Na semana da final da Liga dos Campeões, o prédio do governo regional de Madri, na Puerta del Sol, a praça mais movimentada da cidade, foi decorado com as cores do Real e do Atlético, junto da seguinte frase: “Ganhe quem ganhar, ganha Madri”. Para os cartolas das equipes rivais da capital espanhola, porém, não é bem assim. Além da conquista esportiva, outra recompensa estará em jogo na decisão de sábado, em Lisboa. Calcula-se que o clube campeão terá acumulado mais de 100 milhões de reais com as premiações obtidas no decorrer da campanha, sem contar os bônus acertados com patrocinadores e demais parceiros comerciais. E esse dinheiro, mesmo para clubes que estão acostumados a arrecadações polpudas, chegará em ótima hora tanto para a agremiação branca (a mais rica, de longe) como para o clube vermelho e azul (que está afundado em dívidas calculadas em mais de meio bilhão de euros). Em ambos os casos, não se trata apenas de reforçar o caixa para contratar novos craques. Real e Atlético também tentam viabilizar a construção de seus novos estádios, projetos que despertam discórdia dentro dos próprios clubes.
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Ainda que os torcedores e sócios de Real e Atlético estejam divididos sobre a necessidade de erguer essas novas arenas, ambos os projetos diferem de maneira notável do modo brasileiro de construir novos estádios. Enquanto o país da Copa do Mundo despejou bilhões de reais de verba pública nas obras para 2014 (de forma direta, nas arenas bancadas pelos governos estaduais, ou indireta, nos estádios privados beneficiados por linhas de crédito com juros camaradas), Real e Atlético deverão pagar suas próprias arenas. Por serem investimentos totalmente privados, eles têm como objetivo produzir mais riqueza, e não consumir mais recursos com o passar do tempo (para muitos especialistas em gestão esportiva, o pior ainda está por vir nos estádios da Copa, quando as receitas obtidas com as arenas forem incompatíveis com o tamanho do investimento e os administradores tiverem de arcar com os altíssimos valores envolvidos na manutenção de um estádio moderno). Os clubes de Madri acreditam que suas novas casas serão capazes de aumentar de forma significativa as receitas tanto nos dias de jogos como no resto da semana.
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O Real está muito mais próximo de seu objetivo. Seu projeto, anunciado no início do ano, consiste numa reforma profunda do Estádio Santiago Bernabéu, sua casa atual. Orçada em cerca de 1,2 bilhão de reais, a renovação do lendário campo do bairro de Chamartín, uma região de prestígio na capital espanhola, deverá durar três anos, período em que o Real continuará mandando seus jogos no local (a transformação será gradual, com apenas alguns setores fechados a cada etapa da obra). “Queremos ter o melhor estádio do planeta”, avisou o controverso presidente do clube, o empresário Florentino Pérez. O cartola não quer reformar o estádio só para aumentar o conforto do público ou tornar a arena mais bonita. É uma questão de dinheiro: com o Santiago Bernabéu ampliado e modernizado, Pérez calcula que o Real será capaz de aumentar sua arrecadação mensal com o estádio – que já é significativa – em cerca de 30%. O estádio passa quase a semana toda em constante atividade, já que o museu do Real e a visita às dependências do clube estão entre as principais atrações de Madri. Nesta semana, com o cidade vivendo o clima da final de Lisboa, o estádio e sua megaloja tornaram-se ainda mais concorridos.
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quinta-feira, 22 de maio de 2014
(sem verba pública) Rivais de Madri preparam novas casas
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