O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu disse neste domingo (4) que Israel não estava pronto para aceitar um acordo a qualquer preço para libertar os reféns mantidos pelo Hamas, em meio a divergências em sua coalizão sobre a pressão dos EUA para levar mais ajuda a Gaza.
Os comentários foram feitos durante o mais recente episódio de uma conturbada disputa de coalizão entre partidos nacionalistas religiosos, que se opõem a quaisquer concessões aos palestinos, e um grupo centrista que inclui ex-generais do exército.
“Os esforços para libertar os reféns continuam o tempo todo”, disse Netanyahu em comentários antes de uma reunião do gabinete que foram divulgados para a mídia.
Ele acrescentou que “como também enfatizei no Gabinete de Segurança — não concordaremos com todos os acordos, e não a qualquer preço”.
Ele também pareceu repreender seu ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, que deseja que os colonos judeus retornem a Gaza e que criticou o presidente dos EUA, Joe Biden, o mais firme aliado de Israel, por pressionar pela entrega de ajuda humanitária ao enclave.
“Em vez de nos dar todo o seu apoio, Biden está ocupado com a entrega de ajuda humanitária e combustível, que vai para o Hamas”, disse Ben-Gvir em uma entrevista ao Wall Street Journal, durante a qual ele apoiou abertamente Donald Trump, o provável rival de Biden na eleição presidencial de novembro nos EUA.
“Se Trump estivesse no poder, a conduta dos EUA seria completamente diferente”, disse ele.
Sem nomear Ben-Gvir diretamente, Netanyahu, que teve um relacionamento às vezes tenso com Biden, rejeitou o comentário, que veio no momento em que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se dirigia à região.
“Não preciso de nenhuma ajuda para navegar em nossas relações com os EUA e a comunidade internacional, ao mesmo tempo em que defendo firmemente nossos interesses nacionais”, disse ele na reunião de gabinete no domingo.
Em resposta à entrevista de Ben-Gvir, Gantz tuitou uma mensagem de agradecimento a Biden, dizendo: “O povo de Israel se lembrará para sempre de como você defendeu os direitos de Israel em uma de nossas horas mais difíceis”.
A discussão escancarou o clima político tenso em Israel quatro meses após o ataque devastador de homens armados do Hamas em outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas, de acordo com os registros israelenses, e cerca de 240 foram arrastadas para Gaza como reféns.
Em resposta, Israel arrasou grandes áreas de Gaza em uma campanha implacável que matou mais de 27.000 pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, e forçou a maioria dos 2,3 milhões de habitantes a fugir de suas casas.
O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que os Estados Unidos continuarão tentando levar mais ajuda para Gaza, que está enfrentando uma grave crise humanitária.
“E isso significa pressionar Israel em questões relacionadas à assistência humanitária que ajudamos a desbloquear e a levar para a Faixa de Gaza, e que precisa ser muito maior”, disse ele ao programa “Face the Nation”, da rede de televisão CBS.
CNN BRASIL
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