Fonte: Época
Duas delações em andamento ampliam denúncias contra magistrados do Tribunal de Justiça do Rio; Mário Guimarães Neto já foi afastado de funções após acusação
A operação Lava Jato no Rio entrou na sexta-feira (18) em novo patamar. Ao cumprir 12 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a força-tarefa no estado começa a desbaratar o esquema de compra de decisões judiciais sustentado pela Federação das das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
O primeiro alvo foi o desembargador Mário Guimarães Neto, afastado das funções após ser acusado de receber R$ 6 milhões do setor de ônibus em troca de uma sentença. Mas pelo menos duas colaborações premiadas em andamento ampliam o número de magistrados do Tribunal de Justiça do Rio envolvidos na caixinha da Fetranspor.
A colaboração de Lelis Teixeira, ex-executivo da Fetranspor, foi a base da primeira operação da força-tarefa da Lava-Jato no Rio focada no Judiciário fluminense. Homologada pelo ministro Felix Fischer, do STJ, a delação sustenta que o desembargador Mário Guimarães recebeu a propina, por meio de sua mulher, para impedir que uma ação civil movida em 2009 pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) obrigasse a Prefeitura do Rio a licitar todas as linhas de ônibus da cidade, suspendendo as concessões vigentes. O esquema amplo, de acordo com as informações prestadas por dois outros delatores, envolvem mais sete desembargadores e um juiz.
As decisões supostamente compradas atenderam interesses da Fetranspor e de suas filiadas em assuntos como suspensão de licitações, aumento de tarifas, gestão do Riocard e isenções fiscais. Os efeitos das medidas, em sua maioria liminares, acabavam sempre pesando no bolso dos passageiros. As revelações de Lelis foram cruzadas com a delação do doleiro Álvaro Novis, operador da Fetranspor e de políticos fluminenses, para permitir à força-tarefa rastrear o caminho da propina.
As decisões supostamente compradas atenderam interesses da Fetranspor e de suas filiadas em assuntos como suspensão de licitações, aumento de tarifas, gestão do Riocard e isenções fiscais. Os efeitos das medidas, em sua maioria liminares, acabavam sempre pesando no bolso dos passageiros. As revelações de Lelis foram cruzadas com a delação do doleiro Álvaro Novis, operador da Fetranspor e de políticos fluminenses, para permitir à força-tarefa rastrear o caminho da propina.
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