O Brasil ocupa a sexta posição entre as economias mais endividadas da América Latina e Caribe, conforme revelam dados atualizados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Situação acende um alerta sobre os riscos de sustentabilidade da dívida pública brasileira. A análise é de Gabriel Monteiro, ao Agora CNN.
"O risco é chegar num momento em que vai ficar praticamente inviável pagar essa dívida, porque vai ficar tão caro sustentar o déficit que já temos, a dívida brasileira, que vai - no pior cenário possível - acontecer um calote, como acontece consistentemente com a Argentina", explica Monteiro, acrescentando: "Não estamos próximos, mas, é um risco real".
O cenário é especialmente preocupante devido à alta taxa de juros no país, que se mantém em média na casa dos dois dígitos desde o início dos anos 2000. Esta característica distingue o Brasil de outras grandes economias mundiais, como Estados Unidos e Japão, que, apesar de possuírem dívidas maiores, operam com taxas de juros significativamente menores.
Dificuldades e Riscos
O país enfrenta obstáculos significativos para vender dívida prefixada, recorrendo frequentemente à emissão de títulos atrelados à taxa de juros vigente. Esta dinâmica cria um ciclo perigoso: conforme as condições econômicas exigem taxas mais elevadas, o custo de manutenção da dívida aumenta proporcionalmente.
Cálculos da Instituição Fiscal Independente do Senado indicam que, para estabilizar o crescimento da dívida, o Brasil necessita atingir um superávit entre 2% e 2,5% do PIB. No entanto, o país tem registrado déficits consecutivos, distanciando-se desta meta.
"Brasil segue na direção oposta do que deveria porque a gente está bem distante de conseguir paralisar o crescimento dessas dívidas", aponta o jornalista.
O cenário atual pode desencadear um efeito em cadeia: a desconfiança sobre a capacidade de pagamento da dívida brasileira pode levar a juros ainda mais altos, prejudicando investimentos e desenvolvimento econômico. Este ciclo dificulta a redução da desigualdade social.
CNN
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