Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
A economia brasileira apresentou forte contração em maio, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador caiu 2,00% no quinto mês do ano, na série livre de efeitos sazonais. Em abril, o avanço havia sido de 0,81% (dado atualizado nesta segunda-feira, 17). De abril para maio, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 148,56 pontos para 145,59 pontos na série dessazonalizada. O resultado é o menor desde janeiro deste ano, quando pontuou 143,50.
O dado do IBC-Br ficou inclusive abaixo do piso das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que iam de queda de 1,20% a alta de 1,0%. A mediana era negativa em 0,10%.
Já na comparação entre os meses de maio de 2023 e de 2022, houve crescimento de 2,15% na série sem ajustes sazonais. Esta série registrou 145,99 pontos no quinto mês do ano, o melhor desempenho para o mês desde 2014 (147,14 pontos).
O indicador de maio ante o mesmo mês de 2022 ficou bem abaixo da mediana de 4,00% da pesquisa do Projeções Broadcast. As expectativas coletadas no levantamento variavam de alta de 1,80% a avanço de 5,80%.
No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. Mas o secretário de Política Econômica (SPE) da Fazenda, Guilherme Mello, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o resultado pode ficar mais perto de 2,5%. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
Acumulado do ano
O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) acumulou alta de 3,61% em 2023 até maio, informou nesta segunda-feira a autoridade monetária. O porcentual diz respeito à série sem ajustes sazonais. Pela mesma série, o IBC-Br apresentou alta de 3,43% nos 12 meses encerrados em maio.
O indicador subiu 3,83% no acumulado do trimestre de março até maio de 2023 ante o mesmo período do ano passado, na série sem ajuste. O BC informou ainda que o IBC-Br registrou avanço de 1,63% no acumulado do trimestre de março até maio na comparação com os três meses anteriores (dezembro a fevereiro), pela série ajustada sazonalmente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, que o resultado do IBC-Br veio "como o esperado" diante do patamar "muito elevado" do juro real. “É como o esperado. Muito tempo juro real muito elevado, nós estamos preocupados. A a gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de dez o juro real ao ano, é muito pesado para a economia, tá muito pesado para a economia", disse Haddad.
FONTE: TRIBUNA DONORTE
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