Além da mobilização militar, a China intensificou a ofensiva verbal. Propagandas circularam com mensagens como “fechando o cerco aos separatistas de Taiwan”, acompanhadas de animações nas quais Lai é retratado como um “parasita” que termina destruído em chamas.
O Escritório de Assuntos de Taiwan, ligado ao governo chinês, classificou os exercícios como “punição severa” pelas ações recentes do líder taiwanês, acusando-o de ser “antipaz, antidemocracia, anti-humanidade e anti-intercâmbio”.
De acordo com a agência Reuters, o Ministério da Defesa de Taiwan disse que relatou que ao menos 71 aeronaves militares chinesas e 13 navios da Marinha participaram das manobras, embora não tenham sido detectados disparos reais.
O porta-voz do Ministério, Sun Li-fang, disse ainda que as Forças Armadas de Taiwan elevaram seu nível de prontidão para garantir que a China não “transforme exercícios em combate” e “lance um ataque repentino contra nós”. Já a porta-voz da presidência taiwanesa, Kuo Ya-hui, afirmou que “a determinação de Taiwan em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan permanece inalterada.”
Ainda não há informações sobre a duração dos exercícios. Diferentemente de ocasiões anteriores, o Comando do Teatro Oriental não especificou zonas de exclusão nem anunciou prazo para o fim das manobras.
Por que isso importa?
Taiwan é uma questão territorial sensível para a China, e a queda de braço entre Beijing e o Ocidente por conta da pretensa autonomia da ilha gera um ambiente tenso, com a ameaça crescente de uma invasão pelas forças armadas chinesas a fim de anexar formalmente o território taiwanês.
Nações estrangeiras que tratem a ilha como nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio “Uma Só China“, que também vê Hong Kong como parte da nação chinesa.
Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos demais países, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal parceiro militar de Taipé. Tais circunstâncias levaram as relações entre Beijing e Washington a seu pior momento desde 1979, quando os dois países reataram os laços diplomáticos.
A China, em resposta à aproximação entre o rival e a ilha, endureceu a retórica e tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação. Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que Beijing não aceitará a independência formal do território “sem uma guerra“.
A Referência
Nenhum comentário:
Postar um comentário