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quinta-feira, 22 de março de 2018

Circulo de oração mais que abençoado DEUS se fez presente na assembléia de DEUS Cng; do Boa esperança em Lajes/RN



hoje realizamos mais culto abençoado na congregação da assembleia de DEUS bairro Boa esperança em Lajes/RN.
Onde DEUS falou poderosamente aos nossos Corações e que nos deixa ainda mais felizes em saber que um dia ele voltará para arrebatara sua igreja e assim juntos morarmos com o criador do universo o nosso DEUS todo poderoso.

















Após impasse, STF decide sobre prisão de Lula; quatro perguntas para entender o que está em jogo


Plenário do STF em 21 de março de 2018

Fonte: BBC

Depois da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância, em janeiro, a defesa do petista adotou estratégias em diferentes frentes do Judiciário para tentar impedir uma eventual prisão do presidenciável.
No Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, os advogados de Lula questionaram pontos da decisão unânime dos desembargadores, que concordaram com a condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro no caso tríplex do Guarujá.
Em Brasília, a defesa entrou com pedidos de habeas corpus - para garantir a liberdade do ex-presidente - no Supremo Tribunal Federal.
Depois de semanas de aumento da tensão nos cenários político e jurídico, Lula obteve duas respostas a seus pleitos nesta quarta-feira. No fim da manhã, o TRF-4 anunciou que julgará os recursos do petista na próxima segunda-feira, dia 26. No início da tarde, a ministra Carmén Lúcia surpreendeu os colegas ao anunciar que levará ao plenário da Corte o pedido de Lula para obter uma salvaguarda contra a prisão.
A BBC Brasil revisitou os recursos e explica o que motivou a mudança de panorama e o que está em jogo nos próximos dias.

1. Por que Cármen Lúcia pautou o caso de Lula? O julgamento estava previsto?

Em seu pedido de salvaguarda, a defesa de Lula alega que a prisão do petista poderia acontecer imediatamente após o julgamento dos recursos de Lula no TRF-4, sem que o petista tivesse esgotado as possibilidades de recursos de defesa na Justiça. Isso, ainda de acordo com o advogado Cristiano Zanin Martins, fere o princípio constitucional da garantia da ampla defesa.
Ex-presidente Lula
A prisão nessas condições, no entanto, foi autorizada pelo próprio STF. Em 2016, o tribunal decidiu por 6 votos a 5 que condenados em segunda instância podem começar a cumprir a pena. No caso de Lula, os desembargadores do TRF-4 determinaram a prisão do petista tão logo acabassem os recursos disponíveis no tribunal.
Dada a proximidade da decisão em Porto Alegre, o julgamento no STF em relação à liberdade de Lula se tornava cada vez mais urgente. Paralelamente, alguns ministros da Suprema Corte passaram a criticar a decisão do Tribunal sobre a segunda instância e começaram a demandar que o STF revisitasse o assunto.
Apesar disso, o julgamento do pedido de habeas corpus da defesa de Lula no STF não estava previsto para este mês, tampouco para abril, o que gerou intensa pressão sobre a presidente da corte, responsável por definir a pauta do STF.
Além dos apoiadores de Lula, advogados de réus da Operação Lava Jato e parte da classe política queriam que Cármen Lúcia pautasse o tema o quanto antes. Defensores dos direitos humanos tinham a mesma visão: o "cumprimento provisório da pena" não atinge só políticos; existem casos de pessoas que foram condenadas em segunda instância por crimes comuns e já estão presas, mas podem ter a condenação revista pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou pelo próprio Supremo.
Do outro lado, os partidários da revisão passaram a ser acusados de casuísmo: estariam dispostos a alterar as mudanças das regras atuais apenas para prejudicar ou beneficiar Lula.
Mais do que isso, procuradores da Lava Jato e o próprio juiz Sergio Moro argumentaram publicamente que uma mudança de entendimento do STF significaria um "liberou geral" para políticos acusados de corrupção e investigados na Lava Jato: a ida para a cadeia só após o fim de todos os recursos criaria impunidade e levaria ao fim das apurações contra a corrupção. É essa também a posição dos movimentos sociais que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Militantes do Vem Pra Rua reuniram-se com Cármen Lúcia no começo da tarde de hoje para tratar do assunto.
Marco Aurélio (esq.) e Ricardo Lewandowski (dir.)
Com a decisão de hoje, Cármen Lúcia tenta "driblar" as críticas que têm recebido de colegas do STF por não pautar o assunto, ao mesmo tempo em que não desagrada o grupo "pró-Lava Jato". A decisão será exclusiva para o ex-presidente Lula, e não terá impactos sobre as situações de outros políticos investigados.

2. Como os ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Gilmar Mendes pressionaram Cármen Lúcia?

Os três ministros têm liderado no STF o pedido da revisão da decisão de 2016. Marco Aurélio Mello é o relator das duas ações que questionam o "cumprimento provisório" da pena. No jargão do tribunal, as ações são chamadas de ADCs - Ações Declaratórias de Constitucionalidade.
Marco Aurélio liberou os processos para julgamento pelo plenário em dezembro passado. As ações foram apresentadas ainda em maio de 2016, pelo antigo Partido Ecológico Nacional (PEN), e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade de classe é contra o cumprimento da pena após a condenação em segunda instância. Já o Ministério Público é favorável.
Na última quarta-feira, Marco Aurélio conversou com Cármen Lúcia no intervalo da sessão de julgamento. Pediu que ela pautasse as ações, mas a presidente da corte desconversou.
Celso de Mello também conversou com Cármen Lúcia sobre o tema, e teria pedido uma reunião informal dos ministros para tratar do assunto, a portas fechadas. A reunião deveria ter ocorrido ontem, mas não existiu. Celso de Mello comentou com jornalistas sobre a gravidade da situação na Corte, que ele avaliava ser sem precedentes.
Marco Aurélio preparou-se então para fazer uma "questão de ordem", em plenário, demandando que Cármen Lúcia pautasse o tema. Se a maioria dos ministros concordasse, os processos seriam incluídos na pauta da próxima sessão.
Além de Celso de Mello e Marco Aurélio, o ministro Gilmar Mendes instou publicamente Cármen Lúcia, na última segunda-feira, a marcar uma data para o julgamento do pedido de habeas corpus de Lula.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia

Pelo menos cinco ministros do STF são favoráveis à mudança da regra do "cumprimento provisório" da pena: Celso, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski defendem a volta à regra anterior; enquanto Gilmar Mendes e Dias Toffoli desejam que a pena seja cumprida após decisão do STJ. Outros cinco ministros querem manter a regra atual. Rosa Weber, que votou contra a execução de pena em segunda instância em 2016, não se posicionou publicamente sobre o tema recentemente. Seu voto atual é desconhecido.

3. O que acontece se Lula for derrotado no STF amanhã?

O destino do ex-presidente depende de duas decisões judiciais: a do STF, amanhã, e a dos três desembargadores do TRF-4, em Porto Alegre. Os três desembargadores - Leandro Paulsen, Gebran Neto e Victor Laus - julgam na segunda-feira um "embargo de declaração" apresentado pela defesa do ex-presidente, no qual questionam possíveis omissões ou pontos obscuros da decisão na qual o petista foi condenado em segunda instância, no dia 24 de janeiro.
Se Lula obtiver um habeas corpus no STF, qualquer decisão do TRF-4 sobre sua prisão fica em suspenso - e ele não irá para a cadeia imediatamente. Ainda assim, uma eventual vitória no STF não anula a condenação de Lula que, em tese, o torna inelegível pelo que dispõe a Lei da Ficha Limpa.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins

Se perder no Supremo, tudo indica Lula deverá ser preso em no máximo 10 dias.
Se houver alguma divergência entre os três desembargadores do TRF-4 na segunda-feira, o juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, deverá esperar a publicação do acórdão do julgamento do recurso. Este acórdão costuma ser publicado em até dez dias. Só então Moro poderá expedir o mandado de prisão contra o petista.
Mas se não ocorrer nenhuma divergência entre os desembargadores - cenário mais possível, já que no julgamento do caso, em janeiro, eles concordaram em tudo - Moro poderá emitir pedido de prisão contra Lula ainda na segunda-feira. Nas últimas prisões da Lava Jato, o próprio Moro têm determinado detalhes do cumprimento da pena, como a cidade e o local onde o preso ficará.

4. O julgamento de amanhã muda a situação de outros presos da Lava Jato?

Não. A decisão do STF sobre o Habeas Corpus de Lula refere-se exclusivamente à situação do petista. Ela não terá impacto direto na situação de nenhum dos outros políticos investigados ou processados na Lava Jato, e nem na situação dos presos por crimes comuns que hoje cumprem pena.

Presidente do Peru apresenta renúncia


Pedro Pablo Kuczynski anuncia renúncia em vídeo com ministros

Fonte: Dw

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, apresentou nesta quarta-feira (21/03) sua renúncia, em meio ao segundo processo de destituição que enfrenta no Congresso do país. O líder foi acusado de envolvimento no escândalo de corrupção protagonizado pela empreiteira brasileira Odebrecht.
Kuczynski, de 79 anos, justificou sua renúncia com "o clima de ingovernabilidade" que não permitiria avanços no país. O presidente deixou o cargo, no entanto, depois da divulgação de vídeos e áudios que mostram seus aliados tentando comprar votos de congressistas opositores para evitar sua destituição.
Em um vídeo gravado no Palácio do Governo no qual apareceu escoltado por todo o Executivo, o presidente denunciou a "grave distorção do processo político" causada pela divulgação de vídeos e áudios que faziam-no "injustamente parecer como culpado de atos" dos quais não tinha participado e que, por isso, "o melhor para o país é que renuncie à presidência".
O governante, que anunciou que enviou sua carta de renúncia ao Congresso, disse que "não pode ser um empecilho" para que seu país "encontre a via da unidade e da harmonia que me negaram".
"Haverá uma transição constitucionalmente ordenada", destacou, em referência ao fato de a Constituição peruana estabelecer que o cargo deve ser assumido pelo primeiro vice-presidente, Martín Vizcarra, que é embaixador peruano no Canadá.
Em sua mensagem à nação, Kuczynski disse que, desde que assumiu o poder, em 28 de julho de 2016, agiu "dando o melhor", apesar dos constantes ataques de que foi alvo "por parte da maioria legislativa", que é controlada pelo partido fujimorista Força Popular.
Kuczynski assegurou que, nos dois pedidos de destituição apresentados contra ele no Congresso, usou-se o "pretexto de que havia supostamente mentido" sobre sua vida profissional. "Inclusive, uma vez superado este transe, se tem voltado à carga com uma nova moção que tem os mesmos argumentos e contém os mesmos fatos que se rejeitaram na primeira, há apenas três meses", acrescentou.
Compra de votos
O governo de Kuczynski mergulhou na terça-feira numa crise profunda depois que a oposição fujimorista publicou vídeos e áudios, que também aprofundaram a guerra política entre os irmãos Keiko Fujimori, líder do Força Popular, e Kenji Fujimori, dissidente desse grupo e aliado de Kuczynski.
Nas gravações se vê Kenji e outros congressistas próximos oferecendo ao legislador Moisés Mamani, do Força Popular, a realização de obras públicas na sua circunscrição eleitoral em troca de que votasse contra a destituição do presidente.
Também aparecem o advogado de Kuczynski, Alberto Borea, e um funcionário chamado Fredy Aragón, cuja destituição foi confirmada nesta quarta-feira numa resolução oficial, aparentemente falando em nome ou sob pedido do governante e inclusive dando a entender que o legislador poderia beneficiar-se economicamente.
Kuczynski deveria comparecer nesta quinta-feira perante o Congresso, em pessoa ou através do seu advogado, e posteriormente seria aberto um processo de debate e votação sobre a moção de destituição por "incapacidade moral permanente".
Escândalo da Odebrecht
pedido de moção contra Kuczynski foi apresentado em 8 de março pela oposição. Trata-se da segunda moção de destituição contra o presidente aprovada para debate no Congresso em apenas três meses. Em dezembro, os parlamentares peruanos discutiram um primeiro pedido, do qual Kuczynski se salvou graças à abstenção de dez legisladores do fujimorismo.
Três dias depois, Kuczynski concedeu um indulto humanitário ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade. A medida levantou a suspeita de que o presidente teria feito um pacto com o parlamentar Kenji Fujimori, filho do ex-presidente, para permanecer no cargo.
Infografik Korruption in Lateinamerika portugiesisch
Kuczynski é acusado de ter recebido repasses no valor de 782 mil dólares da Odebrecht, no período em que ele ocupou os cargos de ministro da Economia e, posteriormente, de primeiro-ministro do país.
Ele insiste que o dinheiro se trata de pagamentos legítimos por serviços de consultoria e nega ter recebido propina ou cometido qualquer ato ilícito. A Odebrecht, por outro lado, admitiu ter desembolsado, desde 2001, subornos de mais de 785 milhões de dólares em 12 países – dez deles latino-americanos – para assegurar contratos de obras públicas.
Só no Peru, a construtora, que é a maior da América Latina, pagou propinas no valor de 29 milhões de dólares a funcionários do governo entre os anos de 2005 e 2014.

Com apagão, trânsito trava e comércio fecha em Natal; FOTOS


TRânsito ficou congestionado em Natal com semáforos parados por causa de apagão (Foto: Carol Souto)

Fonte: G1/RN

queda de energia que afetou o Rio Grande do Norte, além de outros estados do Nordeste e também do Norte, nesta quarta-feira (21) causou transtornos ao trânsito de Natal logo nos primeiros minutos. Cruzamentos pela cidade ficaram intransitáveis e lojas fecharam as portas.
Com os semáforos apagados, os carros se aglomeraram no entrocamento entre as ruas. O cruzamento entre a Avenida da Integração e a Avenida Prudente de Morais ficou travado logo após o apagão. O mesmo aconteceu nos principais cruzamentos da cidade.
Trânsito travou em Natal com semáforos sem funcionar por causa de apagão (Foto: Anna Karina Castro)

Segundo a prefeitura, as equipes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) estão nos principais cruzamentos do município. O telefone 156, que fornece informações de trânsito, não está funcioando devido à falta de energia. Em caso de acidentes, a prefeitura orienta que a Delegacia de Acidentes seja procurada após o fim do apagão.
O funcionamento dos estabelecimentos da capital potiguar também ficou comprometido. Nos dois maiores shoppings de Natal, a iluminação nas lojas e nos corredores foi interrompida e o centro comercial foi fechado pela administração. As escolas particulares dispensaram começaram a liberar os alunos por volta das 17h.
Com semáforos parados, principais cruzamentos de Natal travaram (Foto: Helena Duarte)









Em virtude da dificuldade de mobilidade urbana e da falta de energia elétrica, as aulas do periodo noturno na Universidade Federal do Rio Grande do Norte foram suspensas nesta quarta (21).

Sem energia, dois maiores shoppings de Natal fecharam as portas (Foto: Anna Karina Castro)


Após bate-boca, Barroso pediu desculpas a ministros e Gilmar reafirmou críticas


Gilmar manteve críticas ao ministro Barroso

Fonte: Estadão conteúdo

Após o bate-boca entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), motivar a suspensão da sessão do Supremo nesta quarta-feira, 21, as reações dos dois magistrados em público foi diferente.
Logo depois de a presidente Cármen Lúcia suspender a sessão, Gilmar Mendes deixou o plenário, e Roberto Barroso ficou conversando por alguns minutos com os ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Alexandre de Moraes e Luiz Fux. 
Barroso estava ruborizado e pediu desculpas aos ministros pela discussão. Os colegas tinham um semblante de consternação. "Lamento, lamento", disse Barroso. Gilmar Mendes, por sua vez, depois de retomada a sessão, voltou a falar nos temas que deram origem ao bate-boca e rebateu termos que lhe foram atribuídos por Barroso. 
"Desonra se faz aplicando uma Constituição que não existe", disse Gilmar, que foi chamado de "desonra" por Barroso. "Eu não posso mudar uma Constituição. Podemos mudar (apenas) de jurisprudência, mas é preciso dialogar. Estou absolutamente tranquilo com relação a isso. Vou continuar censurando esta prática onde eu estiver. Tenho ódio à manipulação. Tenho ódio à mistificação", disse Gilmar Mendes, também rebatendo a acusação de Barroso de que ele agiria por ódio.

terça-feira, 20 de março de 2018

Operação Tristitia: PF encontra mais R$ 663 mil em investigação de desvios na compra de livros e fardas de estudantes no RN


Fonte: Bg
Operação Tristitia foi deflagrada pela PF/RN na manhã desta terça-feira (20). Na ocasião, houve a apreensão de R$ 663.786,00 durante o cumprimento de um dos mandados de busca na casa de um alvo, na cidade de Baraúna-RN. O dinheiro foi apreendido como parte da operação que busca reunir provas de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, entre outros delitos, ocorridos no município de Baraúna, na região Oeste potiguar. Os crimes teriam acontecido entre os anos de 2014 e 2016.
Saiba mais detalhes da operação aqui

A ilha grega que guarda a língua escrita mais antiga da Europa


Imagem de Santorini

Fonte: BBC 

Giannis Bellonias estava parado à beira de um mirante em Imerovigli, vilarejo localizado no alto de uma montanha na ilha grega de Santorini, à espera do pôr do sol no Mar Egeu.
Foi quando ele se virou para mim e disse:
"Olha, olha ali! Olha o vulcão".
Morador de Santorini, Bellonias apontava para o que são, de fato, duas pequenas ilhas de lava negra formadas pela atividade vulcânica - consideradas os mais recentes fragmentos de terra da bacia oriental do Mediterrâneo: Palea Kameni (Queimada Velha, em tradução livre) e Nea Kameni (Queimada Jovem).
Com suas tradicionais casas brancas e igrejas de cúpula azul construídas ao longo das encostas, Santorini é um dos destinos turísticos mais famosos da Grécia. É cenário de folhetos de viagem a postagens do Instagram. E não é à toa que se tornou uma das principais referências no imaginário popular de ilha grega.
Mas o que pouca gente sabe é que o cartão-postal guarda um segredo sombrio.
Localizada no sul do Mar Egeu, Santorini é formada por um pequeno grupo circular de cinco ilhas que fazem parte das chamadas Cíclades: Thera, ilha principal, em forma de meia lua; Thirasia e Aspronisi, que fecham a circunferência; e as duas ilhas de lava, apontadas por Bellonias, ao centro.
Todas as cinco ilhas rodeiam uma enorme caldeira - cratera que se forma após uma erupção vulcânica -, sendo a maior parte submersa.
Mas nem sempre foi assim. Durante a Idade do Bronze, há cerca de 5 mil anos, Santorini era uma única massa de terra vulcânica chamada Stronghyle (que significa "redondo", em grego) - e desempenhou um papel crucial na história.
Ilustração
Naquela época, uma civilização começou a se desenvolver na ilha de Creta, nas proximidades de Santorini. Seus habitantes eram conhecidos como minoicos - por causa de Minos, lendário rei de Creta. Eles eram um povo enigmático e educado, formado não só por guerreiros, mas também comerciantes, artistas e navegantes.
A ascendência dos minoicos é objeto de uma disputa calorosa: enquanto alguns acreditam que eles foram refugiados do Delta do Nilo, no Egito, outros argumentam que eles saíram da antiga Palestina, Síria ou da Alta Mesopotâmia.
Uma pesquisa recente sugere, no entanto, que a civilização minoica se desenvolveu localmente, a partir dos primeiros agricultores que viveram na Grécia e no sudoeste da Anatólia.
Seja qual for a origem, não há dúvida de que, entre 2600 e 1100 a.C., uma civilização altamente sofisticada e avançada prosperou por aqui. Escavações realizadas em Creta, no sítio arqueológico de Knossos (capital da civilização minoica), desenterraram as ruínas de um surpreendente palácio, joias de ouro e afrescos.
Ao longo dos séculos, o império minoico expandiu para a ilha de Rodes (309 km a leste de Stronghyle), assim como para regiões da costa da Turquia - e acredita-se que tenha chegado até o Egito e a Síria.
Stronghyle (atualmente, Santorini) era um posto avançado estratégico para os minoicos devido à sua posição privilegiada na rota de comércio de cobre entre Chipre e Creta.
Ruínas
"Escavações em Akrotiri (uma aldeia no sudoeste de Santorini) encontraram casas de três andares, palácios grandes e elaborados, as primeiras estradas pavimentadas da Europa, água corrente e um espetacular sistema de esgoto", conta Paraskevi Nomikou, professora assistente de oceanografia geológica e geografia natural na Universidade de Atenas.
E, mais fascinante ainda, foram descobertos os primeiros sistemas de escrita da Europa, registrados em construções de Akrotiri e em rochas dos palácios de Knossos e Malia. Foi aqui que os minoicos grafaram suas primeiras palavras escritas, inicialmente na forma de hieróglifos cretenses e, mais tarde, usando o sistema Linear A.
Os hieróglifos cretenses fazem parte de uma escrita antiga baseada em cerca de 137 pictogramas - que remetem a plantas, animais, partes do corpo, armas, navios e outros objetos. Acredita-se que esteve em uso até 1700 a.C.
Gradualmente, os minoicos aperfeiçoaram os hieróglifos cretenses, chegando ao sistema Linear A, mais convencional, que foi utilizado até cerca de 1450 a.C.
Ele era composto por vários números, 200 símbolos e mais de 70 sinais de sílaba, sendo mais parecido com a linguagem que conhecemos hoje - embora ambas as escritas permaneçam indecifráveis.
Sistema de escrita Linear A
Com razão, os criadores da língua escrita mais antiga da Europa foram saudados como a primeira civilização alfabetizada do continente. E suas conquistas intelectuais só eram superadas por seu estilo descontraído de viver. Eles celebravam a vida, até mesmo em funerais, faziam amizade com touros, em vez de matá-los, e conviviam em harmonia com a natureza.
E foi justamente a natureza que decidiu exterminá-los.
Entre 1627 a.C. e 1600 a.C., Stronghyle foi palco de uma erupção vulcânica - conhecida como erupção Minoica ou Santorini -, talvez a maior em 10 mil anos.
"Antes da erupção, a caldeira atual não existia. Em vez disso, havia uma caldeira menor, decorrente de uma erupção muito mais antiga, que formava uma lagoa no norte da ilha", explica Nomikou.
"Durante a erupção, materiais vulcânicos de 60m de espessura foram jogados no mar, gerando um tsunami de 9m de altura, que atingiu as margens de Creta. "
Acredita-se que a série de ondas tenha chegado à costa oeste da Turquia e até Israel.
Imagem de Santorini
Uma vez que a devastação terminou, a caldeira atual começou a se formar - e milhares de anos se passaram até surgir a Santorini que conhecemos hoje.
Para os minoicos, era o princípio do fim.
"A destruição vulcânica dizimou seus barcos comerciais, e a enorme quantidade de dióxido de carbono que foi liberada na atmosfera desestabilizou o equilíbrio climático, devastando a agricultura minoica", acrescenta a professora.
"Tudo isso gradualmente permitiu aos micênicos (civilização da Idade do Bronze que habitava a Grécia continental entre 1600 a.C. e 1100 a.C.) aproveitar a chance de acabar com a independência minoica."
Mas o que intriga Nomikou é que, ao contrário da antiga cidade romana de Pompéia, coberta por mais de 6 metros de cinzas e pedras após a erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C., nenhum corpo foi encontrado em Santorini.
"Tudo indica que o povo de Santorini foi avisado com antecedência e escapou", diz ela.
Até hoje, ninguém sabe para onde eles foram.
Ilustração Roma antiga
Mas se Santorini destruiu a primeira grande civilização da Europa, não extinguiu sua língua. Uma vez que os micênicos dominaram o antigo império minoico, substituíram o sistema de escrita Linear A por uma versão aprimorada, conhecida como Linear B. Trata-se da forma inicial da língua grega antiga, que propagou a democracia, o raciocínio científico, o teatro e a filosofia por todo o mundo.
Mais de 3,5 mil anos após a destruição, Bellonias se orgulha de ser dono de uma das tradicionais propriedades na encosta de Santorini, esculpidas diretamente na caldeira vulcânica.
"Essas casas tem o ar-condicionado perfeito. No inverno, o vulcão envia calor na sua direção e, no verão, refresca ", conta com um sorriso.
Bellonias é um colecionador de arte, fundador de um instituto cultural que abriga uma biblioteca com 35 mil livros - incluindo centenas de títulos dedicados a Santorini. Em seis décadas, ele já viveu dentro e fora da ilha.
"Pode te surpreender, mas o que povoa minha mente é esse cheiro", diz ele.
"Quando eu era criança, toda vez que saíamos de Atenas (onde ele passou a infância) e chegávamos à ilha, estava amanhecendo - a viagem era árdua naquela época. E eu era tomado pelo cheiro dos cavallines, o excremento dos cavalos que levavam os moradores e turistas até Imerovigli, antes de Santorini ficar famosa."
Pôr do sol
"Você ainda pode sentir o cheiro dos cavallines se abrir mão do conforto do seu carro", acrescenta Bellonias, olhando para as ilhas vulcânicas à sua frente, atrás das quais o colorido do céu - que vai do vermelho ao ultravioleta - anuncia a chegada do pôr do sol.
"Eu nunca consegui traduzir essas cores em palavras. E não acho que alguém que já tenha morado nesta ilha tenha (conseguido). Pode ser carmim, rosa, laranja, vermelho, violeta... Eu simplesmente não consigo descrever o pôr do sol em palavras. Para mim, é um sentimento visceral. Santorini não é para os fracos".
E ele provavelmente está certo. Não é à toa que destruiu a primeira civilização da Europa.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.

domingo, 18 de março de 2018

Há quatro anos, a lava jato revelava maior esquema de corrupção do Brasil



Fonte: Via Blog do Mossoró 

Há quatro anos, no dia 17 de março de 2014, a Polícia Federal deflagrou a operação que revelaria um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil. A Operação Lava Jato unificou quatro investigações que apuravam a prática de crimes financeiros e desvio de dinheiro público, praticados por doleiros. O nome faz referência a uma rede de postos de combustível e lava a jato no centro da capital do país, usada por uma das organizações criminosas para movimentar dinheiro ilícito.

O que começou com a investigação do esquema criminoso formado por doleiros – responsáveis por movimentações financeiras e lavagem de dinheiro – acabou se mostrando apenas o início de um arranjo muito maior. Outros crimes começaram a ser descobertos: tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas, entre outros. Estima-se que o prejuízo causado aos cofres públicos esteja na casa dos bilhões de reais.

O avanço das investigações possibilitou a descoberta de um grande esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo repasse de propinas derivados de contratos públicos celebrados por meio de fraudes em licitações. A indicação política de agentes públicos era um dos principais facilitadores da contratação fraudulenta de bens e serviços com sobrepreço. Houve ainda formação de cartel em vários setores econômicos. Os contratos criminosos beneficiavam, principalmente, empreiteiras envolvidas no esquema com diversos setores da Petrobras e políticos de vários partidos.

Como funcionava o esquema

Há pelo menos dez anos, grandes empreiteiras se organizavam em cartel, pagando propina a altos executivos da Petrobras e outros agentes públicos. O valor da “mesada”, cobrada para facilitar os negócios entre a estatal e as empreiteiras, podia variar de 1% a 5% do montante total dos contratos bilionários e superfaturados.
Os preços dos contratos eram decididos em reuniões secretas, que definiam não só o valor que seria oferecido à Petrobras, mas também quem ganharia a licitação. O dinheiro era então repassado aos beneficiários pelos doleiros, como os investigados na primeira fase da operação, por meio de transferências no exterior ou pagamentos de bens. A lavagem de dinheiro acontecia por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados com empresas de fachada.

Para que as empreiteiras certas ganhassem as licitações, funcionários da Petrobras eram aliciados. Eles restringiam os convidados, incluindo a ganhadora entre as participantes. Contratações eram aceleradas com a omissão de etapas relevantes para o processo. Além disso, funcionários ainda vazavam informações sigilosas.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), partidos políticos eram beneficiados de acordo com as indicações ao diretores da Petrobras, que facilitavam a execução do esquema criminoso. A participação de representantes de várias siglas foi citada em delações premiadas.

As investigações apontaram para três diretorias dentro da Petrobras em que o esquema se tornava mais evidentes: de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB.