Normalmente as TVs abertas registram suas piores audiências no mês de dezembro, que é um mês em que as férias começam e as pessoas se afastam um pouco da TV.
Não foi o caso da Globo no mês passado: apesar de ainda ser líder de audiência com folga, ela registrou seus piores índices de audiência para um mês de junho em toda sua história.
E isso valeu tanto para sua média nacional quanto na Grande SP, o principal mercado da publicidade nacional. O ibope da emissora carioca foi ainda menor que o de dezembro último.
Números
No mês passado, nas 24 horas do dia, a Globo marcou 11,3 pontos e 30,9% de “share” no mercado nacional (15 maiores regiões metropolitanas). Isso representou uma queda de 6% na comparação com maio (cada ponto equivale a cerca de 260 mil domicílios no país).
Não bastasse isso, ainda foi o terceiro mês consecutivo de perda de audiência da Globo.
Motivos não faltam: a migração de parte do público para outras atividades, como streaming ou internet, e principalmente reprises que não estão agradando tanto ao telespectador.
Além disso, programas como “Jornal Hoje” tiveram um mês passado difícil. O telejornal vespertino apanhou vários dias do “Balanço Geral”, durante o caso Lázaro. o “JN” também perdeu fôlego. As reprises de novelas também não estão agradando a gregos e troianos.
Em São Paulo a Globo também liderou, mas também perdeu fôlego: marcou 10,9 pontos e 28,7% de “share” —novamente o pior junho de sua história. Nesta medição cada ponto vale por cerca de 76 mil domicílios.
Outras TVs
No mercado nacional, a RecordTV foi a única com boa performance: cresceu 10% em audiência, graças a programas como o “Balanço Geral”, “Cidade Alerta”, “Jornal da Record” e a novela Gênesis”.
A Record passou de 4,6 pontos e 11,9% de “share” para 5,4 pontos e 13,7% –um crescimento de 13% e 14%, respectivamente.
O SBT teve uma mínima oscilação, de 4,2 pontos e 11% de “share” em maio para 4,4 pontos e 11,5% em junho. A Band perdeu um décimo em pontos (1,7 para 1,6) e a RedeTV caiu de 0,5 para 0,4 –e já está tecnicamente na faixa chamada de “traço de audiência.
TV paga e streaming
Os canais por assinatura finalmente deram uma “respirada” no mês passado: em relação a maio, o ibope desses canais passou de 4,2 pontos para 4,4 pontos nas 24 horas do dia (cada ponto aqui vale por 100 mil domicílios aproximadamente.
Já o streaming segue como o verdadeiro “vice-líder” de ibope das TVs brasileiras, com média de 5,8 pontos e 15,2% de “share”. Aparentemente essa mídia atingiu seu teto no ibope.
Todos os dados desta reportagem foram medidos pela Kantar Ibope Media, mas obtidos pela coluna junto a fontes nas emissoras. Isso porque a Kantar, contratualmente, não pode divulgá-los dessa forma à imprensa.
Ricardo Feltrin, Splash – UOL
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