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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Produto desenvolvido no RS acelera limpeza da água do Rio Doce


Produto desenvolvido no RS acelera limpeza da água do Rio Doce Fred Loureiro/Secom ES

Fonte: Zero Hora 

Uma tecnologia produzida no Rio Grande do Sul ajuda a acelerar o processo de purificação da água em Governador Valadares — município mineiro do Vale do Rio Doce que foi atingido pelos rejeitos das barragens de Fundão e Santarém. É o polímero de acácia negra, um coagulante líquido que acelera em até 40 segundos o processo de decantação da lama presente na água.

A substância foi desenvolvida e aprimorada durante as últimas três décadas pela empresa gaúcha Tanac, com sede em Montenegro, no Vale do Caí. E está sendo utilizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares desde o início desta semana, possibilitando a retomada da captação da água com barro do Rio Doce.


Zero Hora conversou com diretores da Tanac e com Antônio Mangrich, um dos químicos pesquisadores do polímero da acácia negra no país. Entenda, abaixo, como o produto separa a lama da água e que condições favoreceram para que ele fosse desenvolvido no Rio Grande do Sul.

O que é um polímero?
Polímeros são macromoléculas, formadas pela repetição de moléculas menores, os monômeros. O polímero empregado no tratamento de água é obtido a partir de monômeros naturais do extrato aquoso da casca da Acácia Negra. A planta tem origem australiana e, no Brasil, é cultivada principalmente no Rio Grande do Sul e também serve para a produção de carvão. A empresa gaúcha Tanac S. A. possui plantações em mais de 25 mil hectares (algo próximo a 30 mil campos de futebol) e trabalha com mais de 35 mil famílias produtoras em 200 municípios.

Por que o Estado que mais cultiva a acácia negra é o RS?
A planta se desenvolve bem em áreas próximas ao paralelo 30°, que passa em regiões do Chile, Argentina, África do Sul e Austrália. No Brasil, o único Estado cortado pelo paralelo é o Rio Grande do Sul, onde a acácia negra se desenvolve melhor.

Como o coagulante é extraído da planta?
O processo começa com o uso de grandes autoclaves (aparelhos de aquecimento de líquidos e indução de reações químicas sob pressão, utilizando temperaturas elevadas) que operam na extração do tanino da casca da acácia negra — na planta, a função da substância é proteger caule e folhas contra o ataque de herbívoros. Do tanino são retirados os monômeros, que produzirão o polímero. Após a extração, a casca esgotada é em parte destinada à compostagem para a produção de fertilizante orgânico e, o restante, usado na própria fábrica para queima, produção de vapor e geração de energia elétrica.

Como o polímero atua na decantação da lama?
Segundo o doutor em Química e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Antonio Mangrich, a substância interage com o material inorgânico que está em suspensão (óxidos e hidróxidos metais e argila), tornando-o mais compacto e "pesado". Isso faz com que a lama presente na água vá para o fundo (decantação). A vantagem do polímero em relação a outros produtos, conforme ao pesquisador do assunto, é o fato de ser orgânico (e não trazer prejuízos para a saúde) e de custo médio, se comparado com outras tecnologias.

Onde e quando surgiu a tecnologia?
De acordo com o diretor-superintendente da Tanac, Otávio Guimarães Decusati, o produto (TANFLOC SG) foi criado dentro dos laboratórios da empresa em 1983 — mais tarde, sucessivos aprimoramentos levaram à novas gerações do polímero. Conforme o diretor, a Tanac é a única empresa no mundo detentora da patente para a produção da substância. Atualmente, o produto é vendido para mais de 20 países e certificado por entidades norte-americanas, europeias e brasileiras.

Quais são as garantias do produto?
Segundo a Tanac, o TANFLOC SG é registrado no REACH (Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals) e possui certificações NBR 15784, NSF/ANSI 60, ISO 9001, ISO 14001, FSC®, Kosher e Halal.

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