OUÇA AQUI! A RÁDIO MELODIA CABUGI, 1º LUGAR EM AUDIÊNCIA NA CIDADE DE LAJES-RN

1º lugar em audiência na cidade de LAJES-RN

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Dois dos maiores terremotos do mundo podem varrer juntos costa dos EUA, diz estudo


 Reprodução/Universidade do Oregon

Dois dos maiores terremotos do planeta podem atingir quase ao mesmo tempo a costa oeste dos Estados Unidos, segundo um estudo publicado na revista Geosphere. A pesquisa indica que um evento sísmico de magnitude 9 ou superior na zona de subducção de Cascadia pode desencadear um segundo grande tremor na falha de San Andreas, ampliando o risco para toda a região.

O alerta surge após a análise de núcleos de sedimentos coletados no fundo do mar ao longo de Cascadia e do norte da Califórnia. Os pesquisadores identificaram “turbiditos depositados em pares” e concluíram que muitos desses eventos ocorreram simultaneamente, dentro da margem de erro da datação por radiocarbono. A primeira unidade de cada dupleto estaria associada a um tremor na megafalha de Cascadia. A segunda, mais grossa e brusca, seria resultado de um terremoto subsequente na falha de San Andreas.

O paleossismólogo Chris Goldfinger, da Universidade Estadual do Oregon, afirma que o impacto de um megaterremoto em Cascadia já seria devastador e que a possibilidade de um evento subsequente em San Andreas amplia o risco sísmico em toda a costa do Pacífico. Ele explica que um terremoto de magnitude 9 na região desencadearia tsunamis e deslizamentos de terra e que um segundo tremor poderia ocorrer logo depois.

A descoberta de que as duas falhas podem se mover em sequência surgiu de forma inesperada. Durante uma expedição em 1999, um erro de navegação levou a equipe para 90 quilômetros ao sul do Cabo Mendocino, já fora da área planejada para a pesquisa. O deslocamento involuntário colocou o navio na região da falha de San Andreas, o que permitiu a coleta de amostras no cânion submarino de Noyo, na costa da Califórnia.

“Acabamos no norte da Califórnia”, relata Goldfinger. “Quando acordei, estava com bastante calor. Mas assim que chegamos lá, pensei que deveríamos coletar uma amostra.”

Os sedimentos recolhidos mostraram uma sequência de turbiditos remontando a três mil anos. Muitos deles apareciam em dupletos, uma combinação incomum que chamou a atenção da equipe. As camadas superiores de alguns depósitos indicavam que o segundo evento havia ocorrido minutos ou horas após o primeiro. Isso sugere que um megaterremoto em Cascadia pode gerar instabilidade sísmica suficiente para acionar a falha de San Andreas logo em seguida.

A configuração tectônica da costa oeste favorece esse cenário. Ao norte do Cabo Mendocino, a placa Juan de Fuca mergulha sob o continente na zona de subducção. Ao sul, o encontro entre as placas do Pacífico e da América do Norte concentra energia sísmica na falha de San Andreas. A possibilidade de que ambas as estruturas cedam em sequência altera as estimativas de risco para todo o oeste dos Estados Unidos.

A pesquisa levanta questões sobre a preparação de cidades e infraestrutura para enfrentar dois dos maiores terremotos do planeta em curto intervalo. Goldfinger afirma que, se estivesse em sua cidade natal, Palo Alto, e Cascadia cedesse, buscaria deixar a região rapidamente.

“Se a falha de Cascadia entrasse em erupção, acho que dirigiria para o leste”, diz. “Parece-me que o risco de a falha de San Andreas entrar em erupção em seguida é muito alto.”

R7

Nenhum comentário:

Postar um comentário