Um levantamento da Kpler, empresa de rastreamento e análise de fluxo de cargas, mostra que o Brasil ultrapassou a Turquia e se tornou o maior comprador de diesel russo em outubro no ano passado. Já a Rússia deixou para trás os EUA e assim se tornou o principal provedor brasileiro do combustível.
Somando-se todos os combustíveis fosseis, o Brasil foi o quinto maior comprador em dezembro de 2023, conforme dados do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês). O país pagou 900 milhões de euros a Moscou naquele mês, atrás de China (5,1 bilhões de euros), Turquia (3,9 bilhões de euros), Índia (2,8 bilhões de euros) e da União Europeia (UE) como um todo (2,7 bilhões de euros).
Questionado sobre o aumento, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços argumentou que ele foi “influenciado por múltiplos fatores” e que “as importações de combustíveis são o resultado de decisões tomadas por agentes privados e seguem a lógica da oferta e da demanda.”
O investimento brasileiro crescente no combustível russo não acompanha uma tendência global de queda, fruto das sanções ocidentais aplicadas contra a Rússia em função da agressão à Ucrânia. Porém, o Brasil não descumpre as punições porque estão previstas exceções no que tange ao transporte, e elas têm sido respeitadas.
Apesar do impulso brasileiro, Moscou tem perdido dinheiro com a venda de derivados do petróleo. Segundo relatório divulgado na semana passada pelo CREA, desde que as sanções foram aplicadas até dezembro de 2023, a Rússia registrou uma redução de 9% nas receitas com petróleo, perda de 13,06 bilhões de euros.
No final da semana passada, a agência Reuters relatou que 14 navios russos com dez milhões de barris de petróleo bruto estavam parados na costa da Coreia do Sul porque o país não conseguia vender a carga, prejudicado pelas sanções.
A referência
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