Fernando Frazão/Agência Brasil
Os países do Brics fizeram um apelo neste sábado (5) por uma reforma estrutural no FMI (Fundo Monetário Internacional), cobrando que as cotas e o poder de voto dentro da instituição reflitam o peso atual das economias emergentes no cenário global.
Em documento batizado de “Visão do Rio de Janeiro para Reforma de Cotas e Governança do FMI”, aprovado durante a reunião de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do grupo, o bloco defende uma revisão urgente da estrutura do Fundo, com nova fórmula de cálculo baseada, entre outros critérios, no PIB (Produto Interno Bruto) ajustado por paridade de poder de compra (PPP).
"O realinhamento deve refletir as posições relativas dos membros na economia global, protegendo, ao mesmo tempo, as cotas dos países mais pobres", cita o texto.
Segundo o documento, o sistema de cotas deve ser a principal fonte da capacidade de empréstimo do FMI e orientar, mas não limitar, o acesso dos membros aos recursos.
Os ministros também criticam o que chamaram de “acordo anacrônico do pós-guerra” — em referência ao pacto informal que garante a países desenvolvidos o comando das principais instituições multilaterais — e pedem mais diversidade regional na liderança do FMI.
Uma das sugestões é a criação de um novo cargo de diretor-gerente adjunto vindo de países em desenvolvimento, além de mais representatividade em cargos de média gestão e incentivo à presença de mulheres nos postos de comando.
Embora tenham concordado com o aumento de 50% nas cotas do 16º ciclo de revisão (GRQ), os países do Brics reforçaram que a real relevância virá na próxima etapa.
O grupo quer que a 17ª revisão de cotas — já em debate no Conselho de Governadores do FMI — incorpore, de fato, uma redistribuição de poder baseada na nova configuração da economia global.
"Consideraremos ações coordenadas para garantir que a 17ª GRQ e as revisões subsequentes incluam reformas significativas de cotas e de governança em consonância com esta Visão do BRICS do Rio de Janeiro", ressalta o documento apresentado.
CNN
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