações), com os investidores reagindo à possível listagem do braço de gestão de ativos do banco.
O FTSE MIB .FTMIB da Itália subiu 0,4 por cento após o Tribunal Constitucional mudar uma lei eleitoral contestada, permitindo um novo sistema baseado na representação proporcional que pode significar eleições antecipadas este ano.
O lucro do Santander subiu 4 por cento em 2016, com o Brasil compensando desempenho fraco na Grã-Bretanha.
O índice FTSEurofirst 300 .FTEU3 fechou em alta de 1,31 por cento, a 1.448 pontos.
Em LONDRES, o índice Financial Times .FTSE subiu 0,2 por cento, a 7.164 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,82 por cento, a 11.806 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 .FCHI ganhou 0,99 por cento, a 4.877 pontos.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (SETURN) publicou nota, na tarde deste domingo, 22, informando o retorno da circulação dos ônibus pelas ruas da capital. No entanto, de acordo com a entidade, a retomada não será feita de forma plena, mas "paulatinamente". Com isso, no primeiro dia útil da semana, a frota de veículo será reduzida para a atender à população.
Desde a última sexta-feira, 20, o serviço de ônibus do transporte público da capital potiguar sofre com interrupções. A justificativa é a série de ataques contra veículos nos últimos quatro dias. Ao todo, mais de 25 carros de transporte de passageiros foram incendiados por vândalos.
Leia o comunicado:
COMUNICADO AOS USUÁRIOS DO TRANSPORTE URBANO DE PASSAGEIROS
O SETURN- Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município do Natal e suas associadas, vem a público externar a mais sincera inconformação, por estarem, mais uma vez, sendo alvos principais de injustos atos de vandalismo, como imerecido tem sido o tratamento dispensado há muito pelos poderes públicos municipal e estadual.
Não há como disponibilizar a frota à população, pois o risco ainda é iminente e os prejuízos incalculáveis. A preocupação não é só pela depredação do patrimônio das empresas, mas, e principalmente, para preservar a integridade física dos seus funcionários e clientes usuários.
Assim, necessitamos de garantias reais de segurança por parte dos governos municipal, estadual e federal, em tempo integral nas rotas, terminais e garagens, para que, somente assim, possamos liberar parte da nossa frota para trazer as pessoas de volta às suas diversas atividades, reativando o comércio, a indústria e prestadores de serviços; levando e trazendo os empregados e os clientes, em segurança, reativando, assim, a economia local.
Também precisamos urgentemente de compensação dos governos para fazer frente aos enormes e insuportáveis prejuízos que tivemos com perda de patrimônio e com falta de faturamento por impossibilidade de operação.
Esperamos, assim, poder retomar a operação de transporte, mesmo que paulatinamente, amanhã, segunda-feira, dia 23 de janeiro de 2017.
Eclipse solar visto de Saint Louis, na ilha de Reunião
Se 2016 foi o ano das superluas, em 2017 só vai haver uma chance de observar esse fenômeno. Em compensação, haverá dois eclipses solares.
Esse também é o ano da despedida da sonda Cassini, da Nasa, que explora o planeta Saturno há mais de 12 anos. Em setembro a sonda deve fazer um mergulho suicida na atmosfera do planeta transmitindo todos os dados que puder até seu último momento de existência.
Santiago Garcia/UOL
Chuva de Perseidas poderá ser vista em agosto; foto da chuva em 2015
Confira os principais eventos do ano:
Fevereiro
11 – Eclipse lunar – O fenômeno será visível durante a maior parte do leste da América do Sul, leste do Canadá, o Oceano Atlântico, Europa, África e Ásia ocidental.
"Trata-se de um eclipse penumbral, e, portanto, a Lua tem seu brilho pouco atenuado", explica Maria de Fátima Saraiva do departamento de Astronomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
26 – Eclipse anular do Sol. Será visível como parcial de quase todo o Brasil, com exceção da região Norte.
Abril
7 – Júpiter mais visível "O planeta estará em oposição, ou seja, exatamente oposto ao Sol para nós aqui na Terra. Isso significa que ele estará o mais brilhante possível. Ele nasce a leste e poderá ser observado a noite toda", explica Roberto Dias da Costa, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
16 a 25 – Chuva de meteoros Lirideas
Junho
15 - É a vez de Saturno entrar em oposição e ficar mais visível
Agosto
7 - Eclipse parcial da Lua
12 e 13 – Chuva de meteoro Perseidas
21 – Eclipse Solar. O evento vai ser total apenas nos EUA. No Brasil, ele poderá ser visto como parcial para observadores nas regiões Norte, Nordeste e parte do centro-oeste
NASA/JPL/Space Science Institute
Imagem da sonda Cassini mostra o planeta Saturno e duas das suas mais de 60 luas
Setembro
15 – Último mergulho da sonda Cassini
Outubro
21 – Chuva de meteoros Orionídeas
Novembro
18 – Chuva de meteoro Leonídeos
Dezembro
4 – Única superlua do Ano
14 – Chuva de Meteoros Geminideos (Será visível na metade da noite, na direção da constelação de Gêmeos)
Vem, meteoro! As melhores imagens espaciais de 201642 fotos
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SUPERNOVA - Em 2016, astrônomos descobriram a supernova mais brilhante já detectada na história do universo. A descoberta foi feita em junho do ano passado pelo ASAS-SN (All Sky Automated Survey for SuperNovae), um sistema de oito pequenos telescópios colocados em dois locais, no Havaí (EUA) e no Chile, capaz de escanear o céu inteiro a cada dois ou três dias. Chamada de ASAS-SN-15lh, a supernova é milhares de vezes mais brilhante do que uma supernova normal e brilha 50 vezes mais do que a Via Láctea. Nas últimas décadas, os astrônomos têm visto surgir uma nova classe rara de explosões, são supernovas superluminosas - as vezes denominada de hipernovaImagem: Jin Ma/Beijing Planetarium/Science
Um terremoto de 8 graus na escala Ritcher atingiu neste domingo a ilha de Bouganville, no leste de Papua Nova Guiné, o que levou as autoridades a emitir um alerta de tsunami em vários países do Pacífico.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que vigia a atividade sísmica no mundo todo, situou o tremor a 153 quilômetros de profundidade sob o leito marinho e a 40 quilômetros a oeste de Panguna, em Bouganville.
O Centro de Alertas por Tsunami do Pacífico emitiu um alerta por risco de onda gigante no litoral de Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Nauru, Vanuatu, Indonésia, e ilhas de Phonpei, Chuuk e Kosrae dos Estados Federados da Micronésia.
“Ondas de tsunami perigosas podem ocorrer nas próximas horas ao longo de algumas costas”, indicou o centro.
O arquipélago de Papua Nova Guiné se assenta sobre o Anel de Fogo do Pacífico, uma região de grande atividade sísmica e vulcânica que é sacudida por cerca de 7.000 tremores por ano, em sua maioria moderados.
Os ônibus que compõem o transporte urbano de Natal ainda não saíram das garagens na manhã desta sexta-feira (20). Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado (Sintro-RN), Júnior Rodoviário, um novo ataque foi registrado durante a madrugada, por volta das 2h, contra veículos da empresa Reunidas, na Avenida João Medeiros Filho, zona Norte de Natal.
De acordo com Júnior Rodoviário, o serviço só será normalizado caso a Polícia Militar garanta total segurança aos rodoviários. Ônibus intermunicipais também não estão circulando na região metropolitana da capital. Às 11h, o Sintro vai realizar uma reunião para definir como será a operação do transporte público durante à tarde.
Os ataques contra ônibus começaram na tarde de quarta-feira (20). Desde então, o serviço está prejudicado na cidade. Nesta quinta, após novos ataques, a frota foi completamente recolhida no início da tarde, prejudicando as mais de 400 mil pessoas que usam o transporte coletivo em Natal.
O magnata nova-iorquino Donald Trump assume nesta sexta-feira (20/01) a presidência dos Estados Unidos. Ele será empossado como 45º presidente americano numa cerimônia no Capitólio, em Washington.
Autoridades estimam a participação de 900 mil pessoas – a posse de Barack Obama contou com 1,8 milhão de pessoas em 2009. Além disso, são esperados milhares de manifestantes nas ruas da capital americana. Eles devem protestar contra as posições controversas de Trump em relação aos direitos da mulher e à mudança climática.
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13:23 - Relatos locais afirmam que seis pontos de entrada para a cerimônia de posse de Donald Trump estão completamente bloqueados por manifestantes. Numa destas entradas, ativistas pelos direitos dos negros formaram um cordão humano e se acorrentaram às grades.
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os corpos das cinco vítimas do acidente aéreo que matou o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, foram resgatados do mar em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro, informaram nesta sexta-feira o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
Os corpos de Teori, que tinha 68 anos, do empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, 69, dono do Hotel Emiliano, do piloto da aeronave, Osmar Rodrigues, 56, da massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, 23, e da professora Maria Ilda Panas, 55, foram retitados do local, e as equipes de resgate agora trabalham para recuperar os destroços da aeronave que caiu no mar na tarde de quinta-feira.
"O trabalho ainda termina hoje. A Marinha trouxe equipamentos para nos ajudar e conseguimos retirar", disse Pércio Freire, subsecretário de Defesa Civil de Paraty.
"Agora é retirar os destroços para serem entregues às autoridades aeronáuticas para que possam avançar nas investigações sobre a causa do acidente", acrescentou.
O ministro, de 68 anos, era responsável por todos os casos envolvendo políticos com prerrogativa de foro junto ao Supremo no âmbito Lava Jato. Sua morte joga incerteza sobre a tramitação dos processos da operação na corte. [nL1N1F92LO]
O avião Hawker Beechcraft, modelo C90GT, pertencia ao Grupo Emiliano e decolou na quinta-feira de São Paulo rumo a Paraty.
Em nota, o Grupo Emiliano disse que Maira Lidiane era massoterapeuta e prestava serviços a Filgueiras, que passava por um tratamento no ciático. A mãe da massoterapeuta, Maria Ilda, havia viajado de Mato Grosso a São Paulo para visitar a filha. O empresário convidou ambas para passar um fim de semana em Paraty, de acordo com a nota do grupo.
"O Grupo Emiliano registra seus sentimentos e condolências para a família e amigos. E informa que está prestando apoio e informações aos familiares", disse a nota
A morte do ministro Teori Zavascki, responsável pela relatoria dos processos da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, deve atrasar as ações do caso.
Pelo regimento interno do STF, no artigo 38, "em caso de aposentadoria, renúncia ou morte", o relator é substituído pelo ministro que será nomeado pelo presidente da República para sua vaga.
Embora não haja prazo previsto em lei para a nova nomeação - que pode levar semanas ou meses - constitucionalistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que o processo deve atrasar mesmo que a indicação seja feita de forma rápida.
"O principal impacto é com relação ao tempo do processo, que deve atrasar. Teori estava na fase de homologação das delações que foram analisadas. Somente após a homologação é que as investigações continuariam", disse à BBC Brasil o advogado Roberto Dias, coordenador do curso de Direito da FGV-SP e doutor em Direito Constitucional.
Apesar disso, as medidas urgentes - como prisões - não devem ser afetadas.
"As medidas urgentes não param. Mas a ação como um todo deve atrasar", afirma o advogado Marcelo Fiqueiredo, presidente da Associação Brasileira de Constitucionalistas Democratas (ABCD).
Coautora do processo que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, a jurista Janaína Paschoal disse que a Lava Jato será prejudicada pela morte do ministro.
"Ela (a operação) vai continuar, mas a morte do ministro implicará um atraso significativo, pois faz-se necessário aguardar a nomeação do substituto. Isso demanda tempo, fora toda a dificuldade política (e até jurídica) para assumir um caso dessa magnitude, no meio do caminho", afirmou
Como relator das ações da Lava Jato no STF, Zavascki tinha a responsabilidade de validar as delações da Odebrecht no Supremo Tribunal Federal.
O ministro estava de férias, mas uma equipe dele (uma espécie de força-tarefa) estava analisando relatos e havia expectativa de que, no retorno, Zavascki retirasse o sigilo do conteúdo a partir de um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot - ou seja, tornasse as 77 delações públicas.
Ele mesmo chegou a frequentar a sede do Supremo nesta semana para analisar os depoimentos.
Exceções
Apesar de o regimento interno do STF determinar que o novo relator seria o novo nomeado, as regras também preveem outras alternativas, embora elas não sejam comuns.
Com isso, os ministros não poderiam apenas "escolher" um novo relator para dar continuidade aos processos.
"O regimento prevê que se deve aguardar o novo relator, que será o novo ministro a ser nomeado pelo presidente da república, Michel Temer, e sabatinado pelo Senado. Não é comum que a nova relatoria não siga essas regras", afirmou Roberto Dias.
Há, no entanto, uma exceção também prevista no regimento do STF, no artigo 68, para a redistribuição desses processos para outros ministros em casos urgentes.
"Em habeas corpus, mandado de segurança, reclamação, extradição, conflitos de jurisdição e de atribuições, diante de risco grave de perecimento de direito ou na hipótese de a prescrição da pretensão punitiva ocorrer nos seis meses seguintes ao início da licença, ausência ou vacância, poderá o Presidente determinar a redistribuição, se o requerer o interessado ou o Ministério Público, quando o Relator estiver licenciado, ausente ou o cargo estiver vago por mais de trinta dias", diz o texto.
Ou seja: caso um dos interessados ou o próprio Ministério Público fizer o pedido para o STF, a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, poderia redistribuir os processos que eram de Teori Zavascki.
Esse artigo já foi acionado em outro caso - ou seja, há precedente para isso no STF.
Em 2009, com a morte do ministro Menezes Direito, o então presidente da Corte, Gilmar Mendes, determinou a redistribuição - independentemente do pedido dos interessados - em algumas circunstâncias, entre elas "processos e recursos criminais com o réu preso, ou sobre os quais a prescrição da pretensão punitiva possa ocorrer dentro de um ano".
Além dessa determinação, a redistribuição dos processos poderia ocorrer ainda em casos de "recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida".
Isso quer dizer que, caso a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, avalie necessário redistribuir os processos que estavam sob responsabilidade de Zavascki para outros ministros, poderia fazê-lo com base neste artigo.
Nesse caso, o mais comum seria fazer um sorteio, já que não se poderia apenas designar um novo responsável.
"A nomeação teria que ser por sorteio, porque não se pode violar o principio da imparcialidade, não se pode designar uma pessoa porque quer, tem que partir de uma regra regimental especifica", disse Roberto Dias.
o Gabinete de Gestão Integrada na Secretaria de Segurança Pública, com o secretário de Segurança, Caio César, o comando da PM, Força Nacional, Polícia Federal e já comunicamos Judiciário e Ministério Público, no comando das medidas para conter a rebelião em Alcaçuz.
Nos últimos anos, os escândalos políticos e suas consequências nefastas sobre a economia e a vida dos brasileiros parecem não ter fim. Os avanços recentes no combate à corrupção e à impunidade e os grandes ganhos de longo prazo que eles podem trazer ao País, se forem sustentados, não podem ser perdidos. Retroceder na limpeza política por que passa o Brasil em nome de apaziguar o ambiente seria péssima opção. Já pagamos caro para abrirmos mãos dos ganhos que teremos, mesmo que tais ganhos possam estar distantes. Temos de acelerar o expurgo político e criar condições para reduzirmos ao máximo a corrupção. Temos de espalhar o medo de punições graves entre corruptos e corruptores. Aqueles em posições passíveis de envolvimento com condutas ilícitas têm de ter mais a perder do que a ganhar caso se envolvam com práticas ilegais.
O mais importante é que políticos e empresários corruptos sejam condenados pela Justiça a penas duras. No caso dos empresários, isso vem acontecendo. Faltam condenações exemplares a políticos de todos os partidos. Adicionalmente, a legislação tem de ser ajustada para facilitar a condenação e endurecer as penas, e esse era exatamente o objetivo das “10 Medidas Contra a Corrupção” elaboradas pelo Ministério Público, que os congressistas, em defesa própria, tentaram desfigurar, mas foram forçados a retroceder, ao menos por ora, em função de pressão popular.
E se todos os políticos tivessem de recitar publicamente um código de ética uma vez por mês?
Acredito que há mais um fator possível para limitar a corrupção: envergonhar publicamente políticos corruptos. Há diversas formas de fazê-lo. Uma delas envolve o código de ética. Como médicos, advogados e outras classes profissionais, senadores e deputados possuem um código de ética, que atualmente é solenemente ignorado. E se todos os políticos tivessem de recitar publicamente tal código de honra uma vez por mês, expondo–os publicamente e sujeitando-os a punições em caso de não cumprimento?
Não tenho ilusão que só isso acabará com a corrupção. Há pessoas que sempre tentarão burlar as regras e a impressão é que a política atrai uma grande proporção delas. Há também pessoas incorruptíveis, que sempre fazem o certo, independentemente das regras. Para os demais – a grande maioria –, incentivos às condutas corretas e punições às más condutas fazem a diferença. Um código de ética rígido e com visibilidade poderia colaborar na formação de uma classe política ética e na redução da corrupção.
É uma ocasião especial na Polônia. A chegada dos americanos foi celebrada na Praça Pilsudski, em Varsóvia, na praça do Mercado de Cracóvia e em muitas outras cidades ao londo da semana. Orquestras militares se apresentaram, tanques e outros equipamentos foram expostos, e havia ainda goulash para "armar" o estômago.
A última vez que tantos poloneses celebraram a chegada de tropas estrangeiras ocorreu mais de 200 anos atrás – quando os soldados de Napoleão vieram. Mas desta vez são os americanos que vieram à Polônia.
A ideia de transferir a presença militar da Alemanha – onde bases ainda abrigam 36 mil soldados – para o leste europeu foi discutida repetidamente. A Alemanha não precisa mais de proteção após a queda do bloco comunista, e a manutenção de tropas era dispendiosa.
As mudanças começaram a acontecer em 2014, com a agressão russa à Ucrânia. À época, o então ministro polonês das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, pediu o deslocamento de "duas brigadas" para melhor defender a Polônia.
Até agora, chegaram ou estão a caminho 3.500 soldados do estado americano do Colorado, assim como 87 tanques e 400 veículos humvee. A ação foi chamada de "Resolução Atlântica". Os soldados foram especialmente saudados neste sábado (14/01) na cidade de Zagan, na Silésia, a apenas 100 quilômetros da fronteira da Polônia com a Alemanha.
A maior parte das tropas vai ficar estacionada em Zagan. Após nove meses, elas devem ser substituídas por novas tropas em um processo de revezamento. Cada "turno" também deve ser posto em prática em outros países da região, como a Romênia.
Após a desintegração da União Soviética, a Otan garantiu a Moscou que nenhuma grande unidade de combate seria permanentemente estacionada a leste da Alemanha a não ser que a situação sofresse mudanças. O revezamento é na verdade um despiste: ele permite ter a disposição soldados e equipamento na região, mas não de maneira "permanente".
Ainda assim, Moscou protestou contra a mobilização. Só que desde 2007 a Rússia vem repetidamente executando exercícios com dezenas de milhares de soldados nas suas fronteiras ocidentais ou na Bielorússia. Houve também manobras mirando Varsóvia e a Estônia.
Estados bálticos sob ameaça
A unidade americana é um favor especial dos EUA aos seus aliados. Em breve, no entanto, será realizada o que a Otan chamou "presença avançada aprimorada". Os Estados-membros Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia devem receber cada um a presença de tropas multinacionais. Em 19 de janeiro, 500 soldados alemães vão ser deslocados para a Lituânia.
Na Lituânia, a Alemanha vai ser a principal força – mais 500 soldados de outros países também devem ser deslocados. A presença militar na Estônia ficará sob liderança britânica, e na Letônia, canadense. A Polônia deve receber mais tropas americanas, que devem chegar em abril.
Esse batalhão (também de "revezamento") deve ser estacionado no nordeste da Polônia. Lá fica o particularmente vulnerável "brecha de Suwalki" junto ao território russo de Kalinigrado. Além disso, a Bielorússia, aliada de Moscou, fica a apenas 60 quilômetros dali.
Especialistas militares tem soado o alarme há tempos: se a Rússia lançar uma ação convencional ou "híbrida" contra algum Estado báltico, ela também pode cortar facilmente os parceiros da Otan da sua rota de abastecimento em Suwalki. Os bálticos são considerados por todos os outros membros da Otan como os mais vulneráveis, ainda que desde 2014 eles tenham armado pesadamente seus exércitos enfraquecidos.
Fator Trump
A decisão de reforçar a Polônia e os Estados bálticos com tropas multinacionais foi a mais importante da reunião de cúpula de Varsóvia, que ocorreu em julho de 2016. No entanto, após a eleição de Donald Trump, surgiram dúvidas na região se o novo presidente vai cumprir os compromissos do seu antecessor, Barack Obama.
Existe até mesmo o temor de que Trump possa lançar uma espécie de "nova conferência de Ialta" e, a exemplo de 1945, dividir com Moscou o mundo em esferas definidas de influência. Assim, ele poderia retirar as tropas de um dia para o outro.
Trump já disse anteriormente, entre outras coisas, que os EUA não deveriam defender países que não cumprem com suas obrigações (financeiras) com a Otan. No entanto, a Polônia e os Estados bálticos seguem respondendo bem com seus gastos de defesa.
A mídia estatal russa criticou o envio de tropas de outros países da Otan como "uma mobilização agressiva". Só que as unidades, que agora devem fornecer mais segurança da Estônia à Romênia, são menos numerosas do que as tropas aliadas que protegiam Berlim Ocidental até 1989.