Fonte: Gazeta do Oeste
Na manhã de ontem (22), ao entrar no Hospital Regional Tarcísio Maia já dava para sentir o odor da água que transbordou dos esgotos e foi parar no repouso masculino, na sala de raio x e na recepção do local. A denúncia do mau cheiro também foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (SINDSAUDE).
João Morais, coordenador regional do sindicato, diz que o problema se apresentou de madrugada quando a água servida tomou conta do repouso masculino, sala de raio-x e câmera escura do setor de raio-x. Segundo o coordenador, essa não foi a primeira vez que o problema ocorreu e que isso mostra a falta de manutenção do esgoto.
“Em vez de gastar dinheiro com câmera, a direção deveria ter consertado o problema hidráulico que afeta a todos. O hospital está um caos”, fala.
Essa também foi a reclamação da agricultora Eliane Alves, que veio com o filho do município de Baraúna para atendimento. “O mau cheiro aí está terrível, fora os outros problemas. Há três dias que eu esperava pediatra para atender ao meu filho, hoje (ontem) que foi chegar. Fora isso, se precisar de exame tem que pagar, porque aí não faz. Acho interessante que enquanto faltam coisas importantes, o hospital está cheio de câmeras para pastorar os pacientes e os funcionários”, reclama.
A reportagem da GAZETA DO OESTE esteve no local e viu uma equipe da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) e funcionários no hospital trabalhando em uma caixa de esgoto, possivelmente tentando consertar o problema.
Enquanto isso, dentro do hospital, segundo informações do Sindsaúde, o pessoal da limpeza tentava contornar a situação, fazendo a higienização dos locais afetados, mas sem sucesso. Logo surgiam mais pontos de água de esgoto.
À tarde a equipe da Vigilância á Saúde esteve no local, mas constatou que o problema já havia sido resolvido, embora ainda desse para sentir o mau cheiro. “O problema já foi sanado. Não foi um esgoto estourado”, disse a diretora da Vigilância, Hállyda Moura, mas informado que a água vinha da rede de canos do hospital.
“Consideramos o resultado da visita como positivo porque vimos que os leitos já foram desinfectados. O hospital já resolveu todos os problemas. Foi uma coisa comum, como acontece na nossa casa quando uma pia entope”, continuou Hállyda Moura.
A reportagem tentou contato com a direção do hospital, mas foi informada de que ninguém estava na unidade. Os diretores estariam viajando. A assessoria de comunicação da unidade também não estava no momento e não havia ninguém responsável para atender a reportagem. À tarde a reportagem tentou mais uma vez e foi impedida de entrar no hospital. Nas duas recepções os seguranças informaram que era norma da direção.
Em protesto realizado ontem em frente ao hospital Tarcísio Maia, os servidores já haviam denunciado o problema de manutenção de esgoto. Um dos servidores em greve relatou que o setor de traumatologia também já foi invadido por esgoto.
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