fonte: jornal de hoje
A fiscalização sobre os comerciantes que usavam o calçadão da orla de Ponta Negra sempre teve momentos de flexibilização e de mais rigor, como acontece há duas semanas. Mas comerciantes também usam o calçadão da avenida Engenheiro Roberto Freire como ponto de vendas. Até o momento, não há ação alguma prevista para o local conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). Mesmo assim, os comerciantes temem serem retirados do local à força.
Esse é o caso de Cícero Barbosa da Silva. Dos seus 27 anos de idade, ele já passou sete trabalhando com salgadinhos, água de coco, pipoca, chicletes e outros do gênero no seu carrinho. O jovem já trabalhou lá embaixo (no calçadão da orla), mas ultimamente preferiu ficar fixo ao lado de uma parada de ônibus na Engenheiro Roberto Freire. Principalmente depois da ação de “ordenamento urbano” da Prefeitura de Natal e do Ministério Público Estadual.
Apesar da pouca idade, Cícero já é pai de família. Ele sustenta um filho e sua esposa com seu carrinho. E seus turnos de trabalho não são fáceis. “A gente trabalha 13 a 14 horas por dia. Já cheguei a trabalhar até 24 horas. Quando tem festa aí nas boates, a gente emenda com o outro dia”, contou, incluindo os outros comerciantes informais que disputam o público festeiro. O esforço durante o verão também é maior, visto que há crescimento do fluxo de pessoas na região.
O maior problema da ação de ordenamento é com aqueles vendedores que se fixam em um ponto e ocupam o espaço público, impedido o passeio dos pedestres. Para Cícero, o maior receio é a fiscalização acabe por subir as ladeiras de Ponta Negra e impeça também o seu trabalho. “Com certeza a gente tem medo, quando eles querem tirar eles tiram. Só que eu só ambulante, não fico aqui parado”, explicou. O ambulante destacou também que tem autorização para circular com o seu carrinho.
Em outros horários, até sofás e puffs tornam-se obstáculos no calçadão da avenida que liga o resto da cidade ao principal cartão-postal de Natal. Para o advogado que veio de Brasília passar férias na cidade do sol, a situação não é correta. “É totalmente errado, como é uma área pública”, disse Bruno Assis de 31 anos.
Ele deu exemplo de ordenamento de comerciantes informais da capital federal. “Na própria rodoviária de Brasília, o pessoal ficava espalhado por lá. Aí organizaram um espaço para eles, que até poderia ser esse aqui”, falou apontando para a área não-edificante da engenheiro Roberto Freire.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), por meio da assessoria de imprensa, informou que não há ação alguma de fiscalização para o calçadão da avenida. A ação de ordenamento urbano no bairro se restringirá, por enquanto, ao calçadão da orla. No entanto, a assessoria acrescentou que quem se sentir prejudicado pelo mau uso do espaço público pode fazer uma denúncia por meio do telefone: 3232-8677. O serviço funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 18h.
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