Fonte: Estadão conteúdo
A Operação Anteros, da Polícia Federal, prendeu nesta terça-feira, 15, dois aliados próximos do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD). Adelson Freitas dos Reis e Magali Cristina da Silva, funcionários da Assembleia Legislativa do Estado, foram presos em regime temporário por suspeita de envolvimento no esquema de inclusão de servidores fantasmas nos quadros da Casa.
A Operação Anteros foi deflagrada por ordem do ministro Raul Araújo Filho, da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. O governador foi alvo de buscas. A PF vasculhou dois endereços de Robinson. Também recolheu documentos em batida na sede do Governo do Rio Grande do Norte e na Assembleia Legislativa.
A suspeita da PF é que o governador teria tentado comprar o silêncio de um delator da Operação Dama de Espadas, investigação sobre esquema de funcionários fantasmas que predominou no Legislativo estadual entre 2006 e 2015, período em que os desvios teriam alcançado cerca de R$ 5 milhões.
A PF poderá pedir ampliação do prazo de prisão temporária imposto aos antigos assessores de confiança de Robinson. Adelson e Magali serão interrogados.
Robinson Faria foi deputado estadual por seis mandatos. Ele presidiu a Assembleia do Rio Grande do Norte entre 2003 e 2010. Como governador, ele desfruta de foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça.
Na época da Dama de Espadas, foi presa a procuradora da Assembleia, Rita das Mercês, apontada como “organizadora” do esquema na Casa. Ela ficou presa por alguns dias e acabou solta por força de habeas corpus. Rita e mais 23 investigados são réus em ação criminal na Justiça de Natal.
Defesa
Em nota, o advogado criminalista José Luís Oliveira Lima, defensor do governador do Rio Grande do Norte, negou enfaticamente envolvimento de Robinson Faria em “qualquer irregularidade”.
De acordo com Lima, “o governador Robinson Faria nega veementemente a prática de qualquer irregularidade durante seu mandato de deputado estadual, encerrado em 2010 e reforça que sempre esteve à disposição para prestar qualquer esclarecimento.”
“Apesar de não concordar com a diligência realizada nesta data, tem profundo respeito pela Justiça e confia no rápido restabelecimento da verdade.”
O advogado afirmou ainda que “até o momento a defesa não teve acesso aos autos.”
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