Fonte: dw
A recontagem de votos das urnas suspeitas, realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirmou nesta segunda-feira (04/12) a vitória do presidente Juan Orlando Hernández na eleição presidencial de 26 de novembro.
Após a recontagem de 99,89% das 1.006 urnas sob suspeita, Hernández vencia com margem apertada, superando Nasralla por 42,98% contra 41,39%. O candidato da oposição rejeitou antecipadamente ao anúncio do resultado, insistindo na hipótese de fraude eleitoral.
O presidente do TSE, David Matamoros, deu por concluído o escrutínio especial de maneira simbólica, às 5h (horário local), quando restavam 20 urnas eleitorais do total de 18.128, mas não declarou Hernández vencedor da eleição.
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No início da semana, Nasralla, um ex-apresentador de televisão, chegou a declarar vitória após dois terços da apuração terem sido concluídos e ele estar cinco pontos percentuais à frente de Hernández. Após uma pausa inexplicada de mais de um dia, a contagem passou a dar vantagem ao presidente.
O coordenador da Aliança de Oposição contra a Ditadura, o ex-presidente Manuel Zelaya, havia pedido neste domingo ao TSE que fossem contadas 5.179 urnas suspeitas. Ele afirmou que, em reunião com os juízes do TSE, especialistas em informática e outros assessores, não foram fornecidas as informações técnicas e eleitorais solicitadas pela oposição sobre o que teria ocorrido durante a apuração.
O TSE, porém, comprometeu-se a recontar apenas 1.006 urnas. "Se podem fazer isso, por que não fazer o mesmo com todas as 5.179 que chamamos de 'urnas da fraude', que são as que entraram depois que deram o primeiro resultado, na madrugada do dia 27", questionou Zelaya,
O ex-presidente, deposto em 2009, ressaltou que as suspeitas despertadas pelas três quedas ocorridas no sistema do TSE quando Nasralla levava uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre Hernández lhe dão o direito de afirmar que houve fraude.
A recontagem, acompanhada por observadores da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), foi iniciada em meio a protestos no país. Em Tegucigalpa, milhares de soldados e policiais fecharam diversas ruas para evitar que os manifestantes se aproximassem do local que armazena todo o material da eleição.
Apesar de não haver registros de violência nos protestos deste domingo, centenas de pessoas foram presas e ao menos três morreram nos últimos dias. O governo impôs estado de exceção e um toque de recolher na sexta-feira, expandindo os poderes do Exército e da polícia para que realizassem prisões e removessem bloqueios em ruas, pontes e edifícios públicos.
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