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quinta-feira, 6 de março de 2025

Líderes da UE se reúnem em busca da autossuficiência militar



Foto: Liesa Johannssen/REUTERS

A cúpula da União Europeia (UE) realizada em Bruxelas nesta quinta-feira (05/03) é apenas a mais recente reunião de emergência dos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE), após areunião de domingo em Londres, organizada pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e algumas outras anteriores convocadas pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

Com o apoio militar e financeiro dos Estados Unidos para a Ucrânia suspenso e seu compromisso com a segurança europeia como uma incógnita, a UE não tem outra opção a não ser se empenhar para melhorar a autossuficiência em segurança.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quis enfatizar que as coisas realmente estão piores do que nunca, escrevendo em uma carta aos líderes da UE que o continente "enfrenta um perigo claro e presente em uma escala que nenhum de nós viu em nossa vida adulta. O futuro de uma Ucrânia livre e soberana – de uma Europa segura e próspera – está em jogo".

Mais dinheiro para gastos militares

Ela espera que o plano ReArm Europe (rearmar a Europa) elimine algumas das desculpas econômicas para os baixos orçamentos de defesa que os governos usaram no passado. Uma das maneiras pelas quais o plano pretende fazer isso é permitir que os governos infrinjam as regras que regem a relação máxima entre dívida e PIB quando se trata de gastos com defesa. Von der Leyen sugere que, se cada país membro gastasse 1,5% a mais, isso equivaleria a quase 650 bilhões de euros (R$ 4 trilhões) a mais para investimentos militares nos próximos quatro anos.

O ReArm Europe também criaria um novo mecanismo para fornecer 150 bilhões de euros (R$ 928 bilhões) para empréstimos garantidos pelo orçamento comum da UE, um conceito que tem sido controverso entre alguns países. Esse dinheiro, segundo um funcionário da UE, poderia ser utilizado por dois ou três Estados membros trabalhando juntos, ou dois mais a Ucrânia. O objetivo é fazer compras conjuntas de equipamentos e recursos de grande escala, como defesa aérea e antimísseis, drones e preparação cibernética, especialmente em áreas em que a Europa atualmente depende dos EUA.

Uma autoridade da UE, falando na quarta-feira sob condição de anonimato, disse que o resultado desejado da cúpula é que os líderes "indiquem que essas propostas devem avançar muito rapidamente" para permitir que a UE crie sua própria defesa.


Foto: Wiktor Dabkowski/ZUMA Press Wire/IMAGO

Hungria e Eslováquia travariam planos?

A Hungria e a Eslováquia sinalizaram sua tradicional oposição a qualquer movimento para ajudar a Ucrânia, com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, até mesmo divulgando uma carta nesse sentido.

Mas há espaço para uma interpretação otimista nessa carta de que Fico não bloqueará as ações da UE que não obriguem a Eslováquia a contribuir. E o principal objetivo do plano é que os países tenham acesso a financiamento para ampliar sua própria defesa em primeiro lugar.

Giuseppe Spatafora, analista de pesquisa do Instituto de Estudos de Segurança da UE, acredita que o plano de Ursula von der Leyen conseguirá obter aprovação unânime, mesmo que não imediatamente na cúpula, porque os riscos finalmente se tornaram altos demais. Ele acaba de lançar um estudo sobre como o abandono da Europa pelos EUA poderia se desenrolar.

Spatafora diz que o fato de o pacote conter uma série de opções – empréstimos maiores, gastos com compras conjuntas, transferência de dinheiro dos fundos de coesão para gastos com defesa – "é uma forma de maximizar o consenso".

Ele também interpreta a menção relativamente esparsa da Ucrânia no plano como proposital, "para evitar vetos por parte de alguns Estados membros".

Mesmo com os países que não se sentem confortáveis com o fato de a UE desempenhar um papel mais importante em algo que geralmente é deixado para os governos nacionais ou para a Otan, "é preciso começar com dinheiro", ressalta Spatafora. "E o papel da UE será muito bem-vindo se ela fornecer recursos adicionais, principalmente dinheiro."

DW

 

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