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segunda-feira, 10 de março de 2025

Novas taxações dos EUA: Como isso pode impactar o Brasil e aumentar os preços para o consumidor


 Foto: FREEPIK

As recentes medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, têm gerado preocupações significativas no cenário econômico global. Com a imposição de tarifas adicionais sobre produtos de países como China, México e Canadá, surge a questão: como essas ações podem impactar o Brasil e, consequentemente, o consumidor brasileiro?​

No início de março de 2025, o governo dos EUA anunciou a implementação de tarifas de 25% sobre aço e alumínio importados do Canadá e do México, além de um aumento de 10% sobre produtos chineses, elevando a carga total para 20% em diversas mercadorias manufaturadas. Essas medidas visam fortalecer a indústria americana e reduzir déficits comerciais, mas também desencadearam uma resposta rápida dos países afetados. China, Canadá e México anunciaram retaliações tarifárias contra os EUA, criando um ambiente de tensão econômica internacional, chamada de “Guerra Comercial”.

Para o Brasil, os impactos podem surgir de diferentes formas. O setor siderúrgico, por exemplo, está em alerta, pois os EUA são um dos maiores importadores de aço brasileiro. Com o aumento da tributação sobre produtos metálicos de seus vizinhos, a concorrência pode se tornar ainda mais acirrada, levando a possíveis quedas nas exportações do Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), as siderúrgicas nacionais podem sofrer uma redução de até US$ 2 bilhões em exportações caso os EUA ampliem restrições comerciais.

Por outro lado, o agronegócio brasileiro pode se beneficiar. Com a China impondo tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, como soja e carne suína, o Brasil tem a oportunidade de ampliar sua participação nesses mercados. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil exportou 97 milhões de toneladas de soja em 2024, e esse volume pode crescer caso a demanda chinesa se desloque para fornecedores alternativos. No entanto, essa vantagem também pode gerar consequências no mercado interno, como a elevação dos preços de produtos básicos, já que uma maior exportação pode reduzir a oferta para o consumidor brasileiro.

Outro ponto de preocupação é a cotação do dólar. Tensões comerciais internacionais frequentemente resultam em um aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, levando a uma valorização do dólar frente a moedas emergentes, como o real. Se a moeda americana continuar em alta, produtos importados no Brasil, como eletrônicos, veículos e medicamentos, podem ficar ainda mais caros. No acumulado de 2024, o dólar já registrou uma alta de 6,7% em relação ao real, e especialistas projetam que, se a guerra comercial se intensificar, a moeda pode ultrapassar os R$ 6,00 ainda este ano.

Tribuna do Norte


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