Foto: Magnus Nascimento
O Plano Safra 2025/2026 no Rio Grande do Norte contará com recursos da ordem de R$ 780 milhões para a Agricultura Familiar, com expectativa de gerar um volume estimado em torno de 80 mil contratos em financiamentos. O montante representa um aumento de 56% em relação ao ciclo 2024/2025, que contou com recursos da ordem de R$ 500 milhões no RN e cerca de 60 mil contratos. Em todo o País, o Plano contabiliza R$ 89 bilhões para a Agricultura Familiar. O lançamento do ciclo atual aconteceu nesta quintafeira (4), no Centro de Convenções de Natal.
Durante o evento, a governadora Fátima Bezerra explicou que a oferta será destinada a diversas operações, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), construção de Cisternas e perfuração de poços, além dos programa de Documentação da Trabalhadora Rural, que beneficia mulheres do campo. “Esse é o maior volume de recursos do Plano Safra para o RN. Para se ter uma ideia, saímos de R$ 267 milhões em 2023 para R$ 780 milhões agora”, frisou a governadora.
Alexandre Lima, titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), destacou a importância do Plano Safra para os trabalhadores rurais do Rio Grande do Norte. “O Plano Safra é uma estratégia utilizada todos os anos, através da reunião de diversos programas, para um conjunto dos investimentos na agricultura familiar, que tem como papel a produção de alimentos. Em 2025, contamos com a ampliação dos investimentos, o que resultará, consequentemente, na expansão de contratos, os quais devem registrar um crescimento que pode variar de 60% a 80%, levando em conta que uma família pode pegar mais de um deles, a depender do ciclo de cultura”, afirma o secretário Alexandre Lima.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/Conab), de acordo com o Governo do Estado, tem assegurados R$ 14,4 milhões em 2025, valores que serão destinados à compra da produção de 1,3 mil agricultores familiares em 40 municípios potiguares. O apoio aos assentamentos da reforma agrária conta com R$ 12,2 milhões em modalidades como fomento, habitação e inclusão produtiva de mulheres e jovens.
Além disso,o Ministério do Desenvolvimento Agrário vai investir, em parceria com Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), o MDA vai investir R$ 14,7 milhões no Projeto Dom Hélder Câmara, para apoio direto às famílias agricultoras em práticas sustentáveis e de convivência com o clima de territórios do Semiárido. Quem trabalha no segmento comemora a chegada dos volumes de crédito. A agricultora Neneide Lima, de Mossoró, pontua que os trabalhadores costumam aguardar com ansiedade pela disponibilização dos recursos.
“Nós temos muito a ganhar, ainda mais agora que parte do crédito pode ser destinada a mulheres. O Plano é importante para a permanência do agricultor nas comunidades, para a produção nos roçados e quintais. Então, a gente espera esse anúncio para entender quanto desse crédito pode ser direcionado aos programas do segmento”, afirma a agricultora.
Ainda segundo Neneide Lima, a importância do crédito para a agricultura familiar é ainda mais significativa diante dos desafios enfrentados pelos trabalhadores do campo. Para ela, o segmento poderia receber mais atenção, a fim de que os profissionais consigam acesso aos recursos com maior facilidade.
“Um desses desafios é conseguir um fundo garantidor para obter o crédito, algo que muitas vezes não chega para quem está no cooperativismo”, pontua Neneide, que é presidente da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes).
“Também falta assistência técnica para nos atender com foco nas nossas especificidades. Um exemplo disso é enfrentado pelo Pronaf Mulher. A gente não tem uma pessoa que dialogue com os bancos com base nas nossas condições”, acrescenta.
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário