O acerto, porém, não foi obvio porque ele se deu num ambiente de enorme incerteza e reações inéditas da economia.
A desinflação aconteceu sem provocar recessão ou alta no desemprego, ao contrário.
As economias seguem crescendo, mesmo que em ritmo menor, caminhando para um soft landing.
O emprego vai de vento em popa tanto aqui quanto lá. A geração de vagas de trabalho não tem sido acompanhada de pressão por salários, desfazendo a correlação negativa mais conhecida da teoria econômica, qual seja, quanto menor o desemprego, maior a inflação, e vice-versa, a famosa Curva de Phillips.
No caso brasileiro, o diagnóstico era mais evidente.
O histórico inflacionário do país deu ao BC mais ferramentas e know-how para lidar com disparadas dos preços.
A dose do remédio necessário para economia nacional também ajuda, já que somos um país (mal) acostumado a conviver com taxas de juros muito altas.
Mesmo com toda pressão política, Roberto Campos Neto atravessou 2023 pisando em ovos, acomodando o cenário e as mudanças na conjuntura do país.
Campos Neto admitiu erros nas previsões para o crescimento, apoiou a agenda de Fernando Haddad, mas não saiu da trilha na condução da política monetária.
Se tem uma coisa que não se pode dizer sobre as decisões do Copom é que elas surpreenderam.
CNN
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