Fonte: BBC
Um mês depois de representar os Estados Unidos em uma rodada de negociações por paz com a Coreia do Norte, a ex-especialista do Conselho Nacional de Segurança americano, Sue Mi Terry, diz que voltou para casa pessimista.
"Eles disseram que estão bem perto de completar seu programa nuclear e deixaram claro que este avanço não será alterado jamais, seja qual for a contrapartida", conta a especialista, que trabalhou por 12 anos na inteligência americana sobre Coreia do Norte, com cargos nos governos de George W. Bush (Republicano, como Trump) e Barack Obama (Democrata).
Hoje professora da universidade de Columbia, em Nova York, Terry afirma que os EUA conhecem bem o comportamento e os objetivos do líder norte-coreano Kim Jong-un, a quem classifica como "inteligente, prático e calculista", em resposta aos que o descrevem como "imprevisível" ou "louco".
Em contrapartida, usa o termo "imprevisível" para classificar o presidente de seu próprio país, Donald Trump, que na última semana prometeu reagir às provocações norte-coreanas como "fogo e fúria".
O palavreado adotado contra um país com armas nucleares apontadas para o Japão e a Coreia do Sul, onde vivem centenas de milhares de norte-americanos, gerou preocupações dentro do próprio governo e alertas por todo o mundo. Em conversa telefônica, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu a Trump que evite "palavras e ações" que aprofundem as tensões na península coreana.
Para Terry, "a posição dos EUA é muito difícil" e a única opção do país, além de sanções econômicas, "é conviver com o desenvolvimento nuclear norte-coreano, enquanto buscamos medidas de dissuadir ou acalmar o país."
A analista, entretanto, avalia que a crise entre os dois países deve se manter no campo das palavras e diz que esta geração não deverá assistir a novo um guerra nuclear entre potências mundiais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário