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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Henrique Alves (PMDB) em mais um escândalo PETROBRÁS



Fonte: Robson Pires 

O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), citado como beneficiário do recebimento de propina no mensalão do DEM em Brasília, já está habituado a dar explicações sobre escândalos políticos envolvendo seu nome. Em 2002, o parlamentar foi acusado de ser dono de uma fortuna de US$ 15 milhões não declarados à Receita no exterior. 

Naquele ano, Henrique Alves era o nome forte do PMDB para ser o vice do tucano José Serra, então candidato a presidente da República. Os planos do peemedebista foram por água abaixo quando a revista IstoÉ (edição 1703, maio/2002) revelou a acusação em matéria de capa.

A reportagem se baseava nas revelações da ex-mulher do deputado, Mônica Infante de Azambuja, que contou sobre os milhões de Henrique Alves aos seus advogados no processo de separação litigiosa. 

O processo de Mônica e Henrique corria na Justiça de Brasília desde outubro de 2000 e continha indicações de que o deputado declarava rendimentos de classe média, mas tinha hábitos e movimentação bancária de milionário. 

A reportagem dizia que, na briga por uma fatia maior na partilha de bens, a ex-mulher de Alves entregou aos advogados uma coleção “explosiva” de extratos bancários, contas telefônicas, comprovantes de despesas de cartão de crédito e bilhetes. O material indicava que o deputado possuía os milhões de dólares em, no mínimo, três paraísos fiscais: Nassau, nas Bahamas; Ilhas Jersey, no canal da Mancha; e Genebra, na Suíça. 

A movimentação seria coordenada pelo banco suíço Union Bancaire Privée (UBP), uma instituição financeira com clientela internacional refinada, atendida através de agências espalhadas por vários paraísos fiscais. Além disso, Henrique Alves tem ainda uma conta no Lloyds Bank, em Miami. Entretanto, nada disso constava nas últimas quatro declarações de renda do deputado, que desde 1997, declarava ter rendimentos anuais médios de R$ 240 mil brutos, ou seja, R$ 20 mil mensais. 

“Considerados os descontos de praxe, sobrariam R$ 5 mil da Câmara dos Deputados e R$ 10 mil por conta da participação societária no grupo de comunicação do clã Alves no Rio Grande do Norte, que controla emissoras de rádio, a repetidora local da Rede Globo e jornais impressos”, relatava o texto da IstoÉ. 

Pelas declarações de Mônica Azambuja, tratava-se de uma pequena amostra do patrimônio extra-oficial do ex-marido. Ela afirmou aos advogados que o deputado omitiu do Fisco “diversas contas correntes bancárias existentes no exterior que possuem saldo superior a 15 milhões de dólares”. 

A ex-mulher declarou ainda que Henrique Alves também teria usado laranjas para encobrir o patrimônio. Os advogados de Mônica teriam afirmado que o deputado deixou de incluir diversos bens imóveis do casal, bem como várias empresas. 

Procurada insistentemente por IstoÉ, Mônica, entretanto, não quis falar sobre o caso. Pouco antes de o escândalo vir a público, Henrique teria proposto um acordo, obtendo, assim, a discrição da ex-mulher.

Porém, o problema foi a papelada que ela custodiou aos advogados. A reportagem citou um bilhetinho manuscrito enviado por fax ao UBP de Genebra em 21 de março de 1995, no qual o deputado pedia a remessa dos cartões de crédito da família para Paris e autorizava a aplicação de 420 mil dólares por seis meses. 

Uma conta telefônica de Henrique Alves, de janeiro do mesmo ano, mostra que a gestão do dinheiro demandava uma “frenética confabulação” com o banco suíço. Foram 38 chamadas em apenas uma semana, 20 delas concentradas em apenas um único dia, 11 de janeiro de 1995. 

As ligações teriam partido do número do apartamento funcional da Câmara que Henrique Eduardo Alves ocupava em Brasília. Em outra correspondência ao Lloyds Bank de Miami, o candidato a vice de Serra pedia o resgate de US$ 42 mil que mantinha em uma aplicação financeira internacional. 

Em outra carta, pedia a transferência de US$ 28 mil para a conta de um outro brasileiro no Nations Bank da Florida. Em um terceiro documento, autorizava o pagamento de uma conta de US$ 13 mil. 

Os dados reunidos por Mônica Azambuja na briga judicial foram tão eloquentes na época que ela acabou conseguindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de três cartões de crédito emitidos no Brasil em nome do ex-marido.

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