REUTERS/Gleb Garanich© Thomson Reuters
Por Idrees Ali e Pavel Polityuk
WASHINGTON/KIEV (Reuters) - O secretário de Exército dos EUA, Dan Driscoll, manteve conversações no final da segunda-feira e na terça-feira com autoridades russas em Abu Dhabi, como parte de uma nova e intensa pressão do governo do presidente Donald Trump para acabar com a guerra na Ucrânia, disse porta-voz de Driscoll.
Autoridades norte-americanas e ucranianas estão tentando reduzir as diferenças entre elas em relação a um plano de paz, com questões centrais ainda não resolvidas e a Ucrânia desconfiada de ser forçada a aceitar um acordo em grande parte nos termos do Kremlin.
"No final da segunda-feira e durante toda a terça-feira, o secretário Driscoll e sua equipe estiveram em discussões com a delegação russa para alcançar uma paz duradoura na Ucrânia. As conversas estão indo bem e continuamos otimistas. O secretário Driscoll está em estreita sincronia com a Casa Branca... à medida que essas conversações progridem", disse o tenente-coronel do Exército dos EUA Jeff Tolbert, porta-voz de Driscoll.
A natureza exata das discussões não ficou imediatamente clara, e não se sabia quem estava na delegação russa. Uma autoridade dos EUA afirmou que Driscoll, que surgiu como um homem de referência para os esforços diplomáticos dos EUA na Ucrânia, também se encontraria com autoridades ucranianas em Abu Dhabi.
Sublinhando os altos riscos para a Ucrânia, sua capital, Kiev, foi atingida por uma série de mísseis e centenas de drones durante a noite em um ataque russo que matou pelo menos seis pessoas e interrompeu os sistemas de energia e aquecimento. Os moradores estavam se abrigando no subsolo usando jaquetas de inverno, alguns em barracas.
A política dos Estados Unidos em relação à guerra tem oscilado nos últimos meses.
Uma cúpula organizada às pressas entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, em agosto, gerou preocupações em Kiev e nas capitais europeias de que o governo Trump poderia aceitar muitas exigências russas, embora tenha resultado em mais pressão dos EUA sobre a Rússia.
A mais recente proposta de paz dos EUA, um plano de 28 pontos que surgiu na semana passada, pegou muitos no governo dos EUA, em Kiev e na Europa desprevenidos e provocou novas preocupações de que o governo Trump poderia estar disposto a pressionar a Ucrânia a assinar um acordo de paz fortemente inclinado para Moscou.
O plano exigiria que Kiev ceda mais território, aceite restrições às suas forças armadas e seja impedida de se juntar à Otan -- condições que Kiev há muito tempo rejeita como equivalentes à rendição.
(Reportagem de Idrees Ali, Phil Stewart, Devika Nair, Pavel Polityuk, Alessandro Parodi, Michel Rose, Luiza Ilie e Sergiy Karazy)
Reuters
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