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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Decisão sobre juros: BCs acertaram sobre o que não tinham certeza


 Nas decisões tomadas pelo BC do Brasil e o Fed americano, fica claro que eles acertaram em sua estratégia para lidar com maior surto inflacionário da década, no caso brasileiro, ou em décadas, no caso dos Estados Unidos.

O acerto, porém, não foi obvio porque ele se deu num ambiente de enorme incerteza e reações inéditas da economia.

A desinflação aconteceu sem provocar recessão ou alta no desemprego, ao contrário.

As economias seguem crescendo, mesmo que em ritmo menor, caminhando para um soft landing.

O emprego vai de vento em popa tanto aqui quanto lá. A geração de vagas de trabalho não tem sido acompanhada de pressão por salários, desfazendo a correlação negativa mais conhecida da teoria econômica, qual seja, quanto menor o desemprego, maior a inflação, e vice-versa, a famosa Curva de Phillips.

No caso brasileiro, o diagnóstico era mais evidente.

O histórico inflacionário do país deu ao BC mais ferramentas e know-how para lidar com disparadas dos preços.

A dose do remédio necessário para economia nacional também ajuda, já que somos um país (mal) acostumado a conviver com taxas de juros muito altas.

Mesmo com toda pressão política, Roberto Campos Neto atravessou 2023 pisando em ovos, acomodando o cenário e as mudanças na conjuntura do país.

Campos Neto admitiu erros nas previsões para o crescimento, apoiou a agenda de Fernando Haddad, mas não saiu da trilha na condução da política monetária.

Se tem uma coisa que não se pode dizer sobre as decisões do Copom é que elas surpreenderam.

CNN



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